Artificialização de cursos d’água urbanos e transferência de passivos ambientais entre territórios municipais
reflexões a partir do caso do Ribeirão Arrudas, Região Metropolitana de Belo Horizonte - MG
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-549X..13386Palavras-chave:
Gestão de recursos hídricos, drenagem urbana, intervenções em cursos d’água, transferência de passivos ambientais municipaisResumo
Embora as históricas e tradicionais intervenções estruturais em cursos d’água urbanos sejam cada vez mais questionadas por parte da comunidade científica e setores da sociedade civil, algumas cidades brasileiras ainda insistem em priorizar esta lógica de artificialização em seus processos políticos. O caso de Belo Horizonte (MG) ilustra bem esta perpetuação das políticas de artificialização dos cursos d’água no Brasil, sendo a canalização do ribeirão Arrudas, principal eixo hidrográfico da cidade, uma das intervenções mais representativas da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Devido ao fato de não ter sido realizada sob a ótica de gestão metropolitana e sim sob a lógica tradicional das políticas intramunicipais, essa intervenção trouxe como consequência a manifestação de impactos negativos no território de Sabará, uma vez que, neste município, o Ribeirão volta a drenar sob a condição de leito natural. Assim, a partir da realização de visita de campo, consulta à literatura específica do tema, elaboração de mapas e o desenvolvimento de análises de caráter qualitativo, objetiva-se, por meio do estudo de caso do Ribeirão Arrudas em Belo Horizonte, apresentar reflexões sobre os efeitos socioambientais das intervenções estruturais em cursos d’água urbanos, bem como os conflitos municipais resultantes da transferência de passivos ambientais entre municípios.
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