v. 6 n. 1 (2025): Limiares destituintes: política, direito, teologia e linguagem (jan/jun 2025)
Dossiê especial

Resíduos de humanidade e poder soberano: Achille Mbembe, leitor de Giorgio Agamben

Edson Teles
Universidade Federal de São Paulo
Biografia

Publicado 25-03-2025

Palavras-chave

  • mortos-vivos,
  • vida nua,
  • necropolítica,
  • estado de exceção,
  • democracia

Como Citar

TELES, Edson. Resíduos de humanidade e poder soberano: Achille Mbembe, leitor de Giorgio Agamben. (Des)troços: revista de pensamento radical, Belo Horizonte, v. 6, n. 1, p. e56469, 2025. DOI: 10.53981/destrocos.v6i1.56469. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/56469. Acesso em: 14 dez. 2025.

Resumo

Partindo do ensaio Necropolítica (2003), de Achille Mbembe, no qual o autor estabelece os fundamentos da argumentação sobre a existência de uma política de morte nascida a partir do poder colonial, procuramos expor alguns elementos da filosofia de Giorgio Agamben que contribuíram para esta formulação. O presente artigo propõe uma aproximação aos conceitos agambenianos de “vida nua”, “estado de exceção” e “biopolítica”, com base na interpretação de Mbembe, procurando compreender o poder soberano diante da experiência de expansão do poder colonial e de sua globalização no século XX. Ao examinarmos as estratégias de objetificação de populações consideradas descartáveis e de diminuição de sua condição humana, procuramos esclarecer aspectos do conceito de necropolítica.

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