PROVENIÊNCIA DO MATERIAL ROCHOSO UTILIZADO NO CALÇAMENTO DO CAMINHO VELHO DA ESTRADA REAL ENTRE PARATI (RJ) E CUNHA (SP)
DOI:
https://doi.org/10.18285/geonomos.v22i1.294Palabras clave:
Estrada Real, arqueologia colonial, proveniência geológica.Resumen
A Estrada Real entre as Minas Geraes e o Rio de Janeiro entre os séculos XVII e XVIII, partia inicialmente da Vila de Paraty, no litoral sul fluminense, e atravessava a Serra do Mar na altura da cidade paulista de Cunha, no vale do Paraíba. Utilizava uma trilha de índios Goianás que atravessava a Serra do Facão, antiga toponímia local. Com o novo traçado da Estrada Real finalizado em 1725, o trecho ficou conhecido como “Caminho Velho”. Em 2004, cerca de 4 km do Caminho Velho na localidade da Penha foram recuperados e abertos à visitação. Neste local é possível observar: a) pavimento com blocos rochosos com arestas e faces arredondadas ou retilíneas assentados em base de solo compactado com espessura de até 15 cm; b) geometria do pavimento em mosaico com rejunte de seixos arredondados centimétricos; c) matacões autóctones em matriz argilosa ao longo de trechos pavimentados e não pavimentados indicando que, neste trecho, ao caminho percorre um depósito de tálus; d) matacões maiores e proeminentes na paisagem utilizados como “pedra de vigia”; e) matacões semidesmontados indicando extração de blocos no local. Petrografia macroscópica de matacões e de blocos e seixos do pavimento revelaram constituição única por granito megaporfirítico da Suíte Paraty, composta por granitos pós-colisionais Eopaleozóicos. O mapeamento geológico na vertente da Serra do Mar acima de Paraty demonstra que, na região, ocorre um largo corpo intrusivo da Suíte Paraty, que produz afloramentos nas cotas superiores, matacões em depósitos de tálus nas encostas e seixos em pequenos alvéolos aluvionares. O material rochoso utilizado no pavimento mais antigo (século XVII) foi retirado em depósito aluvionar situado na transição entre o trecho de subida e a planície costeira. As rochas utilizadas na renovação feita no século XVIII foram extraídas de matacões de granito distribuídos ao longo do caminho.
Palavras-chave: Estrada Real; arqueologia colonial; proveniência geológica.
ABSTRACT
PROVENANCE OF THE MATERIAL USED IN THE PAVEMENT OF THE OLD PATH OF THE ROYAL ROAD BETWEEN PARATI (RJ) AND CUNHA (SP). The Royal Road between Minas Geraes and Rio de Janeiro between the seventeenth and eighteenth centuries, initially departed from the town of Paraty, on the southern coast of Rio de Janeiro, and crossed the Coast at the city of Cunha, in the valley of Paraiba do Sul River. It used an old Indian trail crossing the Serra do Facão, ancient toponymy site. With the new layout of the Royal Road completed in 1725, the section was known as Caminho Velho (Old Path). In 2004, about 4 km from the Old Path in the Penha Village were recovered and open to visitors. At this site you can see: a) a pavement with boulders with rounded edges and faces seated on compacted soil base with thickness up to 15 cm b) a mosaic pavement filled with centimetric rounded pebbles c) boulders in clay matrix along paved and unpaved areas indicating that the path traverses a deposit of tálus d) prominent large boulders used as "stone guard" e) fractured boulders indicating extraction of blocks in site. Macroscopic petrography classify boulders, blocks and pebbles revealed as megaporphyritic granite. This is known as the Paraty Granite from a Eopaleozoci post-collisional granite suite. Geological mapping on the slope of the Serra do Mar shows that in the region there is a large body of the Paraty Granite that produces outcrops at higher elevations, boulders in tálus slopes and pebbles in small alluvial plains. The rocky material in the old pavement (seventeenth century) was extracted from a nearby alluvial deposit. The rocks used in the renovation made in the eighteenth century were extracted from granite boulders spread along the way.
Keywords: Royal Road; colonial archeology; geological provenance.
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