A subversão religiosa pela ironia em Teolinda Gersão
onde reina o fosso da desigualdade social
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.41.66.35-52Palavras-chave:
Teolinda Gersão, desigualdade social, ironia, religiosidadeResumo
Teolinda Gersão é dona de uma obra que evidencia a complexa relação entre os sujeitos com a família, sociedade, religião, trabalho, espaço etc. Este texto se propõe a analisar dois contos do livro Prantos, amores e outros desvarios (2016): “O meu semelhante” e “Décimo mandamento”, verificando como Gersão retrata a desigualdade social em Portugal, sobretudo, em Lisboa, a partir do sistema capitalista e do processo de globalização, e a consequente segregação socioespacial que divide o centro da burguesia da periferia da classe trabalhadora. Ademais, observa-se como a escritora, num tom irônico, problematiza o papel da religião nesse contexto econômico e social, marcado pela hierarquização de classe, no Portugal contemporâneo. Para a realização deste estudo de classificação básica, seguiu-se as seguintes etapas: (i) pesquisa bibliográfica e revisão da literatura; (ii) quanto à abordagem, a pesquisa é qualitativa, priorizando aspectos subjetivos de fenômenos sociais e do comportamento humano no corpus. A análise dos contos coloca em tela os privilégios da elite, detentora do poder, em contraposição à miséria do trabalhador, apontando para uma desigualdade social estrutural e não ontológica nas narrativas em questão. Portanto, Teolinda destaca como a desigualdade social está atrelada aos interesses do capital, impulsionado pelo contexto neoliberal.
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