Lazer e/ou Trabalho
A Confluência dos Tempos Observados em uma Unidade Prisional
DOI:
https://doi.org/10.35699/2447-6218.2024.54931Palavras-chave:
Lazer, Trabalho, Obrigação, TempoResumo
Este artigo discute a confluência entre os tempos de lazer e trabalho em uma unidade prisional a partir de uma pesquisa de campo realizada na Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, situada no município de São Joaquim de Bicas/MG. O objetivo do trabalho foi descrever e analisar as possibilidades de lazer por mulheres trans em contexto de privação de liberdade, como são realizadas e organizadas as atividades e como os espaços são apropriados por elas. O estudo baseou-se na combinação entre pesquisas bibliográfica e de campo, realizada na unidade prisional, com emprego da observação direta, oportunidade em que foi possível conhecer os espaços e visualizar as interações sociais que nela ocorriam. Em seguida, realizou-se grupos focais buscando nas conversas extrair das participantes os sentidos que atribuem ao lazer, suas demandas nessa área, impactos e carências. Observou-se que certas atividades, ora são percebidas como tempo de lazer, ora reivindicadas como tempo de trabalho. Em uma unidade prisional, rompe-se com uma lógica dicotômica entre os tempos entre lazer e trabalho, fenômenos que se entrecruzam no mesmo tempo e espaço.
Downloads
Referências
ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Manual de Comunicação LGBT. Curitiba: ABGLT, 2010.
ALMEIDA, Felipe Mateus de. O conceito de lazer: uma análise crítica. Revista Novos Rumos Sociológicos, v. 9, 2021. Disponível em: <https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/NORUS/article/download/21887/13992#:~:text=A partir dessa concepção%2C as,de todas as atividades obrigatórias.>. DOI: https://doi.org/10.15210/norus.v9i16.21887
ALMEIDA, Marco Antônio Bettine de. Lazer e presídio: do prazer ao ilícito ou prazer no ilícito. Conexões, p. v. 1, n. 2, 115–124, 2003. DOI: https://doi.org/10.20396/conex.v1i2.8638022
______. O lazer na reclusão: construção de novos modelos teóricos a partir da estruturação histórico-teórica do lazer. Revista Digital, Buenos Aires, 2005. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Marco-Bettine/publication/28081343_O_lazer_na_reclusao_construcao_de_novos_modelos_teoricos_a_partir_da_estruturacao_historico-teorica_do_lazer/links/59dcdfada6fdcca56e35e641/O-lazer-na-reclusao-construcao-de-novos-mod>. Acesso em: 18 mar. 2022.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.
BRAGA, Ana Gabriela Mendes. Entre a prisão e o mundão: entrada da sociedade civil no cárcere e reintegração social. Revista Espaço Acadêmico, v. 154, p. 71–81, 2014. Disponível em: <https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/21885/12538>.
BRAMANTE, Antônio Carlos. Lazer: concepções e significados. Licere, Belo Horizonte, 1998. , p. v. 1, n. 1, páginas 9–17.
CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Recomendação no 44 de 26/11/2013. DJE/CNJ n° 224, de 27/11/2013, p. 2. Brasil: [s.n.]. Disponível em: <https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/1907>. Acesso em: 21 abr. 2022. , 2013
______. Resolução no 391 de 10/05/2021. DJe/CNJ no 120/2021, de 11 de maio de 2021, p. 2-5. Brasil: [s.n.]. Disponível em: <https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/3918>. Acesso em: 21 abr. 2022. , 2021
COYLE, Andrew. Administração penitenciária: uma abordagem de direitos humanos – Manual para servidores penitenciários. Londres: International Centre for Prison Studies, 2002. Disponível em: <https://www.prisonstudies.org/sites/default/files/resources/downloads/portugese_handbook.pdf>.
CUNHA, Newton. A felicidade imaginada: a negação do trabalho e do lazer. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.
BRASIL. Diagnóstico de práticas de educação não formal no sistema prisional do Brasil. 2021. Disponível em: <https://acaoeducativa.org.br/publicacoes/diagnostico-de-praticas-de-educacao-nao-formal-no-sistema-prisional-do-brasil/>. Acesso em: 23 abr. 2022.
FERREIRA, Daniela Alexandre. Estética e sociabilidade: o salão de beleza como ponto de encontro. CSOnline - Revista Eletrônica de Ciências Sociais, n. 24, 6 fev. 2018. Disponível em: <https://periodicos.ufjf.br/index.php/csonline/article/view/17531>. DOI: https://doi.org/10.34019/1981-2140.2017.17531
FERREIRA, Sandra Patrícia Ataíde; DIAS, Maria da Graça Bompastor Borges. A escola e o ensino da leitura. Psicologia em Estudo, p. v. 7, n. 1, páginas 39–49, 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-73722002000100007
GUEDES, Débora do Carmo Martins; OLIVEIRA, Karina Rosalina de; OLIVEIRA, Roberta Gonçalves. O Trabalho nas Alas LGBT das Unidades Prisionais Masculinas na Região Metropolitana de Belo Horizonte – Minas Gerais. Revista do CAAP, p. n. 02, V. XXI, 65-80, 2015. Disponível em: <https://revistadocaap.direito.ufmg.br/index.php/revista/article/view/426/384>. Acesso em: 15 jul. 2022.
LANZ, L. O corpo da roupa: a pessoa transgênera entre a transgressão e a conformidade com as normas de gênero. Uma introdução aos estudos transgêneros. Curitiba: Transgente, 2015.
MAGNANI, José Guilherme C. Lazer dos trabalhadores. Revista São Paulo em Perspectiva, v. 2, p. 37–39, 1988. Disponível em: <http://produtos.seade.gov.br/produtos/spp/v02n03/v02n03_07.pdf>.
______. O lazer na cidade. NAU, Laboratório do Núcleo de Antropologia Urbana da USP, 1994. Disponível em: <https://nau.fflch.usp.br/files/upload/paginas/lazernacidade.pdf>.
MARCELLINO, Nelson Carvalho. Estudos do Lazer: uma introdução. Campinas: Autores Associados, 2012.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.
OLIVEIRA, Saulo Neves; DOLL, Johannes. O lazer sério de Robert A. Stebbis. Revista Licere, v. 17, 2014. Disponível em: <https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/download/631/17836/65325>. DOI: https://doi.org/10.35699/1981-3171.2014.631
PADILHA, Valquiria. Se o trabalho é doença, o lazer é remédio? Lazer e Trab. um único ou múltiplos olhares? Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2003. p. 243 – 266.
PEREIRA, Ana L. Razões para a prática de ginásticas de academia como actividade de lazer. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, v. 2, p. 57–63, 2002. Disponível em: <https://rpcd.fade.up.pt/_arquivo/artigos_soltos/vol.2_nr.1/05.pdf>. DOI: https://doi.org/10.5628/rpcd.02.04.57
POLATO, Thelma Hoehne Peres. LAZER E TRABALHO: algumas reflexões a partir da ontologia do ser social. Motrivivência, v. 20–21, p. 139–162, 2003. Disponível em: <https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/dcefs/Prof._Adalberto_Santos2/9-lazer_e_trabalho-_thelma24.pdf>.
REIS, Toni. Manual de Comunicação LGBTI+. Curitiba: Aliança Nacional LGBTI / GayLatino, 2018. Disponível em: <https://www.grupodignidade.org.br/wp-content/uploads/2018/05/manual-comunicacao-LGBTI.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2022.
RODRIGUES, Felipe Fonseca Oliveira. Caderno de Campo: observação direta na Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria. Belo Horizonte: Anotações manuscritas, 2022.
STEBBINS, Robert A. Quando o trabalho é essencialmente lazer. Revista Brasileira de Estudos do Lazer, v. v. 1, n.1, n. 2358–1239, p. p.42-56, 2014. Disponível em: <https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/433/281>. Acesso em: 25 ago. 2022.
______. Serious Leisure. In: ROJEK, Chris; SHAW, Susan M.; VEAL, A. J. (Org.). . Handb. Leis. Stud. New York: Palgrave Macmillan, 2008.
VALIM, Priscila Carneiro; VOLP, Catia Mary. Nível de condicionamento físico entre indivíduos que praticam a ginástica aeróbica por satisfação e aqueles que a praticam pour outros motivos. MOTRIZ, v. 4, 1998. Disponível em: <https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/motriz/article/view/6585>.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 LICERE - Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
