Análise sociossemiótica multimodal do grid e do layout de memes

transformações e reproduções em disputa

Autores

  • Francis Arthuso Paiva Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) | Belo Horizonte | MG | BR
  • Vicente de Lima Neto Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) | Caraúbas | RN | BR

Palavras-chave:

layout, memes, multimodalidade, remix, semiótica social

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar as transformações e permanências de elementos que ocorrem nos layouts de memes na internet. Partimos da Semiótica Social Multimodal (Kress, 2010), que discute os conceitos de layout e grid, atrelados aos estudos da Comunicação e o conceito de remix (Manovich, 2005; Navas, 2009) e à visão da Linguística Textual sobre memes (Cavalcante; Oliveira, 2019; Lima Neto, 2020). Metodologicamente selecionamos dois memes, cada qual de um tipo diferente de grid e os analisamos com base na categoria de grid e nos processos de transformação pelos quais eles passam. Os resultados apontam que a repetição dos grids e de elementos dos layouts dos memes remixados sugere conservadorismo na produção desses textos, mas, ao mesmo tempo, são práticas valorizadas que consolidam a cultura do remix do copiar/colar para gerar engajamento em redes sociais digitais, apesar de o agenciamento dos produtores remix ser limitado pelo agenciamento de controle e reprodução das empresas de redes sociais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

BATEMAN, J. A. Multimodality and genre: a foundation for the systematic analysis of multimodal documents. New York: Palgrave McMillan, 2008.

BEIGUELMAN, G. Políticas da imagem: vigilância e resistência da dadosfera. São Paulo: UBU, 2021.

BOUGUEREAU, W. A. Amor desarmado. 1885. Pintura, óleo sobre tela, 120 x 97 cm. Disponível em: Disponível em: https://pt.artsdot.com/@@/8YDEB9-William-Adolphe-Bouguereau-amor-desarmado Acesso em: 07 dez. 2021.

BRUNS, A. Produsage: Towards a Broader Framework for User-Led Content Creation. In: SHNEIDERMAN, B. (Ed.). C&C’07: Proceedings of 6th ACM SIGCHI Conference on Creativity and Cognition. New York: Association for Computing Machinery, 2007. p. 99-105.

BUZATO, M. E. K.; SILVA, D. P. da; COSER, D. S.; BARROS, N. N. de; SACHS, R. S. Remix, mashup, paródia e companhia: por uma taxonomia multidimensional da transtextualidade na cultura digital. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 13, n. 4, p. 1191-1221, 2013. DOI: DOI: https://doi.org/10.1590/S1984-63982013000400011 Acesso em: 12 abr. 2024.

CANCLINI, N. G. Cidadãos substituídos por algoritmos. São Paulo: EDUSP, 2021.

CARDOSO, R. Design para um mundo complexo. São Paulo: UBU, 2016.

CARVALHO, A. P. L. de. Sobre intertextualidades estritas e amplas. 2018. 135f. Tese (Doutorado em Linguística) - Programa de Pós-graduação em Linguística, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.

CARVALHO, R. A. P. Anatomia de um grid: as partes básicas de uma página. In: RICARDOARTUR [Site], [s. l.], 2012. Disponível em: Disponível em: https://ricardoartur.com.br/1001/tag/grid/ Acesso em: 07 dez. 2021.

CAVALCANTE, M. M.; OLIVEIRA, R. L. de. O recurso aos memes em diferentes padrões de gêneros à luz da Linguística Textual. Desenredo: Revista do Programa de Pós-graduação em Letras de Passo Fundo, v. 15, n. 1, p. 8-23, 2019. Disponível em: Disponível em: https://seer.upf.br/index.php/rd/article/view/8931 Acesso em: 10 maio 2023.

COPE, B.; KALANTZIS, M. “Multiliteracies”: New Literacies, New Learning. Pedagogies: An International Journal, v. 4, p. 164-195, 2009. Disponível em: Disponível em: http://newlearningonline.com/_uploads/pedagogiesm-litsarticle.pdf Acesso em: 24 out. 2020.

DAWKINS, R. O gene egoísta. São Paulo: Edusp, 2010.

FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Coordenação da tradução, revisão técnica e prefácio: Izabel Magalhães. Brasília: UNB, 2001.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. ed. 42. Petrópolis: Vozes, 2014.

GIDDENS, A. A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

GOODWIN, C. The co-operative, transformative organization of human action and knowledge, Journal of Pragmatics, v. 46, n. 1, p. 8-23, jan. 2012. Doi: Doi: https://doi.org/10.1016/j.pragma.2012.09.003 Acesso em: 12 abr. 2024.

GUALBERTO, C. L.; SANTOS, Z. B. dos. Multimodalidade no contexto brasileiro: um estado de arte. DELTA: Documentação e Estudos em Linguística Teórica e Aplicada, v. 35, n. 2, p. 1-30, 2019. Disponível em: Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/delta/article/view/45274 Acesso em: 12 abr. 2024.

GUALBERTO, C.; KRESS, G. Contemporary landscapes of visual and digital communication: the interplay of social, semiotic, and technological change. In: PAUWELS, L.; MANNAY, D. The sage handbook of visual research methods. London: SAGE Publications, Inc, 2019. p. 574-590.

HODGE, B. Social Semiotics for a Complex World: Analysing Language and Social Meaning. Cambridge, UK: Polity Press, 2017. (Ebook)

KNOBEL, M.; LANKSHEAR, C. Memes on-line, afinidades e produção cultural (2007-2018). In: CHAGAS, V. (org.). A cultura dos memes: aspectos sociológicos e dimensões políticas de um fenômeno do mundo digital. Salvador: EDUFBA, 2020. p. 85-126.

KNOBEL, M.; LANKSHEAR, C. Online memes, affinities and cultural production. In: KNOBEL, M.; LANKSHEAR, C. (Ed.). A new literacies sampler. New York: Peter Lang Publishing, 2007. p. 199-228.

KRESS, G. Literacy in the new media age. London: Routledge, 2003.

KRESS, G. Multimodality: A social semiotic approach to contemporary communication. London: Routledge, 2010.

KRESS, G. Semiotic Work: Applied Linguistics and social semiotic account of Multimodality. AILA Review, v. 28, n. 1, p. 49-71, jan. 2015. Doi: Doi: https://doi.org/10.1075/aila.28.03kre Acesso em: 10 maio 2023.

KRESS, G.; LEEUWEN, T. van. Reading images: the grammar of visual design. 2. ed. London: Routledge, 2006.

KUSTERS, A.; SPOTTI, M.; SWANWICK, R.; TAPIO, E. Beyond languages, beyond modalities: transforming the study of semiotic repertoires. International Journal of Multilingualism, v. 14, n. 3, p. 219-232, 2017. Doi: Doi: https://doi.org/10.1080/14790718.2017.1321651 Acesso em: 10 maio 2023.

LEEUWEN, T. van. Introducing Social Semiotics. London: Routledge, 2005.

LEEUWEN, T. van; KRESS, G. Critical Layout Analysis. Internationale Schulbuchforschung, v. 17, n. 1, p. 25-43, 1995. Disponível em: Disponível em: https://www.jstor.org/stable/43056999 Acesso em: 10 maio 2023.

LESSIG, L. Remix: making art and commerce thrive in the hybrid economy. London: Bloomsburry, 2008.

LESSIG, L. The future of ideas: The fate of the commons in a connected world. New York: Ramdom House, 2001.

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

LIMA NETO, V. de. Meme é gênero? Questionamentos sobre o estatuto genérico do meme. Trabalhos em linguística aplicada, Campinas, v. 59, n. 3, p. 2246-2277, set./dez. 2020. DOI: DOI: https://doi.org/10.1590/01031813834991620201116 Acesso em: 12 abr. 2024.

MANOVICH, L. Remixability and Modularity. In: MANOVICH, L. Manovich [Site], [S. l.], 2005. Disponível em: Disponível em: http://manovich.net/index.php/projects/remixability-and-modularity Acesso em: 20 jan. 2020.

MENEZES, V.; SILVA, M. M.; GOMES, I. F. Sessenta Anos de Linguística Aplicada: De onde viemos e para onde vamos. In: PEREIRA, R. C.; ROCA, P. Linguística Aplicada: um caminho com diferentes acessos. São Paulo: Contexto, 2018. p. 25-50.

MUSEU de Memes [Site]. [Rio de Janeiro, 2015]. Disponível em: Disponível em: https://museudememes.com.br/ Acesso em: 12 abr. 2024.

NAVAS, E. Regressive and Reflexive Mashups in Sampling Culture. SONVILLA-WEISS, S. (Ed.). Mashup Cultures. New York: Springer Wien, 2010. p. 01-28.

NAVAS, E. Remix: the bond of repetition and representation. In: REMIX Theory [Site]. [S. l.], jan. 2009. Disponível em: Disponível em: https://remixtheory.net/?p=361 Acesso em: 20 dez. 2020.

NAZARÉ Confusa (Math Lady). 2016. 2 imagens, memes. Disponível em: Disponível em: https://museudememes.com.br/collection/nazare-confusa Acesso em: 07 dez. 2021.

» https://museudememes.com.br/collection/nazare-confusa

PAIVA, F. A. Práticas de letramento e produção de sentido de layouts na multimodalidade. Texto Digital, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 98-127, 2021. DOI: DOI: https://doi.org/10.5007/1807-9288.2021.e81241 Acesso em: 12 abr. 2024.

PIOVEZANI, C.; GENTILE, E. A linguagem fascista. São Paulo: Hedra, 2020.

RIBEIRO, A. A. O conceito sistêmico de viralização em redes sociais na internet. Nexi: Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP, São Paulo, n. 4, p. 18-29, 2018. Disponível em: Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/nexi/article/view/36846 Acesso em: 10 jan. 2023.

» https://revistas.pucsp.br/index.php/nexi/article/view/36846

SANTOS, Z. B. dos; TIBURTINO, V. As contribuições da Semiótica Social Multimodal para apreciação de infográficos digitais no contexto da pandemia da COVID-19. Texto Digital, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 169-190, 2021. Doi: Doi: https://doi.org/10.5007/1807-9288.2021.e81351 Acesso em: 10 maio 2023.

SHIFMAN, L. Memes in digital culture. Cambridge: MIT Press, 2014.

SILVA, P. H. da. De louca a incompetente: construções discursivas em relação à ex-presidenta Dilma Rousseff. 2019. 139f. Tese (Doutorado em Estudos de Linguagem) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Linguagens, Cuiabá, 2019.

SOUZA, J. Subcidadania brasileira: para entender o país além do jeitinho brasileiro. Rio de Janeiro: LeYa, 2018.

VILLA-FORTE, L. Escrever sem escrever: literatura e apropriação no século XXI. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio; Belo Horizonte: Relicário Edições, 2019.

Downloads

Publicado

29-11-2024