A Rede de Dormir no Comércio Eletrônico

Mediações do Mercado na Experiência do Ócio e da Cultura Material

Autores

  • Juan Sebastián Restrepo González Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • José Alfredo Oliveira Debortoli Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.35699/1981-3171.2019.15314

Palavras-chave:

Comércio Eletrônico, Rede de Dormir, Atividades de Lazer, Cultura Material

Resumo

Este artigo apresenta uma aproximação ao ócio a partir da cultura material, explorando a mediação feita pelo mercado como mecanismo de circulação e tradução da cultura. Em particular, o texto trata das relações contemporâneas entre o ócio e a rede de dormir a partir da análise das estratégias de empresas de comercio eletrônico internacional, de seus ambientes virtuais e das redes ofertadas. Por meio do conteúdo multimídia e dos comentários de outros usuários, cria-se uma experiência virtual da rede de dormir física, a qual é apresentada como um bem cultural sofisticado. As promessas de descanso e prazer veiculadas nos sites dependem, para se tornar concretas, de relações localizadas entre o usuário e o móvel. Os processos de circulação da rede retratam a plasticidade material e simbólica deste móvel, assim como a capacidade humana, e por extensão da indústria e do mercado global, para ressignificar os signos sociais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BAÑOS, Othón. Hamaca y cambio social en Yucatán. Chetumal: Revista Mexicana del Caribe, México, n. 15, p. 169-214, 2002.

BAPTISTA, Maria Manuel. Ócio, temporalidade e existência: uma leitura à luz da fenomenologia e hermenêutica heideggereanas. Aveiro: Revista Lusófona de Estudos Culturais, v. 1, n. 2, p. 173-182, 2013.

BHABHA, Homi K. DissemiNation: time, narrative, and the margins of the modern nation. In: BHABHA, Homi K. (ed.). Nation and Narration. London and New York: Routledge, 1990. p. 291-322.

BHABHA, Homi K. Cómo entra lo nuevo al mundo. Espacio posmoderno, tiempos poscoloniales y las pruebas de la traducción cultural. In: El lugar de la cultura. Buenos Aires: Manantial, 1994. p. 257 -284.

BROUGÈRE, Gilles. Brinquedo e Cultura. São Paulo: Cortez, 1994.

CAMPOS, Roberto. Hamacas, erotismo y medicina: una visión histórica y antropológica. Distrito Federal: Revista de la Universidad de Yucatán, México n. 208-211, p. 43-56. Ene-Dic, 1999.

CASCUDO, Luís da Câmara. Rede de dormir. Uma pesquisa Etnográfica. São Paulo: Global, 2003.

CSIKSZENTMIHALYI, Mihaly; CSIKSZENTMIHALYI, Isabella Selega (ed.). Optimal experience: psychological studies of flow in consciousness. Cambridge: Cambridge University Press, 1988.

______. Design and Order in Everyday Life. Cambridge: Design Issues, The MIT Press, v. 8, n. 1, p. 26-34, (Autumn) 1991. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/1511451. Acesso em: 08 ago. 2016.

______. Why We Need Things. In: LUBAR, Steven; KINGERY, W. David (ed.). History from Things, essays on Material Culture. Washington, DC: Smithsonian Institution Press, 1993. p. 20- 29.

______. Ocio y creatividad en el desarrollo humano. In: CSIKSZENTMIHALYI, Mihaly; et al. Ocio y desarrollo. Potencialidades del ocio para el desarrollo humano. Bilbao: Universidad de Deusto, 2001. p. 17-32.

CUENCA CABEZA, Manuel; CUENCA AMIGO, Macarena. O encontro entre o ócio e a cultura: reflexões sobre ócio criativo desde a investigação empírica. In: BAPTISTA, Maria Manuel; VENTURA, Anne. (org.) Do ócio- debates no contexto contemporâneo. Coimbra: Grácio, 2014. p. 11-32.

FLOOD, Finbarr B. Objects of Translation: Material Culture and Medieval "Hindu-Muslim" Encounter. New Jersey: Princeton University Press, 2009.

FONSECA, Raphael. Redes de dormir. Revista Carbono, n. 3, 2013. Disponível em: http://revistacarbono.com/artigos/03redes-de-dormir-raphael-fonseca Acesso em: 13 jul. 2016.

GOMES, Christianne. Mapeamento histórico do lazer na America Latina: em busca de novas abordagens para os estudos sobre o tema. In: ISAYAMA, Hélder F.; SILVA, Ricardo. (orgs.). Estudos do lazer: um panorama. Rio de Janeiro: Apicuri, 2011. p. 146-164.

GONZÁLEZ, J. Sebastián Restrepo. Ao vaivém do ócio. Circulação e Tradução da Rede de Dormir no Comércio Eletrônico. 2017. 113 f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, 2017.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 10. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

HINE, Christine. Virtual Ethnography. London: Sage, 2000.

HOUAISS, Antônio. Minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.

INGOLD, Tim. Being alive: essays on movement, knowledge and description. New York: Routledge, 2011.

______. Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 18, n. 37, p. 25-44, jan./jun. 2012.

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994.

______. Reagregando o social. USC/ Salvador, BA: EDUFBA, 2012.

LEMONNIER, Pierre. The study of material culture today: Toward an anthropology of technical systems. Journal of Anthropological Archaeology, v. 5, n. 2, 1986.

MARTINS, José Clerton de Oliveira. Lazeres e tempos livres, entre os ócios desejados e os negócios necessários. São Paulo: Revista do centro de pesquisa e formação SESC, n. 02, p. 51-58, maio, 2016.

MELLO, Antônio da Silva. O uso da rede, do berço e da cadeira de balanço e as suas vantagens. In: CASCUDO, Luís da Câmara. Rede de dormir. Uma pesquisa Etnográfica. São Paulo: Global, 2003.

MONTEIRO, Vicente do Rego. A rede, a grande inimiga da Civilização Nordestina. Fronteiras; Recife, Ano VII, n. 11, nov. 1938. In: CASCUDO, Luís da Câmara. Rede de dormir. Uma pesquisa Etnográfica. São Paulo: Global, 2003.

OECD, Organisation for Economic Cooperation and Development. Economic and Social Impact of E-commerce: Preliminary Findings and Research Agenda, OECD Digital Economy Papers, No. 40, Paris: OECD Publishing. 1999. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1787/236588526334 Acesso em: 30 Abr. 2016.

SALIS, Viktor D. Ensaiando uma epistemologia do ócio. São Paulo, Revista do centro de pesquisa e formação SESC, n. 20, p. 30-38, maio, 2016.

SANTOS, Cristina. A dimensão simbólica do discurso publicitário. Biblioteca on-line de Ciências da Comunicação, Covilhã: UBI (Universidade da Beira Interior), 2011. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/santos-cristina-a-dimensao-simbolica-do-discurso-publicitario.pdf Acesso em: 30 set. 2015.

SARAMAGO, José. Objecto quase. São Paulo: Companhia das letras, 1994, p. 78.

SAWYER, S., JARRAHI, M.H. The Sociotechnical Perspective. In: TOPI, Heikki, TUCKER, Allen (ed.). Information Systems and Information Technology, Volume 2 (Computing Handbook Set). Boca Raton: Taylor and Francis, 2014.

WARNIER Jean-Pierre. A Mundialização da Cultura. São Paulo: EDUSC, 2003.

WOLFE, Audra J. Nylon: A Revolution in Textiles. Philadelphia: Chemical Heritage v.26, n.3, Fall, 2008. Disponível em: http://www.chemheritage.org/discover/media/magazine/editions/26-3-fall-2008.aspx Acesso em: 13 jul. 2016.

Downloads

Publicado

2019-09-26

Como Citar

González, J. S. R., & Debortoli, J. A. O. (2019). A Rede de Dormir no Comércio Eletrônico: Mediações do Mercado na Experiência do Ócio e da Cultura Material. LICERE - Revista Do Programa De Pós-graduação Interdisciplinar Em Estudos Do Lazer, 22(3), 321–355. https://doi.org/10.35699/1981-3171.2019.15314

Edição

Seção

Artigos Originais