Segurança no preparo e na administração de medicamentos, à luz da pesquisa restaurativa em saúde

Autores

  • Fernanda Raphael Escobar Gimenes Ribeirão PretoSP, Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto , Brasil
  • Silvia Helena De Bortoli Cassiani Ribeirão PretoSP, Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto , Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5935/1415-2762.20130070

Palavras-chave:

Gerenciamento de Segurança, Segurança do Paciente, Unidades de Terapia Intensiva, Remeduação Ambiental, Pesquisa, Fotografia

Resumo

O objetivo foi obter a visão dos profissionais de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva (UTI) do interior paulista, em relação aos aspectos existentes nos processos de preparo e de administração de medicamentos, o que, segundo os profissionais, contribui para a segurança do paciente ou, ao contrário, são vistos como barreiras para a administração segura dos medicamentos. O estudo foi dividido em quatro fases. Foram utilizadas técnicas diversificadas de coleta de dados: grupos focais, narração fotográfica, foto elicitation e observação em campo. A coleta e a análise dos dados ocorreram de maneira interativa, segundo a orientação teórica da pesquisa restaurativa em saúde. Seis temas foram obtidos da análise: identificando o ambiente assistencial como contribuinte para a segurança no preparo e na administração de medicamentos; identificando riscos no ambiente assistencial; percebendo o ambiente assistencial como fator de risco para os acidentes ocupacionais; tendo que conviver com o sentimento de "impotência" diante da cultura organizacional vigente; convivendo com os improvisos no dia-a-dia do trabalho; e vislumbrando possibilidades de mudanças no ambiente assistencial. A experiência de utilizar a abordagem restaurativa em saúde auxiliou na compreensão das barreiras e das medidas facilitadoras voltadas para a segurança no preparo e na administração de medicamentos. Os temas obtidos também demonstraram que os problemas existentes na UTI interferem na segurança tanto dos pacientes como dos profissionais. Logo, os líderes devem rever a forma de gerenciar a segurança na instituição.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

1. World Health Organization. Global status report on noncommunicable diseases 2010. Geneva: World Health Organization; 2011. ix, 164 p.

2. World Health Organization. WHO Patient Safety. WHO patient safety research: better knowledge for safer care. Geneva: World Health Organization; 2009. 12 p.

3. Marck PB, Kwan JA, Preville B, et al. Building safer systems by ecological design: using restoration science to develop a medication safety intervention. Qual Saf Health Care. 2006;15(2):92-7.

4. Marck P, Cassiani SHdB. Teorizando sobre sistemas: uma tarefa ecológica para as pesquisas na área de segurança do paciente. Revista Latinoam Enferm. 2005; 13:750-3.

5. Marck P. Field notes from research and restoration in the backcountry of modern health care. Can J Nurs Res. 2006; 38(2):11-23.

6. Marck PB. Ethics in hard places: the ecology of safer systems in modern health care. Health Ethics Today. 2004; 14(1):4.

7. Guedes RMDA, Lima FDPA, Assunção AA. O programa de qualidade no setor hospitalar e as atividades reais da enfermagem: o caso da medicação. Ciênc Saúde Coletiva. 2005; 10:1063 74.

8. Hassan E, Badawi O, Weber RJ, Cohen H. Using technology to prevent adverse drug events in the intensive care unit. Crit Care Med. 2010; 38(6Suppl):S97-S105.

9. Lockett D, Willis A, Edwards N. Through seniors’ eyes: an exploratory qualitative study to identify environmental barriers to and facilitators of walking. Can J Nurs Res. 2005; 37(3):48 65.

10. Marck PB, Lang A, Macdonald M, Griffin M, Easty A, Corsini-Munt S. Safety in home care: a research protocol for studying medication management. Implement Sci. 2010; 5:43.

11. Raduenz AC, Hoffmann P, Radunz V, Dal Sasso GT, Maliska IC, Marck PB. Nursing care and patient safety: visualizing medication organization, storage and distribution with photographic research methods. Rev Latinoam Enferm. 2010; 18(6):1045-54.

12. Gallesio AO. Improving quality and safety in the ICU: a challenge for the next years. Curr Opin Crit Care. 2008; 14(6):700-7.

13. Toffoletto MC, Padilha KG. Consequences of medical errors in intensive and semi-intensive care units. Rev Esc Enferm USP. 2006; 40(2):247-52.

14. Bohomol E, Ramos LH, D’Innocenzo M. Medication errors in an intensive care unit. J Adv Nurs. 2009; 65:1259-67.

15. Mendes W, Martins M, Rozenfeld S, Travassos C. The assessment of adverse events in hospitals in Brazil. Int J Qual Health Care. 2009; 21:279-84.

16. Srivastava P, Hopwood N. A practical iterative framework for qualitative data analysis. Int J Qual Methods. 2009; 8(1):9.

17. Faria Westphal M, Bogus CM, Mello Faria Md. Grupos focais: experiencias precursoras em programas educativos em saude no Brasil. Boletín de la Oficina Sanitaria Panamericana (OSP). 1996; 120(6):472-82.

18. World Health Organization. World alliance for patient safety: WHO draft guidelines for adverse event reporting and learning systems: from information to action. Geneva: World Health Organization; 2005.

19. Thorne S. Interpretive description. Left Coast Press; 2008.

20. Ressel LB, Beck CLC, Gualda DMR, Hoffmann IC, Silva RMd, Sehnem GD. O uso do grupo focal em pesquisa qualitativa. Texto Contexto Enferm. 2008; 17:779-86.

21. Maurente V, Tittoni J. Imagens como estratégia metodológica em pesquisa: a fotocomposição e outros caminhos possíveis. Psicol Soc. 2007; 19:33-8.

22. Neiva-Silva L, Koller SH. O uso da fotografia na pesquisa em Psicologia. Estudos Psicol. 2002; 7(2):13.

23. Wang C, Burris MA. Empowerment through photo novella - portraits of participation. Health Educ Q. 1994; 21(2):171-86.

24. Wang C, Burris MA. Photovoice: concept, methodology, and use for participatory needs assessment. Health Educ Behav. 1997; 24(3):369-87.

25. Higgs ES. Nature by design: people, natural process, and ecological design. Cambridge: Mit Press; 2003.

26. Frith H, Harcourt D. Using photographs to capture women’s experiences of chemotherapy: reflecting on the method. Qual Health Res. 2007;17(10):1340-50.

27. Harper D. Talking about pictures: a case for photo elicitation. Visual Studies. 2002; 17(1):13.

28. Clark-Ibanez M. Framing the social world with photo-elicitation interviews. Am Behav Sci. 2004; 47(12):1507-27.

29. John WC. Research Design: qualitative, quantitative, and mixed methods approaches. Los Angeles: SAGE Publications; 2009.

Publicado

01-12-2013

Edição

Seção

Relato

Como Citar

1.
Segurança no preparo e na administração de medicamentos, à luz da pesquisa restaurativa em saúde. REME Rev Min Enferm. [Internet]. 1º de dezembro de 2013 [citado 16º de novembro de 2025];17(4). Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/reme/article/view/50209

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)