Relação entre feições doliniformes e a evolução de uma voçoroca em cabeceira de drenagem na Bacia Hidrográfica do Arroio Sarandi, municípios de Santa Maria e Dilermando de Aguiar-RS
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-549X..13379Palavras-chave:
voçoroca, erodibilidade, feições doliniformesResumo
Este trabalho analisa a contribuição de depressões do tipo dolinas para a evolução de uma voçoroca localizada na Bacia Hidrográfica do Arroio Sarandi, em Santa Maria e Dilermando de Aguiar/ RS. Para isso, foram realizados ensaios de caracterização física e avaliação da erodibilidade, com métodos indiretos, dos materiais que compõem a referida voçoroca. Os resultados dos ensaios indicaram que o arenito, que está na base da voçoroca, é mais erodível que o horizonte A/B do solo localizado acima dele, fato que pode estar relacionado à perda da resistência devido à sucção e à aparente fragilidade do agente cimentante entre as suas partículas. A diferença de erodibilidade entre o arenito e o solo explicaria em parte a gênese das feições doliniformes, pois a percolação da água, ao longo do arenito, daria origem a dutos pelo carreamento de partículas e/ ou dissolução do cimento, provocando o colapso do material acima (camadas superficiais). Esse processo ocorre mais facilmente no entorno dos lineamentos estruturais. Uma vez estabelecidas na paisagem, as depressões doliniformes tendem a unir-se devido ao fluxo superficial, evoluindo para canais incisos que se aprofundam e promovem o avanço da voçoroca para montante.
Downloads
Referências
AVILA, L, O. Erosão na Microbacia do Arroio Sarandi: Voçoroca do Buraco Fundo, Santa Maria/RS. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Santa Maria, 2009.
BASTOS, C. A. B. Estudo geotécnico sobre a erodibilidade de solos residuais não saturados. Tese (Doutorado em Engenharia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1999.
BERTONI, J.; NETO, F. L. Conservação dos solo. São Paulo: Ícone, 1999.
FÁCIO, J. A. Proposição de uma metodologia de estudo da erodibilidade dos solos do Distrito Federal. Dissertação (Mestrado em Geotecnia) – Universidade de Brasília, 1991.
CABRAL, I. de L. L.; ROSS, J. L. S.; ROBAINA, L. E.; MEDEIROS, E.; NETO, S. F. Processos Erosivos Associados a Formas Pseudo-Cársticas na Depressão Periférica do Rio Grande do Sul. GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, n. 17, p. 107-120, 2005.
CAMAPUM DE CARVALHO, J. C. Processos erosivos no centro-oeste Brasileiro. Brasília: Universidade de Brasília; FINATEC, 2006.
CASTRO, S. S.; COELHO NETTO, A. L. Evolução Pedogenética em Depressão de Topo na Bacia do Alto Rio Fortaleza, Região do Bananal (RJ). Encontro sobre Engenharia Geotécnica e Hidrologia no Sistema Encostaplanície Costeira, Ano 4, p. 181-192, 2002.
COELHO NETTO, A. L. Evolução de cabeceiras de drenagem no médio vale do Rio Paraíba do Sul (SP/RJ): a formação e o crescimento da rede de canais sob controle estrutural. Revista Brasileira de Geomorfologia, n. 2, p. 69-100, 2003.
DOERR, S. H. Karstlike landforms and hydrology in quartzites of the Venezuelan Guyana shield: Pseudokarst or “real” karst? Zeitschrift fur Geomorphologie, n. 43, p. 1-17, 1999.
FERNANDES, J. A. Estudo da erodibilidade de solos e rochas de uma Voçoroca em São Valentim, RS. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Santa Maria, 2011.
FILIZOLA, H. F. A.; BOULET, R. Evolution and opening of closed depressions developed in quartz-kaolinitic sedimentary substratum at Taubate basin, São Paulo, Brazil, and analogy to the slope evolution. Geomorphology, p. 1-10, 1995.
FORD, D.; WILLIAMS, P. Karst hydrogeology and geomorphology. Chichester: J. Wiley & Sons, 2007.
FREIRE, E. P. Ensaio Inderbitzen modificado: um novo modelo para avaliação do grau de erodibilidade do solo. Simpósio Nacional de Controle da Erosão, Goiânia, 2001.
FUJIMOTO, N. S. V. M.; GONÇALVES, F. de S.; ZANCANARO, C. Caracterização das Formas de Relevo em Degraus de Abatimento nos Municípios de Manoel Viana e São Francisco de Assis, Região Sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 11, n. 2, p. 69-74, 2010.
HARDT, R.; PINTO, S. A. F. Carste em litologias não carbonáticas. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 10, n. 2, p. 99-105, 2009.
INFANTI JUNIOR, N.; FORNASARI FILHO, N. Processos de Dinâmica Superficial. In: OLIVEIRA, A. M. S.; BRITO, S. N. A. (Org.). Geologia de engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia, 1998. p. 131-152.
JENNINGS, J. N. Karst: An Introduction to Systematic Geomorphology. Cambridge and London: MIT Press, 1971.
MACIEL FILHO, C. L.; CABRAL, I. L. L.; SPINELLI, J. Estruturas Morfológicas de Colapso em Sedimentos Inconsolidados no Rio Grande do Sul. Simpósio de Geografia Física Aplicada, São Paulo, 1993. p. 209-211.
NOGAMI, J. S.; VILLIBOR, D. F. Soil characterization of mapping units for highway purposes in a tropical area. Bulletin of International Association of Engineering Geology, n. 19, p. 196-199, 1979.
PILO, L. B. Geomorfologia Cárstica. Revista Brasileira de Geomorfologia, [S.l.]: v. 1, n. 1, p. 88-102, 2000.
ROBAINA, L. E. S.; BAZZAN, T. Feições cársticas em rochas siliciclásticas no oeste do Estado do Rio Grande do Sul – Brasil. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 9, n. 2, p. 53-64, 2008.
SALLUN, F, W.; KARMANN, I. Dolinas em arenitos da Bacia do Paraná: evidências de carste subjacente em Jardim (MS) e Ponta Grossa (PR). Revista Brasileira de Geociências, v. 39. p. 551-564, set. 2007.
UAGODA, R.; AVELAR, A.; COELHO NETTO, A. L. Depressões fechadas em relevo quartzo-quartzítico, bacia do ribeirão Santana, médio vale do rio Paraíba do Sul. Anuário do Instituto de Geociências, v. 29, p. 85-98, 2006.
VILAR, O. M.; PRANDI, E. C. Erosão dos solos. In: CINTRA, J. C. A.; ALBIERO, J. H. (Org.). Solos do interior de São Paulo. São Carlos: Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica; USP, v. 1, 1993. p. 177-206.
WERLANG, M. K. Configuração da rede de drenagem e modelado do relevo: conformação da paisagem na zona de transição da Bacia do Paraná na Depressão Central do Rio Grande do Sul. Tese (Doutorado em Ciências do Solo) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2004.
WRAY, R. A. L. Quartzite dissolution: karst or pseudokarst? Speleogenesis and Evolution of Karst Aquifers, p. 1- 9, abr. 2003.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2015 Andréa Valli Nummer, Luciele Oliveira De Ávila, Vinícius Duarte Guareschi, Rinaldo José Barbosa Pinheiro
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os artigos desta revista obedecem a licença Creative Commons — Attribution 4.0 International — CC BY 4.0