Por uma ciência do atrito
ensaio dialético sobre a violência urbana
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-549X..13189Palavras-chave:
Violência urbana, Cotidiano, Dialética, Território usado, Planejamento territorialResumo
Uma das maiores vantagens em se adotar o método dialético nos estudos de Geografia está justamente em considerar a realidade em sua complexidade: não uma realidade fragmentada, mas uma realidade dialética, dinâmica, mutante. Boa parte dos geógrafos que tentaram estabelecer esse diálogo entre Geografia e Violência acabou esbarrando nas limitações do método analítico. Por esse motivo, uma teoria que entenda o espaço geográfico enquanto um todo em movimento, um híbrido de objetos e ações se faz necessária. Além disso, é impossível entender essa prática espacial denominada violência se a enxergarmos, apenas, como um recorte da realidade. Assim, este trabalho não pretende ser uma geografia da violência, ou, muito menos, uma geografia do crime e sim, uma geografia dos usos do território. Tal perspectiva é fundamental para que a violência e o planejamento territorial sejam entendidos mais como questões políticas que meramente técnicas e para que Geografia seja então uma ciência do complexo, da ação e, portanto, do atrito.Referências
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