A nova filosofia da natureza de Francis Bacon como apropriação e ressignificação da física aristotélica

Autores

Palavras-chave:

filosofia da natureza, filosofia da ciência, aristóteles, francis bacon

Resumo

A função deste artigo é investigar a influência do aristotelismo na nova filosofia da natureza do pensador e cientista inglês Francis Bacon, tendo como pano de fundo a obra Novum Organum, publicada no ano de 1620. Em algumas etapas desta obra, Francis Bacon pretende fazer uma apropriação e uma ressignificação de conceitos importantes do aristotelismo, como forma e natureza. Apropriação, pois o paradigma da forma e da natureza enquanto princípios dos seres são retomados por Francis Bacon e constituem pilares importantes do Novum Organum. Ressignificação, visto que Francis Bacon era um grande crítico do aristotelismo como método de conhecer a natureza; o filósofo produziu novas maneiras de aplicar os conceitos do aristotelismo no contexto científico da modernidade. No geral, uma das ideias principais desta obra é apresentar questionamentos e críticas aos aspectos centrais da filosofia de Aristóteles, como os processos predominantemente formais do conhecimento, que acabam por oferecer pouco ou nenhum recurso para as descobertas e invenções no âmbito das ciências naturais. Mas, para além das críticas, a ideia deste artigo será delinear a influência aristotélica presente no Novum Organum, apesar da recusa baconiana ao aristotelismo como método de conhecimento da natureza.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARISTÓTELES. Física. Introdução, tradução e notas de Guillermo R. de Echandía. Madrid: Editorial Gredos, 1995.

ARISTÓTELES. Metafísica: volume II. Ensaio introdutório, texto grego com tradução e comentário de Giovanni Reale. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2015.

BACON, Francis. Novum Organum ou Verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza/Nova Atlântida. Tradução e notas de José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

ÉVORA, Fátima Regina R. Natureza e Movimento: um estudo da física e da cosmologia aristotélicas. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Campinas, Série 3, v. 15, n. 1, p. 127-170, jan.-jun. 2005.

PANTELIA, Maria. Thesaurus Linguae Grecqae. Irvine: University of California, 2014. Disponível em: http://stephanus.tlg.uci.edu/. Acesso em: 8 abr. 2021.

REYNÉS, Jesús Hernández. Lo natural y lo artificial en Aristóteles y Francis Bacon: Bases para la tecnología moderna. Ontology Studies, Barcelona, n. 9, 2009, p. 289-308.

ROSSI, Paolo. Francis Bacon: da magia à ciência. Tradução de Aurora Fornoni Bernadini. Londrina: Eduel; Curitiba: Editora da UFPR, 2006.

YSSELMUIDEN, G. L’inducion baconienne. Revue Néo-Scolastique, [S.l.], 13º année, n. 49, p. 18-31, 1906. DOI: https://doi.org/10.3406/phlou.1906.1920.

ZATERKA, Luciana. As teorias da matéria de Francis Bacon e Robert Boyle: forma, textura e atividade. Scientiae Studia, São Paulo, v. 10, n. 4, p. 681-709, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S1678-31662012000400004.

Downloads

Publicado

2021-09-17

Como Citar

Moura, A. F. de . (2021). A nova filosofia da natureza de Francis Bacon como apropriação e ressignificação da física aristotélica. Nuntius Antiquus, 17(1). Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/29019

Edição

Seção

Artigos