Rio, ribeirão ou valo?

a influência das distintas percepções e atribuições de valores na conservação/preservação/utilização dos cursos d’água

Autores

  • Daiane Bertoli
  • Sandra Maria de Arruda Furtado Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-549X..13220

Palavras-chave:

Paisagem, Cursos d'água, Urbanização, Conflito, Risco

Resumo

A urbanização e as mudanças na dinâmica de uso da terra a ela atreladas são, por vezes, berço de conflitos que emergem tanto de divergências legais quanto das distintas visões e vivências que se têm da paisagem e dos diferentes significados a esta atribuídos pelos agentes que a modelam. A sub-bacia do ribeirão Chico de Paulo (Jaraguá do Sul – SC), inserida em um expressivo vetor de expansão urbana, foi palco do presente estudo, que tem como objetivo analisar como as diversas percepções da paisagem interferem na ocupação do meio e no maior ou menor grau de conservação do ambiente físico-natural, em especial dos cursos d’água. O trabalho, embasado em entrevistas semi-estruturadas realizadas com empreendedores imobiliários, com um representante do poder público municipal e com os distintos grupos sociais que habitam a sub-bacia, analisa como os olhares diferenciados se refletem na degradação ou na preservação do sistema de drenagem e na ocupação das áreas sujeitas a inundações. Conclui-se que as conotações e os tratamentos divergentes atribuídos aos mesmos elementos hídricos, expressos através de visões que os enaltecem ou os reduzem, são fatores decisivos na preservação/conservação/utilização dos cursos d’água e influenciam diretamente a fixação de edificações em áreas de risco.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daiane Bertoli,

Daiane Bertoli é Arquiteta e Urbanista; Mestre em Geografia pela UFSC.

Sandra Maria de Arruda Furtado, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Sandra Maria de Arruda Furtado é professora do Programa de Pós-graduação em Geografia, UFSC.

Referências

BERQUE, Augustin. Paisagem-marca, paisagem-matriz: elementos da problemática para uma geografia cultural. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHLL, Z. (Org.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 1998. p. 84-91.

BERTOLI, Daiane. Dinâmica da paisagem da sub-bacia do ribeirão Chico de Paulo (Jaraguá do Sul – SC): urbanização e conflitos decorrentes. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.

BRASIL. Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965. Institui o Novo Código Florestal. Brasília, 1965.

CLAVAL, Paul. A geografia cultural. Florianópolis: Ed. UFSC, 1999

CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n. 004, de 18 de setembro de 1985. Dispõe sobre Reservas Ecológicas e dá outras providências. Brasília, 1985.

CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n. 303, de 20 de março de 2002. Dispõe sobre Áreas de Preservação Permanente. Brasília, 2002.

COSGROVE, Denis. Em direção a uma geografia cultural radical: problemas da teoria. Espaço e Cultura, [s.l.], n. 5, p. 5-29, jan./jun. 1998.

HOLZER, Werther. Uma discussão fenomenológica sobre os conceitos de paisagem e lugar, território e meio ambiente. Território, [s.l.], ano 2, n. 3, p. 77-85, jul./dez. 1997.

RELPH, Edward. As bases fenomenológicas da Geografia. Geografia, [s.l.], v. 7, n. 4, p. 1-25, abr. 1979.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 3. ed. São Paulo: Ed. HUCITEC, 1999. SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem. São Paulo: Ed. HUCITEC, 1986.

SAUER, Carl O. A morfologia da paisagem. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHLL, Z. (Org.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 1998. p. 12-74.

Downloads

Publicado

2007-07-01

Como Citar

Bertoli, D., & Furtado, S. M. de A. (2007). Rio, ribeirão ou valo? a influência das distintas percepções e atribuições de valores na conservação/preservação/utilização dos cursos d’água. Revista Geografias, 3(1), 95–106. https://doi.org/10.35699/2237-549X.13220

Edição

Seção

Artigos