O presente artigo apresenta um panorama da categoria raça na história do Estado moçambicano, tomando como marco histórico inicial a publicação do “Estatuto Político, Civil e Criminal dos Indígenas” (1926) e como marco final o término do governo de Samora Machel (1986). Em um primeiro momento, analisamos um conjunto de legislações que consolidaram o “Estatuto do Indigenato” no período colonial e, posteriormente, examinamos a construção do “homem novo” no período socialista através de uma revisão bibliográfica e análise de materiais etnográficos, procurando compreender como a categoria raça foi acionada nesses diferentes momentos do Estado moçambicano.