Sertão à vista
os planos e os trilhos cearenses no Segundo Reinado
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-549X.2021.29162Palavras-chave:
Sertão, Geografia Histórica, Integração Nacional, Segundo Reinado, Modernização TerritorialResumo
O presente artigo trata-se de reflexões sobre a questão ferroviária cearense no final do século XIX diante das condições político-econômicas no chamado surto ferroviário do II Reinado. Para tal, a partir de fontes primárias somadas à bibliografia selecionada, relacionamos esse movimento na sede do Poder Imperial diretamente com a burguesia comercial fortalezense, capitaneada pelo Senador Pompeu. Essa última, a partir de um projeto ferroviário, visava o domínio sobre o sertão e desbancar a classe comercial da Vila de Aracati com a centralização dos fluxos em Fortaleza. Nesse sentido, evidenciamos como a viabilidade do projeto fora possibilitada sobretudo a partir do uso do sertão enquanto lugar a ser conquistado pela lógica comercial capitalista, tornando-se ideologicamente uma porta de entrada para os planos de integração nacional almejados pela Corte. Ao fim, transforma-se o projeto ferroviário cearense em uma questão estratégica para o Império incorporando a então província aos processos de modernização territorial do referido período.
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