v. 5 n. 1 (2024): Dossiê - Diferença, antagonismos e imanência: Deleuze, Guattari e outrxs esquizos (jan/jun 2024)
Dossiê especial

Maquinação das subjetividades contemporâneas: uma crítica à identidade em nome da singularidade

Gerson Carlos Rigoni Bonfá Junior
Centro Universitário do Espírito Santo (UNESC), Colatina, ES, Brasil
Biografia

Publicado 08-10-2024

Palavras-chave

  • subjetividade,
  • singularidade,
  • imanência,
  • resistência,
  • desejo

Como Citar

BONFÁ JUNIOR , G. C. R. Maquinação das subjetividades contemporâneas: uma crítica à identidade em nome da singularidade. (Des)troços: revista de pensamento radical, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. e51949, 2024. DOI: 10.53981/destroos.v5i1.51949. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51949. Acesso em: 28 out. 2024.

Resumo

Este artigo explora os mecanismos através dos quais as subjetividades são controladas pelo poder em operações de individuação transcendente. Com objetivo de pensar em resistências a essas operações de captura do poder, utilizamos um repertório conceitual articulado a partir de Nietzsche, Foucault, Deleuze e Guattari. Através dessa exploração bibliográfica, apresentamos como as sociedades se constituem como fábricas equipadas com máquinas e tecnologias de assujeitamento, sendo o que muda ao longo do tempo é o modo de operar e o maquinário de que dispõem. No contexto ocidental contemporâneo, a máquina capitalista vigora nessa relação tecnologia-sujeito, cuja principal conexão é o poder e o desejo. O movimento desse texto articula conceitos para violentar determinadas imagens do pensamento cuja práxis serve às maquinarias de subjetivação que tomam para si os fluxos desejantes dos sujeitos. Conclui-se que é necessário cultivar a vida com critérios éticos que não levem em consideração sistemas de juízo transcendentes, metafísicos ou morais, mas critérios de intensidade que partem do reconhecimento de que não na conservação, mas na diferenciação imanente se fortalece a vida. Assim, apostamos na atividade afirmativa de uma existência que, para além dos ideais modelizantes, toma a si como princípio de singularização numa experiência de automodelagem subjetiva.

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