A retórica da intransigência e a campanha de desinformação em fake news sobre a pandemia de Covid-19
DOI:
https://doi.org/10.17851/2237-2083.29.4.2429-2461Palavras-chave:
retórica, fake news, covid-19Resumo
O objetivo deste artigo é analisar a estrutura argumentativa de fake news sobre o Covid-19, procurando verificar sua força argumentativa e sua capacidade de persuasão. Tomamos por base para nossa análise os conceitos de A retórica da intransigência de Hirschman (1992), de Ethos e Pathos da Retórica de Aristóteles (1998) e Tratado da argumentação. A nova retórica de Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996). Nossa metodologia baseou-se na análise de três fake news relacionadas à campanha negacionista contra a Pandemia de Covid-19, cada uma tomada como prototípica das categorias levantadas por Hirschman (1992): a Tese da Perversidade, a Tese da Futilidade e a Tese do Medo. Os resultados obtidos indicam que as fake news devem ser entendidas como um fenômeno inerentemente digital que se utiliza de estratégias argumentativas bem elaboradas, segundo seu objetivo de suscitar o descrédito e a dúvida da opinião pública. Portanto, levando-se em conta o cidadão médio, podemos dizer que as fake news têm uma grande capacidade persuasiva e por isso devem ser encaradas como algo de extremo perigo para a sociedade e seus princípios democráticos e científicos.