O pronome pleno de terceira pessoa no “pretuguês” oitocentista

Autores

  • Fernanda de Oliveira Cerqueira Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.17851/2237-2083.30.4.1596-1620

Palavras-chave:

Pronome pleno de terceira pessoa, pretuguês, Sociedade protetora dos desvalidos, distribuição sintática, referência léxico-sintática

Resumo

O presente trabalho visa mapear o comportamento do pronome pleno de terceira pessoa, por meio de sua distribuição sintática e suas relações referenciais, através de suas leituras léxico-semânticas, partindo da Teoria de traços-φ (CARVALHO, 2008, 2017; CERQUEIRA, 2015, 2019, 2020b; HARBOUR; ADGER; BÉJAR, 2008), em atas produzidas, na Salvador do século XIX (OLIVEIRA, 2006), a fim de verificar quais características desse fenômeno já se manifestavam nessa modalidade do Português Brasileiro oitocentista. Diante disso, para compreensão de pronome como elemento decomponível, a pesquisa se pauta na perspectiva gerativista (CHOMSKY, 1995 e posteriores), cujas diretrizes norteiam as variáveis linguísticas selecionadas: posição sintática do pronome, leituras de definitude, de especificidade e de animacidade, além de gênero e de número. Quanto ao enquadramento sociohistórico, o método quantitativo possibilitou a verificação de caminhos para compreensão do retrato da variante plena de terceira pessoa, na comunidade linguística em questão (LABOV, 1972). Portanto, verificou-se que o pronome pleno de terceira pessoa no pretuguês oitocentista soteropolitano é favorecido em posição de sujeito (59,78%), embora já ocorresse em posição de objeto direto (2,11%) e de objeto preposicionado (8,98%). Tende a apresentar leitura definida (94,7%), específica (98,94%) e animada (75,13%). Também ocorre com maior frequência como masculino (81,48%) e singular (90,57%), aspectos fortemente atrelados ao gênero textual ata, assim como ao perfil da comunidade em questão.

Publicado

2024-10-06

Como Citar

O pronome pleno de terceira pessoa no “pretuguês” oitocentista. Revista de Estudos da Linguagem, [S. l.], v. 30, n. 4, p. 1596–1620, 2024. DOI: 10.17851/2237-2083.30.4.1596-1620. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/relin/article/view/54690. Acesso em: 27 dez. 2024.