v. 5 n. 1 (2024): Dossiê - Diferença, antagonismos e imanência: Deleuze, Guattari e outrxs esquizos (jan/jun 2024)
Dossiê especial

Mangue: um rizoma superior?

Homero Pereira de Oliveira Junior
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Biografia
Domenico Uhng Hur
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Biografia

Publicado 08-10-2024

Palavras-chave

  • Esquizoanálise,
  • Esquizoanálise contracolonial,
  • rizoma,
  • mangue

Como Citar

Mangue: um rizoma superior?. (Des)troços: revista de pensamento radical, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. e51947, 2024. DOI: 10.53981/destroos.v5i1.51947. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51947. Acesso em: 22 dez. 2024.

Resumo

O objetivo deste artigo é problematizar o mangue em relação ao conceito de rizoma para a esquizoanálise. Com uma perspectiva contracolonial, investigamos o mangue e nos servimos de seu referencial ecológico para cartografar e elaborar alguns de seus princípios de efetuação, hipotetizando um potencial intensivo superior ao rizoma. Como método, realizamos uma pesquisa teórica, em uma espécie de cartografia bibliográfica, sobre artigos que versam sobre o mangue, articulando-os ao arcabouço teórico-metodológico da esquizoanálise de Deleuze e Guattari. Como resultados, encontramos no mangue não apenas os princípios de conexão, heterogeneidade, multiplicidade, ruptura a-significante, cartografia e decalcomania, mas também outros dois que elaboramos: os princípios da envoltura do fora e da produção de vida. O mangue traz uma envoltura para uma ligação aberta entre ecossistemas, assim como a partir da morte, putrefação e decomposição vai gerar um caldeirão de novas vidas, num devir-vida. Essa análise alarga nossa compreensão do rizoma e sua efetuação em diferentes contextos, enfatizando a importância de trabalhar conceitos e potencializar uma perspectiva contracolonial da esquizoanálise, realçando um horizonte local, cotidiano e territorial brasileiro.

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