REAVALIAÇÃO DE FÓSSEIS DO GRUPO BAMBUÍ: IMPLICAÇÕES PALEOBIOLÓGICAS PARA O NEOPROTEROZOICO TARDIO DO BRASIL

Auteurs

  • Evelyn A. M. Sanchez Centro de Estudos em Geociências, Instituto de Ciência e Tecnologia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Rodovia MGT 367, km 583, nº 5000. Alto da Jacuba, Diamantina, MG, CEP 39100-000.
  • Thomas R. Fairchild Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental, Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo. Rua do Lago, 562, Butantã, São Paulo, SP, CEP 05508-080.

DOI :

https://doi.org/10.18285/geonomos.v25i2.1076

Mots-clés :

Grupo Bambuí, microfóssil, pseudofósseis, paleobiologia.

Résumé

Fósseis do Neoproterozoico tardio têm recebido grande atenção na última década por representarem profundas mudanças na biota. Tais mudanças incluem a passagem de uma biosfera dominada por formas procariontes unicelulares para formas eucariontes multicelulares. No Brasil, tem-se testemunhado muitos avanços no conhecimento sobre os fósseis desta idade, o que coloca o país na vanguarda das pesquisas paleontológicas do Neoproterozoico. Dentre as unidades brasileiras que figuram entre as que possuem este importante registro está o Grupo Bambuí, aflorante na porção central do Brasil. Fósseis têm sido identificados neste grupo desde o século XIX através de notas sobre o que hoje é conhecido como microbialitos, porém, foi na metade do século passado que o conhecimento sobre o registro fossilífero aumentou consideravelmente e passou a incluir possíveis icnofósseis, microfósseis e algas macroscópicas. No entanto, o significado destes fósseis tornou-se obsoleto, sobretudo mediante aos avanços da Paleontologia do Pré-Cambriano, ocorrida nas últimas duas décadas. Baseado na importância do registro fóssil do Grupo Bambuí e frente à eminente necessidade de sua contextualização no atual cenário de fósseis do Neoproterozoico, realizou-se uma reavaliação de fósseis descritos entre as décadas de 70 e 80 do século passado. Dos quatro táxons revistos, Kinneyia lucianoi Sommer 1970, Bambuilithos hectoris Sommer 1981 e Bambuilithos teixeranus Sommer 1982 passam a serem considerados pseudofósseis, enquanto que Bambuites erichsenii Sommer 1971 permanece classificado como morfofóssil, porém é posto em sinonímia com Leiosphaeridia jacutica (Timofeev, 1966), emend. Mikhailova & Jankauskas, 1989. A reanálise desse material traz uma nova visão sobre a paleobiologia registrada no Grupo Bambuí e atualiza seu registro no panorama mundial de fósseis do Neoproterozoico tardio.

Palavras-chave: Grupo Bambuí, microfóssil, pseudofósseis, paleobiologia.


Abstract:

RE-EVALUATION OF FOSSILS FROM BAMBUÍ GROUP: PALEOBIOLOGICAL IMPLICATIONS FOR THE LATE NEOPROTEROZOIC OF BRAZIL. Fossils of Late Neoproterozoic have received great attention in the last decade once they represent profound changes in biota. Such changes include the passage of a prokaryote-dominated biosphere to a multicellular, eukaryote-dominated biosphere. In Brazil, one has witnessed advances in knowledge concerning fossils of this age, placing the country at the forefront of paleontological research of the Neoproterozoic. Among the Brazilian units that comprise this important record is the Bambuí Group, outcropping in the central part of Brazil. Fossils have been identified in this unit since the eighteenth century via short notes about microbialites. However, it was in the middle of the 19th century that the knowledge of the fossil record has considerably increased, and then, included possible trace fossils, microfossils and macroscopic algae. Nonetheless, such record has become obsolete, mainly by the advances of Precambrian Paleontology, occurred in the last two decades. Based on the importance of the fossil record of the Bambuí Group and through the imminent need for its context in the current Neoproterozoic fossils scenario, a re-evaluation of fossils described from the 70s and 80s of last century was performed. Of the four groups reviewed, Kinneyia lucianoi Sommer 1970, Bambuilithos hectoris Sommer 1981 and Bambuilithos teixeranus Sommer 1982 are considered pseudofossils, and Bambuites erichsenii Sommer 1971 remained as a morphofossil, and was placed in synonymy with Leiosphaeridia jacutica (Timofeev, 1966), emend. Mikhailova & Jankauskas, 1989. The re-analysis of this material provides new insight into the paleobiology recorded in the Bambuí Group and updates its record in the world panorama of the Late Neoproterozoic fossils.


Keywords:
Bambuí Group, microfossil, pseudofossils, paleobiology

 

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Publiée

2018-04-15

Numéro

Rubrique

Artigos