O classicista digital e os elementos emergentes de uma atividade de trabalho entre os artefatos antigos e os recursos computacionais
Palavras-chave:
Classicista digital, Humanidades Digitais, Clássicas Digitais, Interacionismo Sociodiscursivo, Gênero profissionalResumo
O artigo visa discutir o trabalho do classicista digital, a partir da concepção de gênero profissional (Clot, 2000). Para isso, valemo-nos de textos orais e da análise textual proposta pelo Interacionismo Sociodiscursivo, a fim de verificar suas atividades acadêmicas e as características emergentes de seu métier. Os resultados revelam elementos quanto ao deslocamento institucional do classicista digital; ao uso de inglês como língua internacional; à diversidade do grupo de trabalhadores; ao ambiente interacional conflituoso, mas enriquecedor; aos artefatos computacionais e ao uso e criação de dados digitais; ao compartilhamento e à colaboração entre pesquisadores e colaboradores; e à necessidade de estabelecimento do agir e de procedimentos científicos que se adaptam conforme as inovações tecnológicas.
Downloads
Referências
ADAM, J.-M. A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos. São Paulo: Cortez, 2008.
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. Organização, tradução, posfácio e notas de Paulo Bezerra. Notas da edição russa de Serguei Botcharov. São Paulo: Editora 34, 2016.
BAMMAN, D.; CRANE, G. The Ancient Greek and Latin Dependency Treebanks. In: SPORLEDER, C.; VAN DEN BOSCH, A.; ZERVANOU, K. (Ed.). Language Technology for Cultural Heritage: Selected Papers from the LaTeCH Workshop Series. Berlin Heidelberg: Springer-Verlag, 2011. p. 79-98.
BRONCKART, J.-P. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. Organização de Anna Rachel Machado e Maria de Lourdes Meirelles Matencio. Campinas: Mercado de Letras, 2006.
BRONCKART, J.-P. Atividades de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sociodiscursivo. Tradução de Anna Rachel Machado e Péricles Cunha. São Paulo: Educ, 2012.
BRONCKART, J.-P. O agir nos discursos: das concepções teóricas às concepções dos trabalhadores. Campinas: Mercado de Letras, 2008.
BULEA, E. Linguagem e efeitos desenvolvimentais da interpretação da atividade. Tradução de Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin, Lana Lúcia Espínola Rodrigues Figueirêdo. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2010.
CAROLY, S. Activité collective et réélaboration des règles: des enjeux pour la santé au travail. 2010. These (Habilitation a diriger des recherches) – Sciences de l’Homme et Société. Université Victor Segalen – Bordeaux II, 2010. Disponível em https://theses.hal.science/tel-00464801v2 Acesso em: 22 mar 2024.
CLOT, Y. A função psicológica do trabalho. Tradução de Adail Sobral. São Paulo: Vozes, 2006.
CLOT, Y.; FAÏTA, D. Genres et styles en analyse du travail: concepts et méthodes. Travailler, v. 4, p. 7-42, 2000.
DEJOURS, C. Subjetividade, trabalho e ação. Production, São Paulo, v. 14, n. 3, p. 27-34, dez. 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-65132004000300004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/prod/a/ V76xtc8NmkqdWHd6sh7Jsmq/?lang=pt Acesso em: 19 jul. 2020.
DRISCOLL, M. J.; PIERAZZO, E. Introduction: Old wine in new bottles? In: DRISCOLL, M. J.; PIERAZZO, E. (ed.). Digital Scholarly Editing: theories and practices. Cambridge: Open Book Publishers, 2016. p. 1-18.
HABERMAS, J. Teoria do Agir Comunicativo 1: Racionalidade da ação e racionalização social. Tradução: Paulo Astor Soethe. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.
HOCKEY, S. The History of Humanities Computing. In: SCHREIBMAN, S.; SIEMENS, R.; UNSWORTH, J. (Ed.). A companion to digital humanities. Oxford: Blackwell Publishing, 2004. p. 3-19.
LEONTIEV, A. O Desenvolvimento do Psiquismo. São Paulo: Centauro, 2004.
MACHADO, A. R.; BRONCKART, J.-P. (Re-)Configurações do trabalho do professor construídas nos e pelos textos: a perspectiva metodológica do grupo ALTER-LAEL. In: ABREU-TARDELLI, L. S.; CRISTOVÃO, V. L. L. (Org.). Linguagem e educação: o trabalho do professor em uma nova perspectiva. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2009. p. 31-77.
ODDONE, I.; RE, A.; BRIANTE, G. Redécouvrir l’expérience ouvrière: vers une autre psychologie du travail? Paris: Messidor, 1981.
SCHREIBMAN, S.; SIEMENS, R.; UNSWORTH, J. The Digital Humanities and Humanities Computing: An Introduction. In: SCHREIBMAN, S.; SIEMENS, R.; UNSWORTH, J. (Ed.). A companion to digital humanities. Oxford: Blackwell Publishing, 2004. p. XXII-XXVII.
TERRAS, M. The Digital Classicist: disciplinary focus and interdisciplinar vision. In: BODARD, G.; MAHONY, S. (Ed.). Digital Research in the study of classical antiquity. Farnham: Ashagate, 2010. p. 171-189.
THE DIGITAL Classicist. [S. l.], ca. 2008. Disponível em: https://www.digitalclassicist.org/. Acesso em: 30 ago. 2022.
VOLÓCHINOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem. Problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução, notas e glossário de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. Ensaio introdutório de Sheila Grillo. São Paulo: Editora 34, 2017.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores de artigos publicados pela RBLA mantêm os direitos autorais de seus trabalhos, licenciando-os sob a licença Creative Commons BY Attribution 4.0, que permite que os artigos sejam reutilizados e distribuídos sem restrição, desde que o trabalho original seja corretamente citado.


