
Neste breve e denso ensaio, o filósofo italiano compara duas dimensões da terra conforme pensadas originalmente pelos gregos, a superfície onde tudo floresce, personificada na deusa Gaia, e os misteriosos subterrâneos compreendidos sob o signo de Ctônia. Contudo, mais do que uma reflexão estratigráfica, com o presente texto Agamben pretende indicar a inseparabilidade da esfera dos mortos em relação àquela dos vivos, concluindo que uma sociedade que, como a nossa, rompeu seus laços com Ctônia, na realidade cria para si uma dimensão em que a vida se torna impossível, assim como a política.