O impacto da descanalização e restauração de sistemas fluviais no microclima urbano
estudo de caso Ribeirão Arrudas, Belo Horizonte (MG)
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-549X.2020.21391Palavras-chave:
descanalização, microclima urbano, Ribeirão ArrudasResumo
Belo Horizonte apresenta uma expressiva rede hidrográfica que se perdeu na paisagem urbana devido ao constante esforço das autoridades em canalizar e cobrir os sistemas fluviais do município ao longo do tempo. No entanto, novas tendências de planejamento urbano que integram os sistemas fluviais na paisagem de forma sustentável vêm ganhando força no mundo. Nesse contexto, este estudo teve como objetivo analisar os diversos impactos que a descanalização de sistemas fluviais trazem sobre o microclima urbano, utilizando como objeto de estudo o Ribeirão Arrudas. Para estabelecer um cenário comparativo, dois abrigos meteorológicos foram instalados em contextos diferentes do ribeirão: canalizado e coberto, e descanalizado, próximo ao seu estado natural. Com a coleta dos dados primários dos abrigos, mais dados oficiais de três estações meteorológicas operadas pelo INMET, foi possível observar que ambientes com superfícies aquáticas descobertas e com margens vegetadas possuem, em média, temperatura cerca de 2°C menor e umidade relativa do ar quase 4% maior, além de ventilação com maior intensidade. Essas variações, em conjunto, proporcionam mais facilmente uma condição de conforto térmico, que auxilia no bem-estar da população dos centros urbanos.
Referências
ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J. L. M.; SPAROVEKET, G. Köppen's climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p.711-728, 1 dez. 2013. Schweizerbart.
ASSIS, W. L. O sistema clima urbano do município de Belo Horizonte na perspectiva têmporo-espacial. 2010. 299 f. Tese (Doutorado) - Curso de Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010. BORSAGLI, A. Rios Invisíveis da Metrópole Mineira. Belo Horizonte: Clube de Autores, 2016. 430 p. BORSAGLI, A.; BERNARDES, B. O Ribeirão Arrudas em Belo Horizonte: de elemento integrador e indutor da ocupação urbana para obstáculo no desenvolvimento da urbe mineira. Cadernos Proarq, Rio de Janeiro, p.86-102, dez. 2015. CAJAZEIRO, J. M. D. Análise da susceptibilidade à formação de inundações nas bacias e áreas de contribuição do Ribeirão Arrudas e Córrego da Onça em termos de índices morfométricos e impermeabilização. 2012. 101 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Geografia, Departamento de Geografia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012. CBH VELHAS. Plano Diretor de Recursos Hídricos: Unidade Territorial Estratégica Ribeirão Arrudas. Belo Horizonte, 2016. 12 p. CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais) - Serviço Geológico do Brasil. 2004. Disponível em: < http://siga.cbhvelhas.org.br/portal/sigaweb.zul>. Acesso em: 12 out. 2019. FERREIRA, D. G.; ASSIS, E. S.; KATZSCHNER, L. Construção de um mapa climático analítico para a cidade de Belo Horizonte, Brasil. urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, v. 9, n. suppl 1, p. 255–270, out. 2017. GARTLAND, L. Ilhas de calor: como mitigar zonas de calor em áreas urbanas. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. 248 p. HEIJS, Jan; YOUNG, Damian. Bringing Light to the Water: stream daylighting in the Auckland region and beyond. In: WATER NEW ZEALAND STORMWATER CONFERENCE, 2012. MACHADO, A. J.; AZEVEDO, T. R. Parametrização da emissão termoradiativa aplicada à análise do conforto urbano. GEOUSP – Espaço e Tempo, São Paulo, n.19, p.179-198. 2006.
MENDONÇA, F.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Texto, 2007. 206 p.
MONTEIRO, C. A. F. Análise rítmica em climatologia; problemas da atualidade climática em São Paulo e achegas para um programa de trabalho. São Paulo, Série Climatologia Dinâmica I, USP-IG, 1971, 21p.
NUNEZ, M; OKE, T. R. The energy balance of an urban canyon. Applied Meteorology, v.16, p.11-19. Jan. 1977.
OLIVEIRA, M. T. de. Estudo de movimentos de massa gravitacionais no município de Belo Horizonte, MG. 2009. 279 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2009.
OKE, T. R. Canyon geometry and the nocturnal urban heat island: comparison of scale and field observations. Journal of Climatology, v.1, p.237-254, 1981.
PBH. Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 2016/2019. Belo Horizonte, 2016.358 p.
SEZERINO, M. L; MONTEIRO, C. A. F. O campo térmico da cidade de Florianópolis; primeiros experimentos. GEOSUL, Florianópolis, v.5, n.9, p.20-60. 1990.
SILVA, A. J.; NASCIMENTO, C. R. C.; SILVA, L. F.; LUCAS, T. P. B. Análise topoclimática em unidade de conservação urbana a partir da temperatura e umidade relativa do ar. E-SCIENTIA, v. 4, p. 2, 2011.
STEWART, I. D.; OKE, T. R. Local climate zones for urban temperature studies. Bulletin of the American Meteorological Society, v. 93, n. 12, p. 1879–1900, 2012.
THORNTHWAITE, C. W.; MATHER, J. R. The water balance. Publication in Climatology, Laboratory of Climatology, Centerton, v. 8, n.1. 1955.
YAP, D; OKE, T. R. Sensible heat fluxes over an urban area: Vancouver, B.C. Journal of Applied Meteorology, v.13, p.880-890, dez. 1974.
Downloads
Publicado
Versões
- 2022-03-31 (2)
- 2020-08-11 (1)
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Amanda Granha Magalhães Gomes e Silva, Wellington Lopes Assis
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os artigos desta revista obedecem a licença Creative Commons — Attribution 4.0 International — CC BY 4.0
