A enfermagem brasileira

reflexão sobre sua atuação política

Autores

  • Andréa Broch Siqueira Lusquinhos Lessa Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-graduação em Enfermagem
  • Cristina Nunes Vitor de Araújo Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-graduação em Enfermagem

DOI:

https://doi.org/10.5935/1415-2762.20130036

Palavras-chave:

Política, Enfermagem, Profissionais da Saúde

Resumo

Este texto é uma reflexão acerca da participação política dos enfermeiros brasileiros à luz das ideias do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Em seu livro "Em Busca da Política", o autor questiona o neoliberalismo como causador da inércia política mundial, fazendo com que os indivíduos não mais acreditem na luta por um mundo melhor. Assim, ao refletir sobre o despreparo político da categoria de enfermagem, questiona-se o porquê da passividade e atonia desses profissionais diante dos conflitos vivenciados. Os profissionais de enfermagem produzem um trabalho invisível e imaterial, construído com base no modelo biomédico, centrado na divisão social e técnica do trabalho, o que contribui para explicar a perda de legitimidade que atinge a ação política desses profissionais. Por que a categoria não apresenta forças para alterar essa realidade? Assim, para estabelecer a aproximação das análises de Bauman com o campo da enfermagem, faz-se essa articulação com a configuração histórica da profissão e constatam-se alguns dos determinantes de sua participação política permeada de avanços e retrocessos.

Referências

1. Pallares-Burke MLGP. Entrevista com Zigmunt Bauman. Tempo Soc. 2004; 16(1):301-25.

2. Persegona KR, Rocha DLB, Lenardt MH, Zagoneli IPS. O conhecimento político na atuação do enfermeiro. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2009; 13(3): 645-50.

3. Florentino FRA, Florentino JA. As relações sociais profissionais entre enfermeiro e médico no campo da saúde. Travessias. 2009; 3(2): 301-25).

4. Ide CAC. A coordenação do processo de cuidar. In: Ide CAC. Ensinando e aprendendo novo estilo de cuidar. São Paulo: Atheneu; 2001. p. 153-64.

5. Brasil, Conselho Federal de Enfermagem. Lei 7498/86, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem, e da outras providencias. Brasília: Cofen; 1986.

6. Bauman Z. Em busca da política. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora; 2000.

7. ABEn-Seção Distrito Federal. Por uma postura política atuante da enfermagem. J Assoc Bras Enferm. 2003; 45(2):10.

8. Brasil. Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. A redução da jornada de trabalho dos profissionais de enfermagem. Brasília; 2006.

9. Vacas AC. Greve de enfermeiros durante três dias. Correio da manhã. 2010. Nacional. [Citado 2010 dez. 5]. Disponível em: http://www.cmjornal.xl.pt/ detalhe/noticias/nacional/saude/greve-de-enfermeiros-durante-tres-dias

10. Lisboa. 91% de enfermeiros em greve com os doentes a apoiar. Diário de Notícias Portugal. 2010. [Citado em 2010 dez. 5]. Disponível em: http://www. dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1531790&page=-1

11. Lisboa. Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. Greve nacional de enfermeiros em junho. Lisboa; 2010. [Citado em 2010 dez. 5]. Disponível em: http://www.sep.org.pt/images/stories/sep/accaosindical/2010/05/250510co municadogreve2.pdf.

12. Associação Brasileira de Enfermagem. Estatuto da Associação Brasileira de Enfermagem. Brasília: ABEn; 2005.

13. Carvalho VLS, Guimarães CM. Enfermagem e sindicalismo em Goiás: análise do período 1982-2004. Rev Bras Enferm. 2007; 60(2):155-60.

14. Gustavo AS, Santos BRL, Ojeda BS, Urbanetto JS, Creutzberg, Corbellini VL. O ensino de graduação em enfermagem tecendo espaços de organização política da profissão. J ABEn. 2003 out/dez; 45(4):12.

15. Melo CMM, Santos TA. A participação política de enfermeiras na gestão do Sistema Único de Saúde em nível municipal. Texto Contexto Enferm.2009; 16(3): 426-32.

16. Pires MRGM. Enfermeiro com qualidade formal e política: em busca de um novo perfil. Interface Comunic Saúde Educ. 2002; 6(10): 115-6.

17. Ribeiro JU. Política: quem manda, por que manda, como manda. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1998.

18. Melo CMM, Barros S. Unidade de ação: aspectos históricos da organização política da enfermagem brasileira. J Assoc Bras Enferm. 2003; 45(4):10-1.

19. Vianna CMM. Estruturas do sistema de saúde: do complexo médicoindustrial ao médico financeiro. Physis. 2002; 12(2):375-90.

20. Brasil. Conselho Federal de Enfermagem. Análise de dados dos profissionais de enfermagem existentes nos Conselhos Regionais. Brasília; 2011.

21. Gomes MLB, Santos TCF. Construindo a identidade sindical das enfermeiras no Rio de Janeiro (1978-1984). Texto Contexto Enferm. 2005; 14(4): 488-97.

Publicado

01-06-2013

Edição

Seção

Artigo Reflexivo

Como Citar

1.
A enfermagem brasileira: reflexão sobre sua atuação política. REME Rev Min Enferm. [Internet]. 1º de junho de 2013 [citado 22º de março de 2025];17(2). Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/reme/article/view/50246

Artigos Semelhantes

61-70 de 1538

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.