UM ESTUDO SOBRE A LINGUAGEM DA CATEGORIA DA OBRA
Palavras-chave:
Obra., Linguagem, Violência, Eric WeilResumo
Na Lógica da filosofia de Eric Weil, a obra aparece como ruptura com o absoluto, atitude da violência pura, cuja oposição se realiza pelo agir, portanto, é muda. E mesmo assim, essa atitude possui uma linguagem. Nosso objetivo é compreender como essa contradição é possível, caracterizando a linguagem da qual a obra faz uso. Para tanto, propomos uma pesquisa dividida em três seções. Na primeira, apresentamos a distinção entre linguagem e discurso conforme entendido por Weil. Assim surge o recurso por meio do qual se entende o empréstimo de um discurso à violência, o que permite acessar sua linguagem.
Na segunda seção propomos uma divisão da linguagem da obra em três níveis: do fenômeno, da formalidade e da forma. Nessa seção também discutimos um exemplo da formalidade com a categoria da condição. Na terceira seção, propomos seis traços que constituem o terceiro nível da linguagem da obra: mito, metáfora, sentimento, serventia, proposição e imperativo. Finalizamos com uma revisão dos aspectos trabalhados à luz da mentira e com a proposta de um imperativo que se opõe ao imperativo da obra, portanto, à sua linguagem.
Downloads
Referências
ARENDT, H. “Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal”. Tradução José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
BERNARDO, L. M. A. V. “Linguagem e discurso: uma hipótese hermenêutica sobre a filosofia de Eric Weil”. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2003.
BIGNOTTO, N. “Bolsonaro e o bolsonarismo entre o populismo e o fascismo”. In: BIGNOTTO, N. et al. Linguagem da destruição: a democracia brasileira em crise. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
CAILLOIS, R. “La violence pure est-elle démoniaque?” In: Actualité d’Éric Weil. Paris: Éditions Beauchesne, 1984. pp. 213-222.
CANIVEZ, P. “Weil”. Paris: Les Belles Lettres, 1999.
______. “Le sa politique et logique dans l’oeuvre d’Eric Weil”. Paris: Eitions Kimé, 1993.
GUIBAL, F. “La philosophie et son ‘autre’: Réflexions à partir de l’oeuvre d’Éric Weil”. In: Actualité d’Éric Weil. Paris: Éditions Beauchesne, 1984, pp. 105-117.
JASPERS, K. “A questão da culpa: a Alemanha e o nazismo”. Tradução C. Dornbusch. São Paulo: Todavia, 2018.
KIRSCHER, G. “Eric Weil ou la raison de la philosophie”. Paris: Presses Universitaires du Septentrion, 1999.
______. “Figures de la violence et de la modernité: Essais sur la philosophie d’Eric Weil”. Lille: Presses Universitaires de Lille, 1992.
______. “La philosophie d’Eric Weil”. Paris: Presses Universitaires de France, 1989.
PLATÃO. “A república”. Tradução, introdução e notas E. M. Teixeira. Fortaleza: Edições UFC, 2009.
PERINE, M. “Platônicos sem mito e sem deus”. In: PERINE, M., COSTESKI, E. (eds.). Violência, educação e globalização: compreender o nosso tempo com Eric Weil. São Paulo: Edições Loyola, 2016.
______. “Filosofia e violência: sentido e intenção da filosofia de Éric Weil”. São Paulo: Edições Loyola, 1987.
QUILLIEN, J. “De la sagesse comme fin de la Logique de la Philosophie: Sens et présence, poésie et philosophie”. Annali della Scuola Normale Superiore di Pisa, Vol. XI, Nr. 3, pp. 1223-1242, 1981.
______. “Discours et langage ou ‘Logique de la philosophie’”. Archives de Philosophie, Nr. 33, pp. 401-438. Paris: Beauchesne, 1970.
RICOEUR, P. “Violência e linguagem”. In: Leituras 1: Em torno ao político. Tradução M. Perine. São Paulo: Edições Loyola, 1995.
______. “De l’Absolu à la sagesse par l’Action”. In: Actualité d’Éric Weil. Paris: Éditions Beauchesne, 1984. pp. 407-423.
SAVADOGO, M. “O sentido da oposição entre razão e violência segundo Eric Weil”. In: PERINE, M., COSTESKI, E. (eds.). Violência, educação e globalização: compreender o nosso tempo com Eric Weil. São Paulo: Edições Loyola, 2016.
______. “Éric Weil et l’achèvement de la philosophie dans l’Action”. Namur: Presses Universitaires de Namur, 2003.
STANLEY, J. “Como funciona o fascismo: a política do ‘nós’ e ‘eles’”. Tradução B. Alexander. Porto Alegre: L&PM, 2019.
TEIXEIRA, E. “Introdução e notas”. In: PLATÃO. A república. Tradução, introdução e notas E. M. Teixeira. Fortaleza: Edições UFC, 2009.
WEIL, E. “Lógica da Filosofia”. Tradução L. C. Malimpensa. São Paulo: É Realizações, 2012.
______. “Filosofia política”. Tradução M. Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2011.
______. “La culture”. Philosophie et réalité II. Paris: Beauchesne Éditeur, 2003.
______. “Masses et individus historiques”. In: Essais et conférences: tome II. Paris: Librarie Philosophique J. Vrin, 1991.
______. “La morale de l’individu et la politique”. In: Essais et conférences tome I. Paris: Librairie Plon, 1970.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Kriterion
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.