Carnaval de Rua em Belo Horizonte

Interstícios de Insurgências Sociais e de Apropriações do Mercado Cultural (2010 a 2020)

Autores

  • Denise Falcão Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
  • Hélder Ferreira Isayama Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.34916

Palavras-chave:

Atividades de Lazer, Cultura, Carnaval, Consumo

Resumo

A presente pesquisa tem como objetivo a analisar mudanças ocorridas no carnaval de rua de Belo Horizonte, entre os anos de 2010 e 2020, que o transformou no maior evento turístico-cultural da cidade. O estudo de natureza qualitativa e utilizou como procedimentos metodológicos as pesquisas bibliográfica e documental, a fala de atores que participam da organização da festa e entrevistas semiestruturadas com representantes de blocos de rua e gestores públicos. A perspectiva crítica da análise revela que desde os primórdios dessa festa, essa efervescência coletiva apresenta traços de insurgências sociais populares e de tentativas de organização da festa pelo poder público, processo semelhante ao que acontece atualmente com a festa na capital mineira. No entanto, a essa festa nacional sofre interferências diretas de um mercado econômico cultural que atua na e para a festa. O esforço foi de trazer à tona relações que se estabeleceram entre um carnaval como foco e engajamento com pautas políticas-sociais, alicerçado em um cenário mercadológico. Muitas dessas tensões surgiram no fazer e na apropriação do carnaval pela sociedade, nas lutas, nas reivindicações e nas irreverências dos atores sociais apontando o jogo de forças político-econômico-social entre os que fazem a festa (população), os gestores públicos e o mercado econômico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABIH/MG. Relatório da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerais. Disponível em: http://abihmg.com.br/hotelaria-teve-o-melhor-desempenho-dos-ultimos-anos-em-2019-avalia-fohb/ acesso em: 22/03/2020.

ADORNO, T. W. & HORKHEIMER, M. Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.

AMORIM, Patrícia e ANDRÉ, Paula. Movimento Praia da Estação: dinâmicas urbanas, cultura e criatividade. Laboratório Colaborativo. Dinâmicas urbanas, património e artes. Investigação, ensino e difusão. p.6-19. Évora, Portugal, 2017.

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 1999.

BOLETIM UFMG. Então Brilha completa 10 anos no carnaval 2020. 21/02/2020. Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/entao-brilha-completa-10-anos-no-carnaval-2020 acesso em: 22/03/2020.

CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE. História do Carnaval em Belo Horizonte. Disponível em https://www.cmbh.mg.gov.br acesso em 20/03/2019.

DAMATTA, Roberto. Carnavais, Malandros e Heróis: para uma Sociologia do Dilema Brasileiro. Rio de Janeiro. Rocco, 1997.

DOM Diário Oficial do Município 11 de fevereiro de 2014 disponível em: https://issuu.com/prefeituradebh/docs/20140211_dom acesso em: 23/03/2020.

DUVIGNAUD, Jean. Festas e civilizações. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1983.

FERNANDES, Nelson da N. Escolas de samba, identidade nacional e o direito a cidade. Scripta Nova: Revista Eletrónica de Geografía y Ciencias Sociales. Vol. XVI, n 418(47), 2012.

FIRJAN Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil - Edição 2019. disponível em https://www.firjan.com.br/EconomiaCriativa/pages/release.aspx aceso em: 22/03/2020.

FLORES, Moacyr. Do Entrudo ao Carnaval. Estudos Ibero-americano, v.XXII, n1, 149-161, junho, 1996.

GOHN. Maria da Gloria. Movimentos sociais no início do século XXI: antigos e novos atores sociais, edição 5°. Editora Vozes. Petrópolis/RJ, 2011.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/panorama Acesso em 18/03/2019.

IPC Maps. Release. http://www.ipcbr.com/downpress/Release_IPCMaps_2018.pdf Acesso em 18/03/2019.

LEFEBVRE, Henri. O Direito à Cidade. São Paulo: Centauro, 2001.

LIMA, C. L. C. Políticas culturais para o desenvolvimento: o debate sobre as indústrias culturais e criativas. Anais do Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, III, Salvador, Bahia, Brasil, 2007.

LIRA, Neto. Entrevista para BBC. Disponível em: https://g1.globo.com/carnaval/2017/noticia/o-samba-ja-sofreu-impacto-do-politicamente-correto-antes-diz-escritor-lira-neto.ghtml acesso em: 18/01/2020.

MACHADO, R.S. Da indústria cultural à economia criativa. ALCEU: Revista de comunicação, cultura e política PUC/Rio v. 9 - n.18 - p. 83 a 95 - jan./jun. 2009.

MAIA, Marcos V. Carnaval: história e inclusão. Entrevista para canal Opinião Minas. 2020. Disponível em: https://fb.watch/61TeVE2rjw/ Acesso em: 12/02/2020.

MARQUES, Gustavo P. Megafonizar as lutas: a experiência de radicalidade democrática das muitas e da gabinetona em Belo Horizonte. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Direito, 2019.

MELEIRO, A.; FONSECA, F. Economia criativa: uma visão global. Latitude, v. 6, n. 2, 2012.

NEVES, Magda de A.; JAYME, Juliana G.; ZAMBELLI, Paulina. Trabalho e cidade: os camelôs e a construção dos shoppings populares em Belo Horizonte. In: CUNHA, M. Daise e LAUDARES, João Bosco. Trabalho: diálogos multidisciplinares. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. p.98-123.

NEXO Jornal. O calendário e as culturas: quando começa e quanto dura. 2015.

Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/grafico/2015/12/31/O-calend%C3%A1rio-e-as-culturas-quando-come%C3%A7a-e-quanto-dura Acesso em: 11/03/19.

P7 CRIATIVO. Sobre o P7 Criativo. Disponível em: http://p7criativo.com.br/sobre/ Acesso em: 10 dez.2020.

PEREZ, Léa F. Festa, religião e cidade: corpo e alma do Brasil. Porto Alegre: Medianiz, 2009.

PEREZ, Léa F.; BELONE, Ana Paula L.; MARTINS, Marcos da C.; GOMES, Rafael B. Festas e viajantes em Minas Gerais no século XIX: compêndio de citações. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018.

PEREZ, L. F.; AMARAL, L.; MESQUITA, W. (Org.). Festa como perspectiva e em perspectiva. Rio de Janeiro: Garamond, 2012.

PBH. Prefeitura de Belo Horizonte. Empresa Municipal de Turismo. https://prefeitura.pbh.gov.br/belotur Acesso em 18/03/2019.

PLANO DE REABILITAÇÂO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, 2007. Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/politica-urbana/2018/planejamento-urbano/publicacaoes_plano_reabilita%C3%A7%C3%A3o_hipercentro_bh.pdf Acesso em: 12/08/2019.

Revista Carta Capital, 2015. https://www.cartacapital.com.br/sociedade/folioes-e-prefeitura-disputam-pelo-carnaval-em-belo-horizonte-7733/

ROSA, Maria Cristina. Festar na Cultura. In: ROSA, Maria Cristina; PIMENTEL, Giuliano G. de Assis; QUEIRÓS, Ilse Lorena Von Borstel G. de. Festa, Lazer e Cultura. Campinas: Papirus, 2002.

SUPERINTERESSANTE. Como se pode saber quando cai o carnaval de cada ano? 2016. Disponível em: https://super.abril.com.br/comportamento/carnaval/ Acesso em: 11/03/19.

SOBRE CARNAVAIS E REVOLUÇÕES, um documentário sobre a festa em BH, 2015. 1 vídeo (11:45). Publicado por Fred França. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PUHcQeRcYNw&feature=youtu.be Acesso em: 11/03/19.

Downloads

Publicado

2021-06-30

Como Citar

Falcão, D., & Isayama, H. F. (2021). Carnaval de Rua em Belo Horizonte: Interstícios de Insurgências Sociais e de Apropriações do Mercado Cultural (2010 a 2020). LICERE - Revista Do Programa De Pós-graduação Interdisciplinar Em Estudos Do Lazer, 24(2), 223–257. https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.34916

Edição

Seção

Artigos Originais