As mulheres de Agustina ou a revolução adiada
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.42.68.51-63Palavras-chave:
Agustina Bessa-Luís, teatro português contemporâneo, condição femininaResumo
Este artigo focaliza, a partir de uma perspectiva comparatista, a peça dramática Três mulheres com máscara de ferro, que Agustina Bessa-Luís concluiu em 7 de março de 1998. A leitura busca desvelar as diversas referências intertextuais que a autora articula na peça, desde as mais explícitas, que evocam e nomeiam personagens dos seus próprios romances, até as mais ou menos discretas, que convocam o drama estático O marinheiro (1915), de Fernando Pessoa, e outras obras do teatro, da literatura e da pintura, iluminando, nesta sua dramaturgia tardia, não apenas algumas das relações que ela conscientemente estabelece com paradigmas do teatro moderno e contemporâneo, mas também o seu modo próprio de discorrer sobre o tema da condição feminina.
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Referências
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