Representação do Ócio no Brasil no Início do Século XIX a Partir da Obra de Debret
Relações entre Lazer e Arte
DOI:
https://doi.org/10.35699/1981-3171.2020.19592Palabras clave:
Atividades de Lazer, Pintura, ArteResumen
O presente artigo traz uma reflexão teórica realizada por meio de análise de três obras produzidas pelo artista francês Jean-Baptiste Debret durante o período em que esteve no Brasil, no início do século XIX. As obras selecionadas foram analisadas com base na teoria e conceitos propostos pelo historiador da arte Michael Baxandall. Assim, o objetivo foi destacar obras de Debret que representassem cenas de gênero mostrando momentos de ócio e lazer para, a partir delas, aplicar a metodologia de observação de obras de arte proposta por Baxandall. O método empregado foi de abordagem qualitativa com enfoque indutivo na análise dos dados coletados, bem como a pesquisa é bibliográfica e empreendida pelo uso de fontes secundárias. Por fim, considerou-se que as obras de Debret retratam muito mais do que cenas de gênero, sendo também testemunhos históricos no tocante a hábitos e costumes marcantes de uma sociedade de época.
Referencias
ALGRANTI, L. M. Famílias e vida doméstica. In: NOVAIS, F. et al. (Org.) História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América portuguesa. v. 1. São Paulo: Cia das Letras, 1997.
BARRA, S. H. da S. A cidade corte: o Rio de Janeiro no início do século XIX. COLÓQUIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA CULTURAL DA CIDADE, 1. Anais... p. 792-805. UFRGS: Porto Alegre, 2015.
BAXANDALL, M. O olhar renascente: pintura e experiência social na Itália da Renascença. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.
______. Sombras e luzes. São Paulo: Edusp, 1997.
______. Padrões de intenção. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
CAMPOFIORITO, Q. A missão artística francesa e seus discípulos, 1816-1840. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
DEBRET, J. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Itatiaia: Edusp, 1989.
DE GRAZIA, S. Tiempo, trabajo y ócio. Madrid: Editorial Tecnos, 1966.
DE MASI, D. A economia do ócio. Rio de Janeiro: Sextante, 2000.
DIAS, E. A representação da realeza no Brasil: uma análise dos retratos de D. João VI e D. Pedro I, de Jean-Baptiste Debret. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 243-261, jan.-jun. 2006.
DUMAZEDIER, J. Sociologia empírica do lazer. São Paulo: Perspectiva, 1979.
ELIAS, N.; DUNNING, E. A busca da excitação: desporto e lazer no processo civilizacional. Trad. Maria Manuela Almeida e Silva. Lisboa: Difel, 1992.
GOMBRICH, E. H. História da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
GOMES, C. L. Significados de recreação e lazer no Brasil: reflexões a partir da análise de experiências institucionais (1926-1964). 322 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003.
______. Lazer: ocorrência histórica. In: GOMES, C. L. (Org.). Dicionário crítico do lazer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. p. 133-141.
______. Lazer e trabalho. Brasília: SESI/DN, 2005.
KARASCH, M. C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1808-1850). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
MAGNUS, C. M. A trajetória do lazer no Brasil. Relatório final do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica. Escola de Administração de Empresas de São Paulo – Fundação Getúlio Vargas: São Paulo, 2002.
MARCELLINO, N. C. Lazer e humanização. Campinas: Papirus, 1983.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2003.
MASCARENHAS, F. Entre o ócio e o negócio: teses acerca da anatomia do lazer. 2005, 307 f. Tese (Doutorado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.
MEDEIROS, E. B. Lazer: necessidade ou novidade? Rio de Janeiro: SESC, 1975.
MELO, V. A.; ALVES JUNIOR, E. D. Introdução ao lazer. Barueri: Manole, 2003.
______. Educação do corpo - bailes no Rio de Janeiro do século XIX: o olhar de Paranhos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 40, n. 3, p. 751-766, set. 2014.
MUNNÉ, F. Psicossociología del tiempo libre: um enfoque crítico. México: Trillas, 1980.
O’NEIL, T. A vinda da família real portuguesa para o Brasil. São Paulo: Editora José Olympio, 2007.
PESAVENTO, S. Uma cidade sensível sob o olhar do “outro”: Jean-Baptiste Debret e o Rio de Janeiro (1816 – 1831). Fênix – Revista de História e Estudos Culturais, v. 4, n. 4, p. 1-18, dez. 2007.
SOUZA, M. de M. e. Reis Negros no Brasil Escravista: História da Festa de Coroação de Rei Congo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.
THOMAS, K. Work and leisure in pre-industrial society. Past and Present, v. 29, n. 1, p. 50-62, dez. 1964.
TREVISAN, A. Velhas imagens, novos problemas: a redescoberta de Debret no Brasil modernista (1930-1945). 386 f. Tese (Doutorado em Sociologia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
YIN, R. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed., Porto Alegre: Bookman, 2005.