Compartimentação geomorfológica da Bacia do Ribeirão das Lajes – Buritizeiro (MG)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-549X.2022.45267

Palavras-chave:

Cartografia geomorfológica, Morfometria do relevo, Unidades Morfológicas, Taxonomia do Relevo

Resumo

O mapeamento geomorfológico é uma importante ferramenta para o planejamento ambiental. Neste contexto, este artigo objetiva compartimentar as formas de relevo da bacia hidrográfica do Ribeirão das Lajes, afluente da margem esquerda do rio São Francisco localizada no município de Buritizeiro, Norte de Minas Gerais. Para tanto, partiu-se da proposta taxonômica do relevo, mediante aos critérios morfométricos de hipsometria, de declividade e densidade e profundidade de drenagem, com a finalidade de reconhecer as particularidades referentes a cada unidade morfológica compartimentada, contribuindo na organização da Carta de Unidades Morfológicas. Como resultados, foram reconhecidos cinco compartimentos sobre as unidades morfoesculturais da Depressão Sanfranciscana e Planalto Areado, relacionados aos contextos geológicos e pedológicos da bacia, bem como as observações registradas em campo. Na Depressão Sanfranciscana foram reconhecidas as unidades denudacionais de Topo Convexo (Colinas) e Agradacional (Apf e Atf). Já o Planalto do Areado apresenta três unidades, intituladas por Denudacional Escarpada (escarpa erosiva), Denudacional de Topo Tabular (planalto tabular) e Denudacional de Topo Aguçado e Convexo (planalto residual). Compreende-se que a bacia do Ribeirão das Lajes apresenta elevada suscetibilidade à dinâmica erosiva, mesmo em áreas onde as variáveis morfométricas e morfográficas denotam classes menos expressivas, como no caso do planalto tabular onde se alojam as veredas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AUGUSTIN, C.H.R.R; MELO, D.R. de; ARANHA, P.R. A. Aspectos geomorfológicos de Veredas: um ecossistema no bioma Cerrado, Brasil. Revista Brasileira de Geomorfologia: v. 10, nº 1, p.103-114 2009.

BAGGIO FILHO, H. Contribuições naturais e antropogênicas para concentração e distribuição de metais pesados em água superficial e sedimento de corrente na Bacia do Rio do Formoso, município de Buritizeiro - MG. 2008. 216 f. Tese (Doutorado em Geologia) – Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Geociências, Belo Horizonte, 2008.

BARBOSA, G.V.; SILVA, T.C.; NATALI FILHO, T.; DEL’ARCO, D.M.; COSTA, R.C.R. Evolução da metodologia para mapeamento geomorfológico do RADAMBRASIL. Boletim Técnico, Série Geomorfologia, Rio de Janeiro, p. 3-26, 1984.

BONZANINI, H.L.; LUPINACCI, C.M.; SANCHES, R.M. Análise Morfométrica e Feições Erosivas na Bacia Hidrográfica do Rio Taturi (PR). Geografia, Londrina, v. 31, n. 1, p. 237-257, 2022.

BOTELHO. R.G.M.; PELECH, A.S. Do mapeamento geomorfológico do IBGE a um Sistema Brasileiro de Classificação do Relevo. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v. 64, n. 1, p. 183-201, 2019.

BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771,de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília, 28 de maio de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em: 19 mar. 2021.

CASSETI, V. Geomorfologia. Goiânia: [S.I.], 2005. Disponível em: <http://www.funape.org.br/geomorfologia/>. Acesso em: 19 mar. 2021.

CETEC, FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE MINAS GERAIS. Diagnóstico ambiental do estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1983. lv. (Série de Publicações Técnicas, 10).

CODEMIG, COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico. Carta Geológica Folha Ibiaí (SE-23-X-B-VI). Departamento de Serviço Geográfico, Belo Horizonte, 2013a. Escala 1:100.000.

CODEMIG, COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE MINAS GERAIS; Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico. Carta Geológica, Folha Pirapora (SE-23-X-C-I). Departamento de Serviço Geográfico, Belo Horizonte, 2013b. Escala 1:100.000.

COSTA, L.R.F. Considerações sobre as macrounidades geomorfológicas do estado de Minas Gerais – Brasil. William Morris Davis - Revista de Geomorfologia, v.2, n.1, p. 1-9, 2021.

CPRM, SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL. Carta Geológica: Folha Santa Fé de Minas (SE-23-V-B-VI). Gerência de Relações Institucionais e Desenvolvimento, Rio de Janeiro, 2002a. Escala 1:100.000.

CPRM, SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL. Carta Geológica Folha Serra do Jatobá (SE-23-V.B.III). Gerência de Relações Institucionais e Desenvolvimento, Rio de Janeiro, 2002b. Escala 1:100.000.

CPRM, SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL; CODEMIG, COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE MINAS GERAIS. Mapa geológico do estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: CPRM, 2014. Escala 1:1.000.000.

CUNHA, C.M.L.; QUEIROZ, D.S. A Cartografia Geomorfológica de Detalhe: Uma Proposta visando a Multidisciplinaridade. Revista CLIMEP, Rio Claro, vol. 7, nº. 1-2, p. 22-45, 2012.

DE BIASI, M. Cartas de declividade: confecção e utilização. Geomorfologia. São Paulo: n. 21, p. 8-13, 1970.

DE BIASI, M. A Carta Clinográfica: os métodos de representação e sua confecção. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, n.6, p. 45-60, 1992.

EMBRAPA, EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Levantamento exploratório - reconhecimento de solos do Norte de Minas Gerais; área de atuação da SUDENE. Recife, EMBRAPA/SN LCS—SUDENE/DRN, 1979.

EMBRAPA, EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 5ª ed. – Brasília, DF: EMBRAPA, 2018. 356p.

FEAM, FUNDAÇÃO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE. Mapa de solos de Minas Gerais: legenda expandida. Belo Horizonte: Fundação Estadual do Meio Ambiente/UFV/CETEC/UFLA/FEAM, 2010. 49 p.

GUERRA, A.J.T. Geomorfologia e Planejamento Ambiental – Conceitos e Aplicações. Revista de Geografia, Recife, v. 35, n. 4 (especial XII SINAGEO), p. 269- 287, 2018.

HUBP, J.I.L. Elementos de Geomorfologia Aplicada (Metodos Cartograficos). México D.F.: Universidad Nacional Autonoma de México, 1988.

IBGE, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual técnico de geomorfologia. Rio de Janeiro: 2ª ed. IBGE, 2009. 182 p.

IBGE, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. 1° Workshop Sobre o Sistema Brasileiro de Classificação de Relevo. Rio de Janeiro: IBGE, 2020.

INPE, INSTITUTO DE PESQUISAS ESPACIAIS. Adamantina, São Paulo. São José dos Campos: INPE, 2021. 1 imagem de satélite, color. Satélite CBERS 4A. Disponível em: <http://www.dgi.inpe.br/catalogo/>. Acesso em: 11 jun. 2021.

MELO, D.R. Evolução das Veredas sob Impactos Ambientais nos Geossistemas Planaltos de Buritizeiro/MG. Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Geociências, Belo Horizonte, 2008.

MINISTÉRIO DO EXÉRCITO, Diretoria de Serviços Geográficos. Cartas Topográficas: Folhas Ibiaí (SE-23-X-A-IV), Serra do Jatobá (SE-23-V-D-III), Pirapora (SE-23-X-C-I) e Santa Fé de Minas (SE-23-V-B-VI). Departamento de Serviço Geográfico, Belo Horizonte, 1973. Escala 1:100.000.

MURRAY, A.B., LAZARUS, E., ASHTON, A., BAAS, A., COCO, G., COULTHARD, T., FONSTAD, M., HAFF, P., MCNAMARA, P., PAOLA, C., PELLETIER, J., REINHARDT, L. Geomorphology, complexity, and the emerging science of the Earth's surface. Geomorphology, v. 103, n. 3, p. 496-505, 2009.

NOGUEIRA, T.; JUNIOR, J.F.P.; RODRIGUES, S.C. Compartimentação morfológica com base em dados SRTM: estudo de caso bacia do rio Uberabinha, Uberlândia-MG. Revista Geografia Acadêmica, v. 2, n. 2, p. 154-169, 2008.

OLIVEIRA, M.D.N. Susceptibilidade potencial à erosão na bacia hidrográfica do Ribeirão da Areia – Buritizeiro, MG [manuscrito]: uma análise geográfica com ênfase na geomorfologia. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes, Programa de Pós-Graduação em Geografia/PPGEO, 2018.

RODRIGUES, H.S.M.C.; CASTRO, S.S. Avaliação da expansão recente da cana-de-açúcar em solos frágeis na microrregião Vale do Rio dos Bois, Go. In.: CASTRO, S.S.; HERNANI, L.C. (eds.). Solos frágeis: caracterização, manejo e sustentabilidade. Brasília, BF: Embrapa, p. 271-292, 2015.

ROSS, J.L.S. Geomorfologia, Ambiente e Planejamento. São Paulo: Ed. Contexto, 1990.

ROSS, J.L.S. O registro cartográfico dos Fatos Geomórficos e a questão da Taxonomia do Relevo. Revista do Departamento de Geografia - FFLCH-USP, São Paulo, n. 6, p. 17-29, 1992.

SATO, S.E.; LUPINACCI, C.M. Mapeamento geomorfológico de detalhe. In.: SIMON, A.L.H.; LUPINACCI, C.M. (orgs.). A cartografia geomorfológica como instrumento para o planejamento. Pelotas, Ed da UFPel, p. 13-21, 2019.

SILVA, I.A.S. Natureza em movimento: investigações desenvolvidas por Dirce Suertegaray para estudos sobre arenização. Revista Cerrados, Montes Claros, v. 18, n. 1, p. 331-351, 2020.

SILVA, M.L. Mapeamento de superfícies aplainadas no norte de Minas Gerais. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 09, n. 02, p. 526-545, 2016.

SILVA, M.M.; LUPINACCI, C.M. Análise de variáveis morfométricas da Alta Bacia do Ribeirão da Boa Vista- Corumbataí (SP): subsídios ao planejamento ambiental de paisagem rural em escala de detalhe. Geografia, Rio Claro-SP, v. 46, n. 1, p. 1-24, 2021.

SILVEIRA, A.; LUPINACCI, C. M. Contribuições da cartografia geomorfológica de detalhe para o planejamento urbano In: SIMON. A. L. H.; LUPINACCI, C. M. (Orgs.). A cartografia geomorfológica como instrumento para o planejamento. Pelotas, Ed. da UFPel, p. 80-96, 2019. 172.

SILVEIRA, A.; SILVEIRA, P.B.; LUPINACCI, C.M. Análise morfométrica em bacia hidrográfica: instrumento para o planejamento ambiental. In: FIGUEIRÓ, A.S.; DI MAURO, C.A. (Orgs.). Governança da água: das políticas públicas à gestão de conflitos. 1ª ed. Campina Grande: EPTEC, v. 1, p. 76-88, 2020.

SOUZA, F.C.R. de. Condicionantes naturais e antropogênicas dos processos erosivos na bacia do rio do Formoso em Buritizeiro (MG). Revista Cerrados, [S. l.], v. 7, n. 01, p. 63–78, 2009.

SOUZA, T.A.; ANDRADE, R.V.; LUPINACCI, C.M. Análise Geomorfológica da Transição Cuestas-Depressão Periférica: A Alta Bacia do Rio Passa Cinco (SP) como estudo de caso. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 13, n. 02, p. 465-486, 2020.

STEFANUTO, E.B. Morfoestruturas e processos evolutivos na faixa de transição cuesta-depressão periférica - Região de Analândia (SP). 2016. 49 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Geografia) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Rio Claro - SP, 2016.

STEFANUTO, E.B.; LUPIINACCI, C.M. Características morfoestruturais do relevo em setor de cuestas: um estudo em Analândia (SP). Revista Brasileira de Geografia Física, v. 09, n. 04, p. 1197-1211, 2016.

TRINDADE, W.M. Condicionantes litoestruturais da origem e desenvolvimento de processos erosivos e arenização na bacia do Rio do Formoso – Buritizeiro/MG. Monografia (Conclusão de Curso em Geografia) – Universidade Estadual de Montes Claros, Pirapora, 2007.

VENTURI, L.A.B. Técnicas e a observação na pesquisa. In. VENTURI, L. A. B. (org). Geografia: práticas de campo, laboratório e sala de aula. São Paulo: Editora Sarandi, 2011.

VIANA, V.M.F.C. Estudo geológico ambiental das veredas do Rio do Formoso no município de Buritizeiro, Minas Gerais. Dissertação (Mestrado em Geologia) – Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Geociências, Belo Horizonte, 2006.

Downloads

Publicado

2023-07-03

Como Citar

Santos Júnior, A. das G. J. dos, & Silveira, A. (2023). Compartimentação geomorfológica da Bacia do Ribeirão das Lajes – Buritizeiro (MG). Revista Geografias, 18(2), 86–107. https://doi.org/10.35699/2237-549X.2022.45267

Edição

Seção

Artigos