v. 5 n. 1 (2024): Dossiê - Diferença, antagonismos e imanência: Deleuze, Guattari e outrxs esquizos (jan/jun 2024)
Artigos

Deslizes ao corpóreo, ou sobre os efeitos dos deslumbramentos do esconjuro: dispêndios sobre Georges Bataille

Leandro Assis Santos
Universidade do estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Biografia

Publicado 06-10-2024

Palavras-chave

  • Bataille,
  • esconjuro,
  • dispêndio,
  • transgressão,
  • interdito

Como Citar

SANTOS, L. A. Deslizes ao corpóreo, ou sobre os efeitos dos deslumbramentos do esconjuro: dispêndios sobre Georges Bataille. (Des)troços: revista de pensamento radical, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. e51934, 2024. DOI: 10.53981/destroos.v5i1.51934. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51934. Acesso em: 28 out. 2024.

Resumo

O presente artigo visa reconstruir a partir das reflexões de Georges Bataille o que se entende por esconjuro e sexualidade. Para tanto, delimitar um affaire filosófico com as noções de dispêndio, transgressão e interdito são centrais, uma vez que nosso filósofo recorre a elementos de escatologia a fim de delimitar o espaço mais íntimo da corporeidade. Esta será entendida a partir de sua imanência, haja vista que não existe nenhuma perspectiva de metafísico ou religioso (guarda-se aqui a diferença com o sagrado) no interior da obra do pensador francês. Dessa maneira, o intuito desse trabalho é especificar o lugar mais próprio do esconjuro na vida humana, partindo do que é mais baixo e vil, como procede nosso autor. Partindo desse propósito, nossa pesquisa objetiva explicitar quais os meandros que perpassam a dinâmica mais própria dos prazeres que, por sua vez, delimitam o espaço de nossa corporeidade, bem como acerca da própria “carne” do mundo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

  1. AGAMBEN, Giorgio. Nudez. Trad. Davi Pessoa Carneiro. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
  2. BARTHES, Roland. O prazer do texto. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2006.
  3. BATAILLE, Georges. A experiência interior: seguida de Método de meditação e Postscriptum 1953: Suma ateológica, vol. I. Trad. Fernando Scheibe. Belo Horizonte: Autêntica, 2016a. (Filô/Bataille).
  4. BATAILLE, Georges. A parte maldita, precedida de “A noção de dispêndio”. Trad. Júlio Castañon Guimarães. Belo Horizonte: Autêntica, 2016b. (Filô/Bataille)
  5. BATAILLE, Georges. História do olho. Trad. Eliane Robert Moraes. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
  6. BATAILLE, Georges. L’Histoire de l’érotisme. Paris: Gallimard, 2015.
  7. BATAILLE, Georges. O ânus solar (e outros textos do sol). Trad. Aníbal Fernandes. Lisboa: Assírio & Alvin, 2007.
  8. BATAILLE, Georges. O erotismo. Trad. Fernando Scheibe. Belo Horizonte: Autêntica, 2013 (Filô/Bataille)
  9. BATAILLE, Georges. Sobre Nietzsche: vontade de chance: seguido de Memorandum; A risada de Nietzsche; Discussão sobre o pecado; Zaratustra e o encantamento do jogo – Suma ateológica, vol. III. Trad. Fernando Scheibe. Belo Horizonte: Autêntica, 2017c. (Filô Bataille)
  10. BLANCHOT, Maurice. A comunidade inconfessável. Tradução de Eclair Antônio Almeida Filho. Brasília: Universidade de Brasília; São Paulo: Lumme, 2013.
  11. BLANCHOT, Maurice. Lautréamont et Sade. Paris: Édition de Minuit, 1963.
  12. CABANTOUS, Alain; WALTER, Fraçois. Les tentations de la chair. Virginité et chasteté (16-21 siècle). Paris: Payout, 2016.
  13. CAMUS, Albert. O mito de Sísifo. Trad. Ari Roitman e Paulina Watch. Rio de Janeiro: BestBolso, 2017.
  14. DIDI-HUBERMAN, Georges. A semelhança informe: ou o gaio saber visual Segundo Georges Bataille. Trad. Caio Meira e Fernando Scheib. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015.
  15. DURANÇON, Jean. Georges Bataille. Paris: Gallimard, 1976.
  16. FONTES, Joaquim Brasil. Eros, tecelão de mitos. São Paulo: Iluminuras, 2003.
  17. FREUD, Sigmund. Conferências introdutórias à psicanálise (1916-1917). Trad. Sergio Tellaroli. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. (Obras completas, 13)
  18. FREUD, Sigmund. Totem e tabu, Contribuição à história do movimento psicanalítico e outros textos (1912-1914). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. (Obras completas, 11)
  19. JORON, Philippe. A vida improdutiva: Georges Bataille e a heterologia sociológica. Trad. Tânia do Valle Tschiedel. Porto Alegre: Sulima, 2013.
  20. LÉVINE, Éva; TOUBOUL, Patricia. Le corps. Paris: Flamarion, 2002.
  21. MARCZUK, Monika; APICELLA, Nicola (org.). Cahiers Bataille 4. Dictionnaire critique de Georges Bataille. Meurcourt: Les Cahiers, 2019.
  22. MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção e política da morte. Trad. Renata Santini. São Paulo: n-1, 2018.
  23. MORAES, Eliane Robert. O corpo impossível: a decomposição da figura humana: de Lautréamont a Bataille. 2. ed. São Paulo: Iluminuras, 2017.
  24. NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral: uma polêmica. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
  25. PESSOA, Fernando. Obra poética. Organização Maria Aliete Galhoz. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
  26. RABOUIN, David. Le désir. Paris: Flamarion, 2002.
  27. REICH, Wilheim. A função do orgasmo: problemas econômico-sexuais da energia biológica. Tradução de Maria da Glória Novak. São Paulo: Brasiliense, 2012.
  28. VIGARELLO, Georges; CORBIN, Alain; CORTINE, Jean-Jacques. Histoire du corps 1: de la Renaissance aux Lumières. Paris: Éditions du Seuil, 2005.
  29. VIGARELLO, Georges. Histoire du corps 2: de la Revolution à la Grande Guerre. Paris: Éditions du Seuil, 2005.
  30. VIGARELLO, Georges. Histoire du corps 3: les mutations du regard. Le XX siècle. Paris: Éditions du Seuil, 2005.