A expressão variável do modo imperativo nas cidades de Feira de Santana-BA e Campinas-SP

um estudo comparativo

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.17851/2237-2083.33.4.101-126

Palabras clave:

sociolinguística variacionista, imperativo, português baiano, português paulista

Resumen

Pesquisas sobre a variação linguística do modo imperativo (Oliveira, 2017; Sampaio, 2001) apontam que a forma indicativa (pega) predomina na fala de brasileiros nas capitais do Sudeste, enquanto a forma subjuntiva (pegue) ocorre com mais frequência nas capitais do Nordeste, evidenciando uma variação geográfica. Este artigo, baseado na metodologia variacionista laboviana, objetiva mapear o uso das formas imperativas (subjuntivo ~ indicativo) nas cidades interioranas de Campinas e Feira de Santana, áreas ainda não exploradas em estudos sobre o imperativo. Para isso, realizou-se um experimento com 72 participantes, estratificados por sexo/gênero, idade, escolaridade e localidade, usando cenas de diálogos com balões vazios que os participantes preencheram com respostas adequadas à situação. Os resultados, de forma geral, revelam que os campineiros usam predominantemente as formas imperativas com morfologia de indicativo (81%), diferentemente dos feirenses (47%), destacando uma diferença regional.

Referencias

BAAYEN, R. H. Analysing linguistic data: a practical introduction to Statistics. Cambridge: Cambridge University Press, 2008.

CARDOSO, D. B. B. Variação e mudança do imperativo no português brasileiro: gênero e identidade. 2009. 165f. Tese (Doutorado em Linguística) - Universidade de Brasília, Brasília, 2009.

CUNHA, C.; CINTRA, L. A nova gramática do português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Lexikon Informática, 2007.

EVANGELISTA, E. M. Fala, Vitória! A variação do imperativo na cidade de Vitória/ES e sua posição no cenário nacional. 2010. 166f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) - Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2010.

FIGUEREIDO, J. G. dos S.; SOUZA, E. S. de. O uso do imperativo por migrantes baianos em São Paulo: um estudo comparativo. [S.l.: s.n.], 2017. Comunicação apresentada no VII Encontro de Sociolinguística: Redes e Contato.

GUY, G. R.; ZILLES, A. Sociolinguística quantitativa: instrumental de análise. São Paulo: Parábola, 2007.

HELLWIG, B.; GEERTS, J. ELAN – Linguistc Annotator. Versão 4.4.0. [S.l.: s.n.], 2013. Disponível em: http://www.mpi.nl/corpus/manuals/manual-elan.pdf.

LABOV, W. Padrões sociolinguísticos. Tradução: Marcos Bagno; Maria Marta Pereira Scherre; Caroline Cardoso. São Paulo: Editora Parábola, 2008 [1972].

LEVSHINA, N. How to do Linguistics with R. Amsterdam: John Benjamins, 2015.

MILROY, J. Language ideologies and the consequences of standardization. Journal of Sociolinguistics, Oxford, v. 5, n. 4, p. 530-555, nov. 2001.

MOLLICA, M. C.; PAIVA, M. de C. Restrições estruturais atuando na relação entre L - R e R - Ø em grupos consonantais em português. Boletim da ABRALIN, n. 11, p. 181-189, 1989.

NARO, A. J. O dinamismo das línguas. In: BRAGA, M. L.; MOLLICA, M. C. (Org.). Introdução à Sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Editora Contexto, 2004, p. 43-50.

NUNES, L.; SCHWENTER, S. Variability in the form of southern Brazilian Portuguese imperatives. In: 44 NWAV. Toronto, 2015.

OLIVEIRA, J. M. O imperativo gramatical nas capitais do Nordeste: análise sociolinguística de dados do ALiB. In: LOPES, N. S.; OLIVEIRA, J. M.; PARCERO, L. M. J. (orgs.). Estudos sobre o português do Nordeste: língua, lugar e sociedade. São Paulo: Blucher, 2017, p. 27-44.

OLIVEIRA, J. M. Wh-Exclamative, Imperative and Interrogative Sentences: Issues on Brazilian Portuguese. In: GUESSER, S.; MARCHESAN, A.; MEDEIROS JUNIOR, P. (Eds.). Wh-exclamatives, Imperatives and Wh-questions: Issues on Brazilian Portuguese. Berlin: De Gruyter, 2023, p. 27-44.

OUSHIRO, L. Identidade na pluralidade: avaliação, produção e percepção linguística na cidade de São Paulo. 2015. 390 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo - USP, São Paulo, 2015.

OUSHIRO, L. Introdução à Estatística para Linguistas. Campinas: Editora da Abralin, 2022. Disponível em: https://ead.abralin.org/.

PAIVA, M. D. C.; DUARTE, M. E. Mudança linguística em tempo real. São Paulo: Contra Capa, 2003.

PAIVA, M. D. C. de. A variável gênero/sexo. In: BRAGA, M. L.; MOLLICA, M. C. (eds.). Introdução à sociolinguística: o tratamento da variação. [S.l.]: São Paulo: Editora Contexto, 2004. p. 33–42.

PEIRCE, J. W. Psychology Software Tools E-Prime 4.0. [S.l.: s.n.], 2018. Disponível em: https://pstnet.com/products/e-prime/.

R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. [S.l.: s.n.], 2023. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. Disponível em: http://www.R-project.org/.

SAMPAIO, D. A. Modo imperativo: sua manifestação/expressão no português contemporâneo. 2001. 153 f. Dissertação (Mestrado em Letras e Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística, Universidade Federal da Bahia -UFBA, Salvador, 2001.

SCHERRE, M. M. P. Norma e uso: o imperativo no português brasileiro. In: DIETRICH, W.; NOLL, V. (Org.). O português do Brasil: perspectivas da pesquisa atual. Frankfurt am Main: Vervuert, 2004, p. 231–260.

SCHERRE, M. M. P. Aspectos sincrônicos e diacrônicos do imperativo gramatical no português brasileiro. Alfa: Revista de Linguística, São Paulo, v. 51, n. 1, p. 189–222, 2007. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/1432. Acesso em: 10 out. 2025.

VOTRE, S. J. Relevância da variável escolaridade. In: MOLLICA, M. C.; BRAGA, M. L. (Org.). Introdução à sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2004, p. 51–57.

Publicado

2025-12-05

Cómo citar

A expressão variável do modo imperativo nas cidades de Feira de Santana-BA e Campinas-SP: um estudo comparativo . Revista de Estudos da Linguagem, [S. l.], v. 33, n. 4, p. 101–126, 2025. DOI: 10.17851/2237-2083.33.4.101-126. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/relin/article/view/62824. Acesso em: 13 dec. 2025.