Mundo macho: homens, masculinidades e relações internacionais - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2014v109p309
Resumo
O objetivo é identificar as principais contribuições dos estudos sobre homens e masculinidades à área de Relações Internacionais. Sustenta-se que as masculinidades são aspectos produzidos na vida institucional do Estado, do mercado de trabalho e da família, e os interesses dos indivíduos e dos Estados são constituídos nas relações de gênero por meio da desigualdade, não são homogêneos e são determinantes poderosos da ação social, ainda que tal desigualdade não se sustente somente com base na força. Há uma íntima conexão histórica na política internacional entre as condições de homem e de nação por meio da construção de uma “masculinidade patriótica”, da designação de espaços generificados na política nacional,da dominação dos interesses e das ideologias masculinas nos movimentos nacionalistas e da construção de um militarismo sexualizado voltado para a dominação.As masculinidades no contexto da segurança internacional são em geral associadas à força, à dureza e à heterossexualidade agressiva. Entretanto, as masculinidades são dinâmicas e até mesmo contraditórias,num momento em que são construídas na relação com contextos em que os indivíduos se encontram.Logo, é possível conceber a construção de masculinidades alternativas nos temas relativos à segurança internacional. Ademais, arranjos institucionais da economia global e seus princípios fundamentais são generificados. O poder crescentemente não-regulado das empresas transnacionais coloca poder estratégico nas mãos de grupos específicos de indivíduos do sexo masculino, enquanto a linguagem da globalização mantém-se neutra para que o “indivíduo” da teoria neoliberal tenha os atributos e os interesses de um empreendedor masculino.Downloads
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