Metadados: o fio de Ariadne ou a coragem de Teseu?
Palavras-chave:
Metadados, Catalogação, Indexação, Transitividade, IntransitividadeResumo
O estudo enfoca as características estruturais do metadado em perspectiva histórica, de modo a traçar um panorama conceitual das suas peculiaridades essenciais. Sob esse ângulo, o termo é entendido como o fulcro tecnológico do desenvolvimento de práticas anteriores de catalogação e indexação. Enquanto as metodologias se ativeram ao processo de recuperação de informação, sobretudo com vistas ao suporte material consignado no livro, os seus modelos de metadados eram originados a partir do conceito de “intransitividade” – os ciclos da produção, catalogação, indexação e acesso à informação comportavam pouca flexibilidade, e estiveram a cargo, principalmente, de bibliotecários. Na era da World Wide Web, com o crescente volume de conteúdos, processos, transferências e transformações, e as muitas demandas surgidas, os processos anteriores de geração de metadados mostram-se insuficientes e incompatíveis; daí a emergência de metadados baseados em metodologias que comungam o conceito de “transitividade” – no acesso, uso e transformação de dados informacionais. A exemplo do hipertexto, a compreensão do fenômeno sob o ponto de vista diacrônico pode favorecer menos as opiniões totalizadoras e mais a prudência na observação dos acontecimentos enquanto corrente contínua de complexos influxos socioeconômicos e históricos que se sucedem no tempo e no espaço. Conforme o uso, os metadados da era digital recebem numerosas classificações que tendem a distanciá-los do público menos especializado, inibindo o entendimento de que conceitos relativamente simples subjazem às suas tags e aos seus algoritmos. A reflexão busca iluminar as práticas vigentes de estruturação de metadados, enfatizando os elos com o passado, objetivando a contextualização de processos inerentes ao seu desenvolvimento e operacionalização.
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