Ismália e suas representações na pintura, na televisão e na música
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.44.71.105-123Palavras-chave:
Ismália, Relações interartes, Retratos, Representações, AdaptaçõesResumo
O poema “Ismália” foi escrito por Alphonsus de Guimaraens e publicado pela primeira vez em 1910 e, desde então, tem sido recuperado e adaptado por outros artistas que vislumbram na obra possibilidades narrativas diversas. Para muito além do campo da literatura, no entanto, a imagem de Ismália foi diversas vezes representada por meio das artes plásticas, da música e do audiovisual. Através dos diferentes meios e abordagens, a figura de Ismália foi recuperada de maneiras muito contrastantes, mas ao mesmo tempo muito parecidas: alguns elementos se mantém em todas as adaptações enquanto outros são acrescidos ou modificados, a fim de se gerar novas leituras, expor problemas de seu tempo e construir críticas sociais. Assim, comparando três trabalhos bastante singulares (as ilustrações de Odilon Moraes para o poema, a canção homônima de Emicida e o oitavo episódio de Tudo o que é sólido pode derreter), a proposta deste trabalho é pensar justamente como algumas obras contemporâneas exploraram essa personagem, a fim de buscar compreender de que formas o Brasil do séc. XXI tem se conectado com o poema de Guimaraens.
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