Tradução e imitação: correspondências formal e funcional para o hexâmetro e o dístico elegíaco greco-latinos em língua portuguesa nos séculos XVI e XVII

Autores

  • Willamy Fernandes Gonçalves Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

correspondências métricas, hexâmetro, dístico elegíaco, metros portugueses, séculos XVI e XVII

Resumo

O presente artigo examina como, a partir das primeiras influências do humanismo italiano, os autores portugueses traduziram e imitaram os gêneros antigos. Examina especificamente o modo como esses autores buscaram correspondentes métricos e estróficos portugueses para reproduzir aspectos formais ou funcionais dos metros antigos. Tendo como base os conceitos de correspondência funcional e formal apresentados por Britto (2016), compara os metros vernáculos aos antigos quanto à forma e aos contextos em que são utilizados. Conclui que o uso de correspondências funcionais foi predominante nesse período, apontando, entretanto, para o caráter relativo dessas duas formas de correspondência e para a dinâmica que subjaz ao processo de apropriação de formas estrangeiras.

correspondências métricas; hexâmetro; dístico elegíaco; metros portugueses; séculos XVI e XVII.

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Biografia do Autor

Willamy Fernandes Gonçalves, Universidade de São Paulo

Graduado em letras pela Universidade Federal do Ceará, Desde 2016 é membro do grupo de pesquisa de tradução e recepção dos clássicos (CNPQ ), coordenado pelo prof. dr. Robert de Bröse. Atualmente, é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade de São Paulo com orientação do prof. dr. Alexandre Pinheiro Hasegawa.

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Publicado

2019-10-14

Como Citar

Gonçalves, W. F. (2019). Tradução e imitação: correspondências formal e funcional para o hexâmetro e o dístico elegíaco greco-latinos em língua portuguesa nos séculos XVI e XVII . Nuntius Antiquus, 15(1), 279–308. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/17060