Sobre Torcedores Organizados Brasileiros em Contextos Migrantes

Um Estudo Exploratório

Autores

  • Leandro Batista Cordeiro Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
  • Silvio Ricardo da Silva Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.35699/1981-3171.2017.1647

Palavras-chave:

Migração, Futebol, Atividades de Lazer

Resumo

O objetivo do artigo é apresentar pistas e/ou evidências que demonstrem a representatividade da paixão clubística para torcedores organizados brasileiros, que migraram para o exterior, para outros lugares. Para tanto, desenvolvemos um estudo de natureza qualitativa e de caráter exploratório, no qual acessamos páginas virtuais de torcidas organizadas de clubes de futebol do Brasil, sendo encontradas no Facebook: Força Jovem, Boston, USA; Mancha Verde, Londres, Inglaterra; Galoucura, USA; Gaviões da Fiel, Japão; Fla-USA, New Jersey; Os Fanáticos, Londres; Máfia Azul, Boston. Nestas páginas buscamos palavras, expressões e frases capazes de traduzir a representatividade do clubismo para os torcedores organizados migrantes.  Concluímos que o torcer, enquanto experiência de lazer, eleva à tona a paixão dos torcedores pelos clubes e tem significados importantes para eles, mesmo em outras coordenadas geográficas.

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, M. G. Diáspora: viver entre-territorios. E entre-culturas? In: SAQUET, Marcos A.; SPOSITO, Eliseu S. (Org.). Territórios e territorialidades: teorias, processos e conflitos. São Paulo: Expressão Popular, 2009a.

______. As ambiguidades do ser ex-migrante: o retorno e o viver entre territórios. In: ______. (Org.). Territorialidades na América Latina. Universidade Federal de Goiás: Goiânia, 2009b.

______. O fluxo migratório Brasil‐França na “era da mobilidade”. Revista PerCursos. Florianópolis, v. 15, n. 28, p. 62 ‐ 94. jan./jun. 2014.

ARAÚJO, R. B. Futebol e política continuam a caminhar juntos. ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 34, Caxambu. Esporte e sociedade. Anais...Caxambu, 2010.

BITTENCOURT, R. N. Stuart Hall e os signos da identidade cultural na pósmodernidade. Revista Espaço Acadêmico, n. 154, Mar. 2014, p.129-138.

BRZOZOWSKI, J. Migração internacional e desenvolvimento econômico. Estudos avançados, v.26, n. 75, p.137-156, 2012.

CAMPOS, F. R. G. A construção do espaço de representação do futebol em Curitiba-PR. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Setor de Ciências da Terra, Universidade Federal do Paraná, 2006.

CAMPOS, P. A. F; SILVA, S. R. Paixões e Identidades. In: OLIVEIRA, L. J. Belo Horizonte F.C: Trajetórias do futebol na capital mineira. 2. ed. Belo Horizonte: Fundação Municipal de Cultura; Museu Histórico Abílio Barreto, 2014.

CARLOS, A.F.A. O lugar no/do mundo. São Paulo: Hucitec, 1996.

CASEY, E. Between Geography and Philosophy: what does it mean to be in the placeworld? Annals of the Association of American Geographers, v. 91, n. 4, 2001. p.683- 693.

CASTLES, S.; MILLER, M. The age of migration. International population movements in the modern world. 4. ed. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2009.

______. Entendendo a migração global: uma perspectiva desde a transformação social. Rev. Inter. Mob. Hum., Brasília, v. 18, n. 35, p. 11-43, jul./dez. 2010.

COELHO, J. N. Paixão f.c., a equipa de todos nós: futebol, identidades, significados e representações sociais. CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA, 4. Coimbra. Anais... Coimbra, 2000.

CORRÊA, R.L. A geografia cultural e o urbano. In: CORRÊA, R.L; ROSENDAHL, Z. Introdução à geografia cultural. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

CRESSWELL, T. On the movie: mobility in the modern western world. London: Routledge, 2006.

DAL GALLO, P. M. Lugar e identidade na experiência migrante: entre eventualidade e transitoriedade. Geograficidade, v.01, n.01, Inverno 2011, p. 44-58.

______; MARANDOLA JUNIOR, E. J. O METODO DO DIARIO: buscando a experiência de ser migrante. Ateliê Geográfico. Goiânia-GO, v. 4, n. 3, ago/2010, p.173-185.

DAMO, A. S. Para o que der e vier: o pertencimento clubístico no futebol brasileiro a partir do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e seus torcedores. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós Graduação em Antropologia Social. Porto Alegre: 1998.

______. Bons para torcer, bons para se pensar: os clubes de futebol no Brasil e seus torcedores. Motus Corporis: Revista de Divulgação Científica do Mestrado e Doutorado em Educação Física. Rio de Janeiro RJ, v.5, n.2, Nov/1998, p. 11-48.

______. Do dom à profissão: uma etnografia do futebol do espetáculo a partir da formação de jogadores no Brasil e na França. 2005. 403f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.

______. Do dom à Profissão: a formação de futebolistas no Brasil e na França. São Paulo: Aderaldo & Rithschild Ed., Anpocs, 2007.

DEBIAGGI, S.D; PAIVA, G.J (Org.). Psicologia, E/Imigração e Cultura. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

DESA. Trends in International Migration Stock: the 2008 Revision. Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Organização das Nações Unidas. New York: United Nations, July 2009.

DURKHEIM, E. De la division du travail social. 8. ed. Paris: PUF, 1967.

ELHAJJI, M. Rio de Janeiro – Montreal: Conexões transnacionais / Ruídos interculturais. In: COGO, D; ELHAJJI, M; HUERTAS, A. Diásporas, migrações, tecnologias da comunicação e identidades transnacionais. Bellaterra: Institut de la Comunicació, Universitat Autònoma de Barcelona, 2012.

______. Migrações internacionais, fuga das mentes e corrida dos cérebros: custos materiais, benefícios simbólicos e dúvidas existenciais. In: Araújo, E; FONTES, M; BENTO, S. Para um debate sobre Mobilidade e Fuga de Cérebros. Braga: Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do Minho, (Eds.), 2013a p. 125- 137. Disponíve em: http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/cecs_ebooks/article/viewFile/1575/1489. Acesso em: 12 mar. 2016.

______. Cadernos do estrangeiro: Destinos migratórios - desejos individuais, projetos comunitários. Organização Mohammed ElHajji e Luana Balthazar. Volume 1, Rio de Janeiro: 2013b.

______. Comunidades diaspóricas e cidadania global: o papel do intercultural. Esferas. Rio de Janeiro, ano 2, n.3, jul/ dez, p.145-151, 2013c.

ENTRIKIN, J. N. O humanismo contemporâneo em Geografia. Boletim Geografia Teorética. Rio Claro, v. 10, n. 19, p. 5-30, 1980.

FREITAS, R.B. Identidade e diáspora: a redefinição identitária de estudantes africanos no Brasil. Revista Espaço Acadêmico, n. 145, Jun., 2013.

FULLERTON, S. Sports Marketing. New York, USA: McGraw-Hill/Irwin, 2006.

GIDDENS, A. Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

GOETTERT, J. D. Gentes, migração e transitividade migratória. Espaço Plural, v. 10, n. 20, p.53-62, 2009.

GOMES, A. M. R.; FARIA, E. L. Lazer e diversidade cultural. Brasília: SESI/DN, 2005.

GOMES, C.L. Estudos do Lazer e geopolítica do conhecimento. Revista Licere. Belo Horizonte, v.14, n.3, p.1-25, set./2011.

HALL, S. Quem precisa da identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Trad. de Tomaz Tadeu da Silva. Petrópolis: Vozes, 2009, p. 103-133

______. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva & Guaracira Lopes Louro. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014.

IOM. World Migration 2008. Managing Labour Mobility in the Evolving Global Economy. Geneva: International Organization for Migration, 2008.

LEVITT, P; GLICK-SCHILLER, N. Conceptualizing simultaneity: A transnational social field perspective on society. International Migration Review, v. 38, n. 145, p. 595-629, 2004.

LIMA, M.C; SILVA, C.C.S. A Relevância das Novas Mobilidades e a Pertinência dos Métodos Móveis. ENCONTRO DA ANPAD, 37, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2013.

LOPES, F.T.P; CORDEIRO, M, P. Torcidas organizadas do futebol brasileiro: singularidades e semelhanças com outros grupos de torcedores da América do Sul e da Europa. Revista Espaço Acadêmico, n.104, 2010, p. 75-83.

LLOPIS-GOIG, R. Identificación con clubes y cultura futbolística en España. Una aproximación sociológica. RICYDE. Rev. int. cienc. deporte. Madrid, v. 33, n. 9, p. 236-251, 2013.

MALPAS, J. Heidegger’s Topology: Being, Place, World. Massachusetts: MIT press, 2008.

MARANDOLA JR., E. Insegurança existencial e vulnerabilidade no habitar metropolitano. Caderno de Geografia, Belo Horizonte, v.18, n.29, p.39-58, 2008.

MARTINE, G. A globalização inacabada. Migrações internacionais e pobreza no século 21. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v.19, n.3, p.3-22, jul./set. 2005.

MASSEY. D. Pelo Espaço: Uma Nova Política da Espacialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.

NAGEL, C. R.; STAEHELI, L. A. Integration and the negotiation of ‘here’ and ‘there’: the case of British Arab activists. Social & Cultural Geography, v. 9, n. 4, p. 415-430, 2008.

ORTEGA, G. U. Identidade cultural, território e lazer. In: SESC/WLRA. Lazer numa sociedade globalizada. São Paulo: SESC, 2000. p. 165-178.

PRATT, M. L. Os olhos do império: Relatos de Viagem e Transculturação. Bauru: EDUSC, 1999.

ROSENFELD, A. Negro, macumba e futebol. São Paulo: USP/Unicamp/Perspectiva, 1993.

SALES, T. Novos fluxos migratórios da população brasileira. Revista Brasileira de Estudos de População, v.8, n.1/2, p.21-32, 1991.

SANTOS, R. J. (Re)ocupação do cerrado: novas gentes, outras identidades. In: ALMEIDA, M. G. de; EGUIMAR, F. C.; HELAINE, C. B. (Org.). Geografia e Cultura: os lugares da vida e a vida dos lugares. Goiânia: Vieira, 2008. p. 98-136.

SAYAD, A. A imigração ou os paradoxos da alteridade. São Paulo, Edusp, 1998.

SILVA, T.T. Quem precisa de identidade? In:______. Identidade e diferença – a perspectiva dos Estudos Culturais. 5. ed. Petrópolis: Ed. Vozes, 2004.

SILVA, S.R; SOUZA NETO, G.J; CAMPOS, P.A.F. Lazer, torcidas e futebol. In:

IZAYAMA, H.F; SILVA, S.R. Estudos do Lazer – um panorama. Rio de Janeiro: Apicuri, 2011.

TIESLER, N.C; BERGANO, N.A. Ligações culturais entre portugueses na Alemanha: o futebol e a gastronomia como espaços sociais para convívios internacionais. Etnográfica. Lisboa, v.16, n.1, p.117-142, Fevereiro de 2012.

TOLEDO, L.H. Torcidas organizadas de futebol. Campinas: Autores Associados, 1996.

TÖNNIES, F. Communauté et société. Catégories fondamentales de la sociologie pure. Paris: Retz, 1977

TUAN, Yi-Fu. Place: an experiential perspective. The Geographical Review, v.6, n.2, p. 151-165, 1975.

WEBER, M. Economie et société. Paris: Plon, 1974.

WOLF, M. Los medios de comunicación en la estructuración de la identidad colectiva: la coexistencia de lo contradictorio. Comunicación Social, Madrid, p. 195-198, 1994.

XAVIER DE BRITO, A. Habitus de migrante: Um conceito que visa captar o cotidiano dos atores em mobilidade espacial. Brasília, Revista Sociedade e Estado, v. 25, n. 3, Setembro/Dezembro, p.431-464, 2010.

Downloads

Publicado

2017-07-21

Como Citar

Cordeiro, L. B., & Silva, S. R. da. (2017). Sobre Torcedores Organizados Brasileiros em Contextos Migrantes : Um Estudo Exploratório. LICERE - Revista Do Programa De Pós-graduação Interdisciplinar Em Estudos Do Lazer, 20(2), 99–138. https://doi.org/10.35699/1981-3171.2017.1647

Edição

Seção

Artigos Originais