v. 2 n. 2 (2021): Dossiê - Constituinte e destituinte: poderes, potências e pensamento (des)instituinte (jul/dez 2021)
Dossiê especial

Perspectivas para a desinstituição da democracia representativa

Rodrigo Ribeiro
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil
Biografia

Publicado 17-04-2022

Palavras-chave

  • desinstituição,
  • representação política,
  • democracia radical

Como Citar

RIBEIRO, R. Perspectivas para a desinstituição da democracia representativa. (Des)troços: revista de pensamento radical, Belo Horizonte, v. 2, n. 2, p. 90–114, 2022. DOI: 10.53981/destroos.v2i2.36846. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/36846. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

O presente artigo propõe uma análise radicalmente crítica da democracia representativa, inserindo-se nas discussões que posicionam a democracia radical como chave de leitura crítica dos mecanismos representativos. Nesse sentido, utiliza-se o conceito de desinstitiução, tal como proposto por Andityas Matos, como uma prática que permita a ruptura com a representação política e a emergência de novas configurações políticas. Dialogando com autores como Jacques Rancière e Ellen Woods, esse trabalho busca evidenciar os problemas da fórmula nomeada democracia representativa, tensionando as condições do presente que impõem a prática representativa como destino inescapável das sociedades contemporâneas. Traçando paralelos com autores como Douglas Lummis, Cornelius Castoriadis e o grupo Comitê Invisível, objetiva-se apresentar a democracia radical como realidade possível, apresentando, para tanto, os elementos que fundamentam a aposta na recomposição dos sentidos políticos de uma comunidade efetivamente democrática.

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