Adília Lopes
cruzamentos entre letra, fotografia e grafismos
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.43.69.161-171Palavras-chave:
Adília Lopes, Pardais, poesia portuguesa, hupomnêmata, escrita de siResumo
Este trabalho tem como objetivo tratar do livro Pardais, de Adília Lopes, publicado em 2022, de maneira a verificar os modos como a construção dos seus sentidos poéticos se estabelece, mais que pela mera inclusão de poemas escritos, pelo intercruzamento dos diversos elementos gráficos contidos no livro (a caligrafia, a fotografia e os desenhos). Propõe-se que a junção dos recursos verbais e não verbais contribui para a formação de um estilo de texto voltado ao intimismo, e que se aproxima especialmente aos antigos hupomnêmata, sobre os quais dissertou Michel Foucault em “A escrita de si”. Ao fim, ao se cogitar uma conversa com as outras artes e um diálogo com escolas artísticas, como o Impressionismo, viu-se como esta obra se relaciona criticamente com seu contexto social e político e reforça a valorização dos aspectos tidos como minoritários da vida cotidiana, temática recorrente na trajetória da poeta.
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