v. 5 n. 1 (2024): Dossiê - Diferença, antagonismos e imanência: Deleuze, Guattari e outrxs esquizos (jan/jun 2024)
Dossiê especial

Grupo de estudos em esquizoanálise: convite ao terror e à liberdade na formação clínica contemporânea

André Rossi
Formação Livre em Esquizoanálise: perspectiva transdisciplinar da clínica (FLEA), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Biografia
Arthur Marins Franco
Pesquisador independente, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Biografia
Kelly Dias Vieira
Formação Livre em Esquizoanálise: perspectiva transdisciplinar da clínica (FLEA), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Biografia
Tarso Ferrari Trindade
Pesquisador independente, Niterói, RJ, Brasil
Biografia
Victor Hugo Soares Quintan
Pesquisador independente, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Biografia

Publicado 15-10-2024

Palavras-chave

  • Esquizoanálise,
  • Grupo,
  • Cartografia,
  • Clínica,
  • Neoliberalismo

Como Citar

ROSSI, A.; MARINS FRANCO, A.; DIAS VIEIRA , K.; FERRARI TRINDADE, T.; SOARES QUINTAN , V. H. Grupo de estudos em esquizoanálise: convite ao terror e à liberdade na formação clínica contemporânea. (Des)troços: revista de pensamento radical, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. e51950, 2024. DOI: 10.53981/destroos.v5i1.51950. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51950. Acesso em: 28 out. 2024.

Resumo

Este artigo tem por objetivo realizar um estudo de caso clínico-institucional de um grupo de estudos de esquizoanálise. Partindo da experiência do grupo no que se refere à dificuldade de permanência nele, com entradas e saídas constantes de pessoas, utilizou-se uma metodologia cartográfica com destaque para o acompanhamento de processos e a tomada do coletivo de forças como plano da experiência. Dessa forma, chegou-se à formulação de que tais entradas e saídas seriam um analisador do grupo, podendo esse indicar, no que se refere à leitura da obra de Deleuze e Guattari, a modalidade grupal como uma aposta potente e mais acolhedora não apenas para o estudo desses autores mas também para certa formação clínica. Para além da vivência específica do grupo, tal analisador também pode apontar uma dificuldade no momento atual, em decorrência de nossa sociedade neoliberal, de constituição de grupalidades e de fomento pela busca de respostas individualizantes e imediatas para problemas que possuem certa complexidade. Nesse sentido, a criação de grupos surge como um modo de resistência a tal modo de vida neoliberal, indicando possibilidades inauditas de transformação da realidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

  1. BARROS, Regina Duarte Benevides; PASSOS, Eduardo. Por uma política da narratividade. In: PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virgínia; ESCOSSIA, Liliana da (orgs.). Pistas do método de cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009, pp. 150-172.
  2. BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 8. ed. Trad. Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 2012.
  3. COUTINHO, André Rossi; MEDEIROS, Edmárcio; TRINDADE, Tarso Ferrari. Supervisão em grupo: considerações sobre um dispositivo clínico-institucional. Mnemosine, v. 8, n. 2, pp. 24-50, 2012.
  4. DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O anti-édipo: capitalismo e esquizofrenia. Trad. Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Editora 34, 2010.
  5. DELEUZE, Gilles. Carta a um crítico severo. In: DELEUZE, Gilles. Conversações. Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: Editora 34, 1992, pp. 11-22.
  6. DOSSE, François. Gilles Deleuze e Félix Guattari: biografias cruzadas. Trad. Fatima Murad. Porto Alegre: ArtMed, 2010. DOI: https://doi.org/10.3917/dec.dosse.2009.01
  7. ESCOSSIA, Liliana da; TEDESCO, Sílvia. Coletivo de forças como plano de experiência cartográfica. In: PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virgínia; ESCOSSIA, Liliana da (orgs.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividades. Porto Alegre: Sulinas, 2009, pp. 92-108.
  8. FOUCAULT, Michel. Nietzsche, a genealogia e a história. In: FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 12. ed. Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1996, pp. 15-38.
  9. FRANCO, Arthur. O brincar como devir: da criatividade primária às práticas da liberdade. 2024. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024.
  10. FREUD, Sigmund. Sobre o ensino da psicanálise nas universidades. In: Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: edição standard brasileira. Trad. Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, v. XVII, 1996 (1919 [1918]), pp. 215-220.
  11. GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
  12. GUATTARI, Félix. A transversalidade. In: GUATTARI, Félix. Psicanálise e transversalidade: ensaios de análise institucional. Trad. Adail Ubirajara Sobral e Maria Stela Gonçalves. Aparecida: Idéias & Letras, 2004, pp. 101-117.
  13. GUATTARI, Félix. Revolução molecular: pulsações políticas do desejo. Trad Suely Belinha Rolnik. São Paulo: Brasiliense, 1986.
  14. KEHL, Maria Rita. O tempo e o cão: a atualidade das depressões. São Paulo: Boitempo, 2009.
  15. POZZANA DE BARROS, Laura; KASTRUP. Virgína. Cartografar é acompanhar processos. In: PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virgínia; ESCOSSIA, Liliana da (orgs.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividades. Porto Alegre: Sulinas, 2009, pp. 52-75.
  16. ROSSI, André; PASSOS, Eduardo. Análise institucional: revisão conceitual e nuances da pesquisa intervenção no Brasil. EPOS, v. 5, n. 1, pp. 156-181, 2014.
  17. ROSSI, André. Formação em esquizoanálise: pistas para uma formação transinstitucional. Curitiba: Appris, 2021.
  18. SAFATLE, Vladimir; SILVA JUNIOR, Nelson da; DUNKER, Christian. Introdução. In: SAFATLE, Vladimir; JUNIOR, Nelson da Silva; DUNKER, Christian (orgs.). Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, pp. 09-13.
  19. SAFATLE, Vladimir. A economia moral neoliberal e seus descontentes. In: SAFATLE, Vladimir; JUNIOR, Nelson da Silva; DUNKER, Christian (orgs.). Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, pp. 17-46.
  20. TRINDADE, Tarso Ferrari. Introdução à Esquizoanálise: um breve percurso por alguns conceitos e ideias de Deleuze e Guattari. In: GOMES, Sergio; PAIVA, Rosa Lúcia (orgs.). Nebulosa Marginal: teoria e clínica. Rio de Janeiro: INM editora, 2022, pp. 183-198.
  21. VIEIRA, Kelly Dias; MIRANDA, André; ROSSI, André. As necessárias inconclusões da esquizonálise: experiências de formações transinstitucionais. LaDeleuziana, n. 9, pp. 115-127, 2019.
  22. VIEIRA, Kelly Dias. Esquizoanalistas: o que fazem? uma cartografia da clínica esquizoanalítica na psicologia. 2021. Tese (Doutorado em Psicologia) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2021.