A percepção sobre as formas de imperativo a partir dos quadrinhos da Turma da Mônica Jovem e Chico Bento Moço
DOI:
https://doi.org/10.17851/2237-2083.31.2.764-808Palavras-chave:
sociolinguística, imperativo gramatical variável, formas indicativas e subjuntivas, estudo de percepçãoResumo
Neste artigo, apresentamos uma pesquisa sobre a percepção da variação linguística das formas indicativas e subjuntivas na expressão do imperativo no português brasileiro. Com base nos estudos de Scherre (2008; 2012), pôde-se constatar um aumento do uso das formas indicativas em revistas da Turma da Mônica, de 7% em 1970 para 81% em 2010 e, a partir desse resultado, a hipótese é de que os participantes de um experimento criado por nós prefiram majoritariamente as formas no indicativo, tanto na escolha de quais formas os personagens usariam quanto as formas que os participantes utilizariam. Para tanto, aplicamos um questionário, realizado na plataforma Google formulários, com recortes das revistas Turma da Mônica Jovem e Chico Bento Moço, do escritor Maurício de Sousa, para que os participantes assinalassem, em um primeiro momento, quais formas as personagens utilizariam e, em seguida, quais os próprios participantes usariam. Foram analisadas as respostas de 875 participantes, sendo a maioria desses da faixa etária jovem, do sexo feminino e residentes na Região Sudeste do Brasil. Os resultados alcançados neste estudo demonstram uma maior tendência de escolha da forma associada ao indicativo em contextos que evidenciam o traço de ruralidade dos personagens, na presença do vocativo depois do verbo, no contexto temporal imediato, em sentenças afirmativas e quando a negação é pós-verbal. Por outro lado, a forma subjuntiva é favorecida em situações comunicativas em que o contexto de autoridade está em destaque, no contexto temporal não imediato, em sentenças em que a negação é pré-verbal e na presença do vocativo antes do verbo.