A leveza das Flores de Afonso Cruz
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.41.65.163-180Palavras-chave:
literatura portuguesa contemporânea, memória, identidadeResumo
O presente artigo tem como objetivo analisar a composição paradoxal e antagônica das duas personagens principais de Flores (2016) de Afonso Cruz, a partir dos conceitos de leveza e peso propostos por Ítalo Calvino (1997) em suas Seis propostas para o próximo milênio. Tal análise tem como intuito estabelecer o caráter complementar dessas distintas vocações ao mesmo tempo em que as relaciona aos pares memória/esquecimento e real/ficção, a fim de deslindar como, por meio do diálogo entre as personagens e do contato com a perspectiva do “outro”, elas são capazes de se afastar de tais extremos, estabelecer um equilíbrio e (re)construir suas próprias identidades.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES. Da interpretação. São Paulo: Unesp, 2013.
BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Tradução de Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.
CALVINO, I. Seis propostas para o próximo milênio. São Paulo: Cia das Letras, 1997.
CRUZ, A. Flores. São Paulo: Cia das Letras, 2016.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
HUYSSEN, A. Passados presentes: mídia, política e amnésia. In: Seduzidos pela memória: arquitetura, monumentos, mídia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.
MACEDO, H. Partes de África. Lisboa: Presença, 1991.
NIETZSCHE, F. Segunda consideração extemporânea: da utilidade e desvantagem da história para a vida. Tradução de André Itaparica. São Paulo: Hedra, 2014.
NIETZSCHE, F. Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral. Tradução de Fernando de Moraes Barros. São Paulo: Editora Hedra, 2007.