Por uma ciência do atrito

ensaio dialético sobre a violência urbana

Autores

  • Lucas de Melo Melgaço Pontifícia Universidade Católica - Campinas/SP

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-549X..13189

Palavras-chave:

Violência urbana, Cotidiano, Dialética, Território usado, Planejamento territorial

Resumo

Uma das maiores vantagens em se adotar o método dialético nos estudos de Geografia está justamente em considerar a realidade em sua complexidade: não uma realidade fragmentada, mas uma realidade dialética, dinâmica, mutante. Boa parte dos geógrafos que tentaram estabelecer esse diálogo entre Geografia e Violência acabou esbarrando nas limitações do método analítico. Por esse motivo, uma teoria que entenda o espaço geográfico enquanto um todo em movimento, um híbrido de objetos e ações se faz necessária. Além disso, é impossível entender essa prática espacial denominada violência se a enxergarmos, apenas, como um recorte da realidade. Assim, este trabalho não pretende ser uma geografia da violência, ou, muito menos, uma geografia do crime e sim, uma geografia dos usos do território. Tal perspectiva é fundamental para que a violência e o planejamento territorial sejam entendidos mais como questões políticas que meramente técnicas e para que Geografia seja então uma ciência do complexo, da ação e, portanto, do atrito.

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Biografia do Autor

Lucas de Melo Melgaço, Pontifícia Universidade Católica - Campinas/SP

Lucas de Melo Melgaço é mestrando em Geografia Humana/PUC-Campinas.

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Publicado

2005-12-01

Como Citar

Melgaço, L. de M. (2005). Por uma ciência do atrito: ensaio dialético sobre a violência urbana. Revista Geografias, 1(1), 98–110. https://doi.org/10.35699/2237-549X.13189

Edição

Seção

Artigos