VOLUME 14

2024

ISSN: 2237-5864


Atribuição CC BY 4.0 Internacional

Acesso Livre


DOI: https://doi.org/10.35699/2237-5864.2025.51311

SEÇÃO: artigos

O exame clínico objetivo estruturado nos cursos de saúde no Brasil de 2013 a 2023 Shape1

El examen clínico objetivo estructurado en los cursos de salud en Brasil de 2013 a 2023 Shape2

The structured objective clinical examination in health courses in Brazil from 2013 to 2023

Paula Páglia Braga Araújo, 1 Giliel Rodrigues Leandro, 2

Rafael Dioni Leandro Costa, 3 Erotides Martins Filho, 4

Elzenir Pereira de Oliveira Almeida 5

RESUMO

Introdução: o exame clínico objetivo estruturado (OSCE), é caracterizado como um instrumento de avaliação das competências do raciocínio, analisando a conduta do profissional de forma objetiva e estruturada através de padrões pré-definidos. Objetivo: realizar uma revisão sistemática que reunisse as áreas de aplicação do OSCE no Brasil e as aplicações do seu uso no período de 2013 a 2023. Metodologia: através de um padrão de descritores: (OSCE OR “EXAME ESTRUTURADO”) AND (BRASIL OR BRAZIL OR BR) AND (APLICATION OR APLICAÇÃO OR USE OR USO) foram pesquisados artigos completos, publicados em português e inglês. Resultados: a pesquisa inicial constou com um montante de 71 artigos e, após processos de triagem pelos critérios de exclusão, foram incluídos oito artigos completos, de onde se extraiu um grupo de informações com o propósito de realizar o confronte entre os diferentes autores. O estudo demonstra uma abrangência para cursos como Fisioterapia, Farmácia e Enfermagem, mas ainda com uma prevalência no curso de Medicina. Conclusões: os autores caracterizaram OSCE de duas maneiras, como sendo uma avaliação suplementar às outras ferramentas ou como padrão ouro de avaliação prática.

Palavras-chave: avaliação; clínicas; ensino superior; saúde; OSCE.

RESUMEN

Introducción: el examen clínico objetivo estructurado (ECOE), se caracteriza por ser un instrumento de evaluación de habilidades de razonamiento, analizando la conducta del profesional de forma objetiva y estructurada a través de estándares predefinidos. Objetivo: realizar una revisión sistemática, que reunió las áreas de aplicación de la OSCE en Brasil, y las aplicaciones de su uso en el periodo de 2013 a 2023. Metodología: utilizando un patrón de descriptores: (OSCE O “EXAME STRUCTURADO”) Y (BRASIL O BRASIL O BR) Y (APLICACIÓN O APLICACIÓN O USO O USO), se buscaron artículos completos, publicados en portugués e inglés. Resultados: la búsqueda inicial estuvo compuesta por 71 artículos, y luego de procesos de selección basados ​​en los criterios de exclusión, se incluyeron ocho artículos completos, de los cuales se extrajo un grupo de información, con el fin de comparar los diferentes autores. El estudio demuestra un margen para carreras como Fisioterapia, Farmacia y Enfermería, pero aún con prevalencia en la carrera de Medicina. Conclusiones: los autores caracterizaron a la OSCE de dos maneras, como una evaluación complementaria a otras herramientas o como un estándar dorado de evaluación práctica.

Palabras clave: evaluación; clínicas; enseñanza superior; salud; OSCE.

ABSTRACT

Introduction: the objective structured clinical examination (OSCE), is characterized as an instrument for assessing reasoning competencies, analyzing professional conduct in an objective and structured manner through pre-defined patterns. Objective: was to carry out a systematic review, which brings together the areas of application, from the OSCE in Brazil, and the applications of its use period from 2013 to 2023. Methodology: through a pattern of descriptors: (OSCE OR “ESTRUTURATED EXAM”) AND (BRASIL OR BRAZIL OR BR) AND (APLICATION OR APLICAÇÃO OR USE OR USO), researched forums, complete articles, published in Portuguese and English. Results: the initial research consisted of a total of 71 articles, and then triage processes based on exclusion criteria, including eight complete articles, from which a group of information was extracted, for the purpose of carrying out a comparison between the different authors. The study demonstrates an openness for courses such as Physiotherapy, Pharmacy and Nursing, but also with prevalence in the Medical course. Conclusions: the authors characterize OSCE in two ways, as being an endorsement supplementary to other tools, or as a golden pad of practical endorsement.

Keywords: evaluation; clinics; higher education; health; OSCE.

INTRODUÇÃO

O Exame Clínico Objetivo Estruturado ou Objective Structured Clinical Examination (OSCE), é um eficaz instrumento para avaliação da competência do raciocínio clínico e da conduta com o paciente dos estudantes de Ciências da Saúde (Matos; Toledo Jr., 2020; Roderjan et al ., 2021).

Faria (2019) define OSCE como um exame em que os acadêmicos atuam em tarefas objetivas, planejadas e estruturadas, em que o professor consegue abordar em cada uma das estações uma habilidade especifica, padronizando de forma que todos os alunos passem por uma variedade de situações, bem como ter suas condutas avaliadas frente ao problema proposto. Sendo considerado o padrão-ouro para a avaliação da competência clínica (Majumder et al ., 2019). De modo geral, o OSCE é uma avaliação de desempenho que não se preocupa apenas com o que os alunos aprenderam na academia, ele também analisa as atitudes que os estudantes devem tomar diante dos diversos cenários e situações a que serão expostos durante o seu exercício profissional.

O OSCE foi descrito pela primeira vez por Harden et al . (1975), com o objetivo de avaliar a comunicação, os conhecimentos clínicos e a capacidade prática e psicomotora dos estudantes do último ano do curso de Medicina. O processo avaliativo anterior ao OSCE era realizado com poucos formandos, utilizando uma pequena quantidade de pacientes nas enfermarias dos hospitais universitários, onde eram utilizadas tarefas de abrangências variadas e intervenções de forma não padronizada, resultando em uma análise subjetiva. Isto afetava negativamente a validade e a confiabilidade do teste.

A metodologia realizada pelo OSCE testa uma gama de habilidades dos alunos de forma mais objetiva e requer uma variedade de examinadores diferentes. O exame motiva a aprendizagem de estudantes e professores. É importante salientar que as atividades clínicas simuladas podem reduzir a ansiedade e a insegurança do aluno sobre suas habilidades clínicas e melhorar sua autoconfiança para enfrentar ocorrências reais mais adiante (Ernstzen; Statham; Hanekom, 2014).

Na prática, em um OSCE típico, os examinandos percorrem uma série de estações em que são requisitados a desempenhar diferentes tarefas da clínica médica, como por exemplo, obter uma história clínica focalizada, realizar um exame total ou parcial de um órgão ou aparelho, analisar uma radiografia, apreciar um traçado eletrocardiográfico, interpretar exames laboratoriais diversos, ou instruir o paciente sobre o seu diagnóstico de forma segura e humana (Raurell-Torredà et al ., 2018; Sherazi, 2019; Yeates et al ., 2022).

De acordo com Ferreira et al . (2020), quem realizará o exame permanece em cada estação, por um tempo estipulado realizando a tarefa solicitada, sob a inspeção de um avaliador que emprega um instrumento de registro pré-elaborado, o qual consta de uma lista de verificação estruturada de observação contendo as condutas esperadas do aluno. Ao término do tempo previsto, é emitido um sinal, indicando que o aluno deve se dirigir a estação seguinte, de modo que todos os alunos passarão por todas as estações do exame.

O OSCE foi idealizado na Universidade de Dundee no Reino Unido, a partir da década de 1990, e tem sido adotado pelas escolas de Medicina da América do Norte e da Austrália. Atualmente, é utilizado mundialmente em diversos níveis da educação em saúde (Khan et al ., 2021). Foi criado no primeiro momento para os acadêmicos de Medicina, depois ampliou-se para outras profissões de saúde, incluindo Fisioterapia (Figueroa-Arce et al ., 2022), Enfermagem (Kassabry, 2023), Medicina Veterinária (Cánepa, 2016), Farmácia (Barrickman; Gálvez-Peralta; Maynor , 2023), entre outras.

No Brasil, a primeira aplicação da modalidade OSCE foi realizada por Troncon et al . (1996), com pacientes padronizados na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, a fim de testar os alunos concluintes. Desde então, já alcançou outras áreas de interesse da saúde, tais como Ciências Farmacêuticas (Cardoso et al. 2020), Odontologia (Logar et al ., 2018), Enfermagem (Rosso et al ., 2023) e Fisioterapia (Zerbinatti et al ., 2022).

Neste sentido, o Exame Clínico Objetivo Estruturado é empregado para avaliar a anamnese, o exame físico e a interpretação de resultados clínicos, com destaque para a comunicação efetiva e a interação médico-paciente, além de constatar atitudes e comportamentos frente a situações que envolvam dilemas éticos. Portanto, objetivou-se avaliar, através de uma revisão sistemática, os seus aspectos e aplicações do uso do OSCE, no perfil formativo e educacional nas instituições de ensino em saúde no Brasil, no período de 2013 a 2023.

MATERIAIS E MÉTODOS

Pergunta norteadora da pesquisa

A revisão sistemática foi realizada em sintonia com o descrito pela literatura e seguindo as premissas de elaboração que atenda aos requisitos de Revisões Sistemáticas e Meta-Análise (PRISMA) (Page et al ., 2021). A pergunta “quais os impactos do uso do Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE) nos cursos de saúde nos últimos 10 anos no Brasil?” foi elaborada de acordo com o acrônimo PECO, em que: (P) População = alunos dos cursos de saúde no Brasil; (E) Exposição = submetidos ao OSCE; (C) Comparador = diferentes métodos avaliativos; (O) Desfechos ( Outcome ) = implementação ou uso do OSCE em métodos avaliativos.

Coleta, triagem e padrões de elegibilidade

Como fonte de pesquisa foram consultadas três bases de dados: Web of Science (Clarivate Analytics US) , PubMed (US National Library of Medicine) e Periódicos Capes, no dia 10 de outubro de 2023, com restrição temporal para trabalhos de 2013 a 2023. Os descritores utilizados foram: (OSCE OR “EXAME ESTRUTURADO”) AND (BRASIL OR BRAZIL OR BR) AND (APLICATION OR APLICAÇÃO OR USE OR USO).

Os critérios de inclusão utilizados foram: (I) População: trabalhos realizados nos cursos de saúde no Brasil; (II) Exposição: utilização de OSCE em padrões avaliativos; (III) Comparador: aplicação de OSCE em saúde, educação ou educação em saúde; (IV) Desfechos: aplicação do OSCE como método avaliativo ou sua implicação ao uso nos diferentes cursos.

Os critérios de exclusão utilizados foram: (I) Temporal: trabalhos anteriores a 2013; (II) Geográfico: trabalhos não realizados no Brasil; (III) Aplicação: não fez uso do OSCE; (IV) Idiomática: idiomas diferentes de inglês e português e (V) Literária: literatura de tipo cinzenta (dissertação, tese, monografias, resumos simples e expandidos de congresso) ou outras revisões. Para descrever e ilustrar o processo de triagem dos artigos, foi realizada a confecção de um fluxograma PRISMA para seleção dos estudos que compunham a revisão sistemática.

Extração de dados

Após triagem e seleção de trabalhos elegíveis, foram extraídas as seguintes informações dos artigos: título do trabalho, autores e ano de publicação, tamanho e composição amostral, objetivo e metodologia utilizada, resultados mais relevantes, área de aplicação (saúde; educação; educação em saúde) e as considerações dos autores acerca do uso do OSCE.

RESULTADOS

Foram obtidos 71 artigos das três bases Indexadoras, sendo: Web of Science (n = 39), PubMed (n = 15) e Periódicos Capes (n = 17), após a remoção das duplicatas de trabalho entre as bases de dados, obteve-se 47 artigos. O processo de triagem que se seguiu com a leitura de título e resumos excluíram 33 trabalhos, além da leitura integral do trabalho que excluiu mais 3 trabalhos, sendo, então, realizada a extração dos dados de oito artigos. Na Figura 1 (Fluxograma PRISMA) é possível observar o n amostral de cada critério de exclusão.



Figura 1: Fluxograma da seleção dos trabalhos incluídos na revisão sistemática.

Fonte: elaborada pelos autores, 2024.

Mediante a análise de inclusão, oito trabalhos foram submetidos a leitura na íntegra, como se pode observar no Quadro 1, informações como o título do trabalho, os autores, a amostragem da pesquisa, o objetivo geral, a metodologia utilizada e os principais resultados foram expressos, assim como uma análise do perfil de produção textual, podendo se classificar como um trabalho da área de educação, de saúde ou de educação em saúde.



Quadro 1: Características gerais dos artigos incluídos na revisão sistemática sobre o uso do OCSE no Brasil no período de 2013 a 2023.

Título

Autores

Amostragem:

n° amostral e composição

Objetivo e metodologia utilizada

Principais resultados

The Effect of Active Learning Methodologies on the Teaching of Pharmaceutical Care in a Brazilian Pharmacy Faculty.

Mesquita et al . 2015

34 estudantes do curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe em 2014. 25 estudantes eram do sexo feminino e a média de idade dos estudantes era de 23 anos.

Avaliou o desempenho e as percepções de competência de estudantes de um novo curso de atenção farmacêutica que utiliza aprendizagem a partir de metodologias ativas.

Utilizou diferentes ferramentas avaliativas como exame escrito, seminários, OSCE e atendimento a paciente virtual.

Metodologias ativas podem ser combinadas como o OSCE, ou seja, enquanto situações problema, vídeos e pacientes virtuais auxiliam no processo de aprendizagem, o OSCE pode ser aplicado como medida de desempenho. Todavia aplicações estatísticas no trabalho apontam o atendimento a pacientes virtuais como ferramenta de melhor rendimento.

Development of skills to utilize point-of care ultrasonography in Nephrology practice

Nunes et al . 2016

Nove residentes, Quatro residentes de Nefrologia lotados no Hospital das Clínicas de uma Universidade Federal e cinco residentes de Medicina Interna de um hospital estadual regional na cidade de Barbacena (MG). Cinco eram do sexo masculino e quatro do feminino. A idade média do grupo era de 30 anos.

Demonstrar o desenvolvimento de competências para o uso do ultrassom point-of-care (POCUS) em Nefrologia.

A avaliação constou de testes cognitivos (TC) de múltipla escolha e associação de imagens antes e após o curso e de avaliação prática de competências na geração de imagens ultrassonográficas e realização de procedimentos pelo Exame Estruturado de Habilidades Clínicas (OSCE).

A utilização do OSCE em Phantom (modelo digital) e em modelos humanos, suplementa a avaliação de desempenho após avaliações cognitivas com testes de múltipla escolha.

O OSCE é utilizado na pesquisa como teste suplementar avaliativo para definir o desempenho perante as competências para o uso do ultrassom.

Os primeiros itens na avaliação podem sofrer uma influência avaliativa caso a metodologia de avaliação do OSCE não seja clara para os avaliados.



Undergraduates performance on vaccine administration in simulated scenario.

Costa et al . 2019

39 participantes da Universidade Federal de Alfenas (MG) com participantes do 7°, 8° e 9° do curso de Enfermagem. Sendo 34 do sexo feminino e 5 do sexo masculino, com idades em média de 24 anos.

Avaliou o desempenho de graduandos em Enfermagem sobre administração de vacinas no músculo vasto lateral da coxa em crianças como proposta de intervenção, utilizando cenário simulado, treino de habilidade e ambiente virtual de aprendizagem.

Foi utilizado um teste de conhecimento cognitivo sobre a administração de vacinas no músculo vasto lateral da coxa em crianças e um instrumento do tipo checklist fundamentado no Objective Structured Clinical Examination (OSCE), que foi utilizado no pré e pós- OSCE.

O OSCE é utilizado como medida suplementar avaliativa na pré exposição do tema e pós exposição, agindo como medida de avaliação de desempenho.

Ao agir como perfil de comparação em forma de “score” a avaliação do OSCE permite análise estatística de desempenho onde as mudanças são consideradas como significativas ou não significativas;

O estudo indica o uso de OSCE de forma combinada como tríade avaliativa, no teórico, prático e teórico-prático, suplementada nos cenários simulados para avaliação.

Formative assessment scores in tutorial sessions correlates with OSCE and progress testing scores in a PBL medical curriculum.

Couto et al . 2019

312 estudantes do curso de Medicina da Universidade Federal de Ribeirão Preto (SP) sendo do 4° período (n=53), 5° período (n=65), 6° período (n=65), 7° período (n=58) e 8° período (n=71).

Investigou a correlação da FA (atividade formativa) em sessões de tutoriais com notas obtidos junto à OSCE e ao PT (teste de progresso) na tentativa de melhor entender o processo de avaliação no PBL (Aprendizagem Baseada em Problemas) médico, assim como a abordagem de ensino, afim de prever o desempenho futuro do aluno.

O OSCE é utilizado como perfil comparador avaliativo e não suplementar.

O estudo evidencia que durante sessões tutoriais a FA pode se tornar um indicador de como será o desempenho do aluno na OSCE e no PT, e embora esses últimos testes avaliem diferentes competências, analises estatísticas indicam que existe uma correlação direta nos resultados dos mesmos.

‘‘ Shadow’’ OSCE examiner. A cross-sectional study comparing the ‘‘shadow’’ examiner with the original

OSCE examiner format.

Rodrigues et al . 2019

Alunos do último ano do curso de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Foram avaliados diferentes OSCE com um total de 451 itens avaliados, sendo eles: 39 (8,6%) habilidades afetivas, 169 (37,4%) habilidades psicomotoras, 228 (50,6%) habilidades cognitivas e 15 (3,3%) não foram classificados.

Comparou as pontuações atribuídas por examinadores "sombra" e "fixos" para procurar possíveis vieses de avaliação decorrentes de novas estratégias de examinação para o OSCE.

Os quesitos "fixos" são os que são avaliados diretamente no OSCE, enquanto os "sombra" são avaliados indiretamente a partir do desempenho.

O OSCE é dito como ferramenta avaliativa com associação ao feedback e as políticas de desempenho dos alunos no curso e descrito como medida de avaliação do próprio curso e não só dos alunos, como reflexo e interação na formação.

O OSCE também é considerado perfil formador e não suplementar, dessa forma os autores indicam seu uso como ferramenta teórico-prática e avaliativa.

Objective Structured Clinical Examination (OSCE) as a reliable Evaluation strategy: evidence from a Brazilian medical school.

Castellani et al . 2020

198 estudantes do curso de Medicina na Universidade de Salvador (UNIFACS), sendo 144 do sexo feminino e 55 do sexo masculino. Estudantes com média de 25 anos.

Analisou a correlação entre diferentes métodos de avaliação de competências em alunos de internato médico no Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE).

O OSCE é caracterizado como uma ferramenta completa pelos autores, dessa forma a avaliação formativa teórico-prática do OSCE poderia significar a padronização avaliativa em um único segmento.

O estudo correlaciona a avaliação de componentes generalistas ou áreas específicas e demonstram estatisticamente que o uso é correlacionado, mas suficiente em cada setor.

Stress, anxiety, self-efficacy, and the

meanings that physical therapy students attribute to their experience with an objective structured clinical examination.

Ferreira et al . 2020

32 estudantes do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais (MG)

Investigou as relações entre estresse fisiológico, e os níveis pessoais relatados de ansiedade e de eficácia relacionados à OSCE, e a atribuição dos estudantes a sua experiência com o exame.

O OSCE como catalizador de eventos de alteração neural. Podendo ocorrer associação a casos de diminuição do rendimento perante o exame, e possível associação a casos de ataques de ansiedade.

O trabalho avaliou diferentes componentes como a taxa de cortisol, sobre a visão de avalições tradicionais, testes cognitivos e o OSCE.



Added value of assessing medical students’ reflective writings in communication skills training: a longitudinal study in four academic centres.

Franco et al . 2020

69 estudantes do curso de Medicina de 4 universidades (SP, PR, RS) diferentes, sendo 55 estudantes do sexo feminino e 14 do sexo masculino. Estudantes com média de idade de 24 anos. Foram submetidos a um curso de 25h divididos em dois módulos de ensino.

Descreveu o desenvolvimento e implementação de um modelo para avaliar nos alunos habilidades de comunicação destacando o uso da escrita reflexiva. Avaliou a utilidade das reflexões dos alunos na avaliação das competências de comunicação.

O OSCE é caracterizado como medida avaliativa suplementar, importante na correlação dos nichos de habilidade de comunicação, desempenho na atividade prática e profundidade de reflexão.

O estudo considera desconexa o score avaliativo do estudante e sua habilidade de comunicação ou a sua capacidade reflexiva.

Fonte: elaborado pelos autores, 2024.

Na leitura integral dos artigos, ainda foi possível observar o perfil de uso, uma vez que alguns autores optaram por utilizar o OSCE como ferramenta combinada a outros métodos avaliativos e a subentender que seria uma ferramenta suplementar. Além disso, outros autores descreveram a avaliação no uso do OSCE como sendo completa, sem a necessidade de complemento, como um perfil avaliativo formador. E, vale destacar ainda, aqueles que indicam mudanças no uso, como a adaptação a uma versão digital, ou como perfil avaliativo do curso e da instituição, e não somente dos alunos.

DISCUSSÃO

A execução e aplicação do OSCE em instituições de ensino superior do Brasil, se for aplicado adequadamente, pode contribuir para avaliar os conhecimentos e aplicações de competência clínica de áreas médicas correlatas, sendo o estudante o objeto alvo da avaliação (Rosso et al ., 2023; Sotelo; Xiomara, 2020).

Em estudos realizados com discentes de instituições superiores o OSCE fornece resultados de alta relevância para aperfeiçoamento de métodos ativos do ensino. As informações refletidas nos dados do OSCE servem para ajustes didáticos, humanização do ensino superior, percepção do alunado quanto aos métodos avaliativos e formas de aproximar os discentes de áreas médicas de aplicações clínicas rotineiras, assim como aprimorar seus conhecimentos clínicos práticos e teóricos (Oliveira et al ., 2019; Fuentes, 2022; Rivero-López et al ., 2022; Roderjan et al ., 2021).

Demonstrou-se que o novo perfil de discentes se adaptam melhor as novas metodologias ativas de ensino e aprendizagem. Ferramentas ativas e dinâmicas como o OSCE, usado principalmente na área da saúde, apresentam mais sucesso na avaliação de discentes do que os métodos tradicionais, estimulando a prática por meio da avaliação (Castellani et al ., 2020).

Consolidada a importância do OSCE como método avaliativo, é pertinente o questionamento acerca da utilização do OSCE em instituições de ensino superior do Brasil. Aplicando os critérios definidos neste estudo de revisão sistemática, foram analisados oito artigos científicos que fizeram relatos sobre o uso do OSCE no Brasil. Os resultados evidenciaram o uso do OSCE como ferramenta qualitativa da aprendizagem ao longo da formação de estudantes da área da saúde, como Medicina, Enfermagem e Farmácia (Nunes et al ., 2016; Mesquita et al ., 2015; Rodrigues et al ., 2019; Franco et al ., 2020). Os desenhos de estudo identificados foram variados, porém, refletiram em novos modelos de aplicação associados às metodologias tradicionais.

As características dos estudos analisados nesta revisão incluem: a utilização do OSCE em pesquisas com avaliação de aprendizagem em cursos de graduação que buscaram a utilização de narrativas e a incorporação de métodos ativos como método complementar de avaliação no contexto do treinamento de habilidades de comunicação (Karnieli-Miller, 2020), a utilização de avaliador “sombra” na busca de feedbacks formativos mais aprimorados por meio da modificação do avaliador e a incorporação de testes cognitivos no exame OSCE (Panúncio-Pinto; Troncon, 2014; Rodrigues et al ., 2019).

A maioria dos estudos tradicionais norteiam-se através do desempenho exemplificado em notas, enquanto a utilização do OSCE pode revelar aspectos formativos que vão além da somativa, pois aborda as atitudes e as habilidades cognitivas e psicomotoras necessárias para desenvolver procedimentos na prática clínica (Muneeb et al ., 2017). A avaliação tradicional baseada nas habilidades cognitivas tende a promover uma aprendizagem mecanicista, enquanto a baseada em capacidades tendem a desenvolver uma aprendizagem atitudinal (Uygur et al ., 2019).

Um dos estudos incluídos nessa revisão sistemática, teve como objetivo comparar a eficácia da utilização do examinador “sombra” em relação ao examinador tradicional (Rodrigues et al ., 2019). Por mais que eles tenham encontrado diferenças significativas entre a interação afetiva no acompanhamento do examinador “sombra” em relação ao “fixo” a magnitude dessa diferença foi pequena e nas demais interações, os valores foram muito semelhantes em relação ao resultado final (Franco et al ., 2020). Entretanto, esta nova estratégia pode fornecer informações importantes para avaliações formativas do desempenho clínico, além de sugerir que ambos os exames são complementares.

A interação entre os métodos aplicados nos estudos incluídos mostra um desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo, da independência intelectual e da criatividade, construídos por meio da metacognição (Mamede; Schmidt, 2004; Chen; Forbes, 2014; Karnieli-Miller et al ., 2020). Porém, mesmo que as avaliações tradicionais forneçam dados concretos sobre competências e atuações clínicas, a padronização e a objetividade levando em conta as inúmeras áreas que o empregam, ainda são muito superficiais.

Dessa forma, a OSCE surge como um instrumento relativamente adequado para avaliar, dentro os componentes da competência clínica, muitos aspectos, principalmente se o objetivo for um retorno direto, individual e completo para o aluno com a utilização do avaliador “sombra”, por exemplo (Mesquita et al ., 2015; Rodrigues et al ., 2019).

Por outro lado, os exames por escritos também são relevantes e necessários para serem competentes, dentre eles, aspectos do diagnóstico, investigação e tratamento (Tsingos-Lucas et al ., 2017). O principal benefício do OSCE é a possibilidade de associar competências essenciais a clinicas simuladas, considerando o OSCE como “padrão ouro” para avaliar a educação dos profissionais de saúde.

Em estudo realizado por Costa et al . (2019), foram selecionados participantes dentre o alunado de Enfermagem, dando ênfase nos últimos 3 semestres da grade curricular. Estudo semelhante foi conduzido por Castellani et al . (2020), em que foi selecionado um grupo amostral de 198 alunos do último ano do curso de Medicina. A escolha pelos períodos finais deixa claro a intenção de fazer com que o aluno vivencie a prática clínica hospitalar.

Ademais, outros estudos fizeram uso de um intervalo não convencional nos artigos utilizados nesse estudo. Couto et al . (2019), elencaram um critério diferente para seu grupo amostral, foram avaliados 312 alunos entre o segundo e quarto ano do curso de Medicina. Discentes do 4º ao 8º semestre realizaram o OSCE e foram pontuados por meio da sua execução. As pontuações do alunado foram menores no OSCE do que em outros testes feitos com o mesmo grupo amostral, levando a crer que estudantes de meados do curso não conviveram tempo suficiente, mostrando inabilidades para execução do teste, com as competências que precisam realizar na rotina clínica.

No estudo redigido por Costa et al . (2019), foi realizado um cenário simulado para avaliação prática dos discentes do curso de Enfermagem, foi aplicado um checklist com 34 questões e avaliados por uma banca contendo 2 docentes e 3 juízes. Contrariamente aos outros artigos contidos na revisão, Costa et al . (2019) fizeram avaliações pré e pós OSCE, oscilando a média entre os dois intervalos. Discentes que realizaram o teste no momento pré OSCE não tinham conhecimento de como seriam avaliados e não ocorreu simulação prática clínica, no momento pós OSCE o alunado obteve um maior sucesso na execução prática das habilidades clínicas, demonstrando o sucesso e importância da aplicação correta do OSCE.

Castellani et al . (2020), realizaram um estudo transversal descritivo, avaliando cinco competências práticas do alunado de Medicina, sendo composto por uma simulação entre áreas da Medicina Clínica, Medicina de Família e Comunidade, Clinica Cirúrgica, Pediatria e Obstetrícia e Ginecologia, demonstrando a complexibilidade da aplicação do OSCE. Ademais, mesmo com a complexibilidade, o OSCE é uma avaliação abrangente e fidedigna de uma ampla gama de áreas que podem ser aplicadas em uma única simulação.

Em concordância com os artigos já citados, o trabalho de Couto et al . (2019), foi feito um ambiente simulado com os discentes do curso de Medicina, onde foram feitas seis sessões ativas de 4 minutos cada, fazendo com que o aluno executasse tarefas pré-determinadas para examinar, diagnosticar e tratar pacientes, enquanto um avaliador determina o desempenho do aluno por meio de um checklist. Os resultados desse estudo demonstraram uma alta média para alunos que realizaram o OSCE, ressaltando a importância e aplicabilidade desse teste.

As ferramentas clínicas práticas com metodologias ativas aplicadas como é o OSCE melhoram o desempenho dos alunos, oportunizam a atualização de novos conhecimentos dos discentes e docentes, superam os modelos tradicionais de ensino e tem o melhor desempenho quando comparado a outros testes de áreas médicas correlatas (Castellani et al ., 2020; Costa et al ., 2019; Couto et al ., 2019).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização do OSCE como ferramenta avaliativa mostrou-se bastante eficiente e com resultados significativos. Este estudo oferece um panorama sobre o OSCE no Brasil, revelando um uso ainda limitado, porém, de grande relevância, principalmente pra áreas médicas. O OSCE demonstra um domínio maior que outros testes na mesma área, quando aplicado corretamente e direcionado para a evolução daqueles que compõem o ensino superior.

A discussão, aplicação e a prática avaliativa são competências necessárias à formação do discente em contrapartida às exigências das políticas de educação atual, bem como o desenvolvimento de trabalho em equipe, beneficiando os usuários dos sistemas de saúde.

REFERÊNCIAS

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Paula Páglia Braga Araújo

Mestranda em Ciência e Saúde Animal pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG-CSTR). Possui Graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG-CSTR).

araujo.paglia@gmail.com

Giliel Rodrigues Leandro

Mestrando em Ciência e Saúde Animal pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG-CSTR). Possui Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG-CSTR).

giliel.rodrigues@estudante.ufcg.edu.br

Rafael Dioni Leandro Costa

Doutorando em Ciência e Saúde Animal pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG-CSTR). Possui Mestrado em Biodiversidade pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB-CCA) e Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG-CSTR).

rafaeldioni2011@hotmail.com

Erotides Martins Filho

Doutorando em Ciência e Saúde Animal pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG-CSTR). Possui Mestrado Parasitologia Veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRJ-Seropédica) e Graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB-CSTR).

martinsvet3@gmail.com

Elzenir Pereira de Oliveira Almeida

Doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina do ABC-São Paulo (ABC-São Paulo). Possui Mestrado em Gestão Educacional pela Fundação Francisco Mascarenhas/Universidade Internacional de Lisboa (2002) (Revalidado pela Câmara de Ensino em Pós-Graduação e Pesquisa da UFBA em 07/12/2009) e Graduação em Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Atualmente, é Professora adjunta da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG-CSTR).

elzenir.pereira@professor.ufcg.edu.br



Como citar este documento – ABNT

ARAÚJO, Paula Páglia Braga; LEANDRO, Giliel Rodrigues; COSTA, Rafael Dioni Leandro; MARTINS FILHO, Erotides; ALMEIDA, Elzenir Pereira de Oliveira. O exame clínico objetivo estruturado nos cursos de saúde no Brasil de 2013 a 2023. Revista Docência do Ensino Superior , Belo Horizonte, v. 15, e051311, p. 1-19, 2025. DOI: https://doi.org/10.35699/2237-5864.2025.51311.




1 Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos, PB, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-4777-9862 E-mail: araujo.paglia@gmail.com

2 Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos, PB, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0009-0000-7585-8018 E-mail: giliel.rodrigues@estudante.ufcg.edu.br

3 Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos, PB, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-2118-4561 E-mail: rafaeldioni2011@hotmail.com

4 Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos, PB, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-5736-6033 E-mail: martinsvet3@gmail.com

5 Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos, PB, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0003-2453-4691 E-mail: elzenir.pereira@professor.ufcg.edu.br


Recebido em: 19/04/2025 Aprovado em: 18/11/2024 Publicado em: 31/01/2025

Rev. Docência Ens. Sup., Belo Horizonte, v. 15, e051311, 2025 9