SONOLÊNCIA E FADIGA EM TRABALHADORES DIURNOS E NOTURNOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2238-037X.2021.24904

Palavras-chave:

Sonolência, Fadiga, Jornada de trabalho em turnos

Resumo

A sonolência corresponde à maior propensão a adormecer e eleva-se com o trabalho noturno. A fadiga é uma sensação de tensão ou exaustão induzida por esforço e aumenta com turnos diurnos ou noturnos. O objetivo foi avaliar duração do sono, sonolência, fadiga e outras variáveis entre trabalhadores diurnos e noturnos. Os dados foram obtidos por questionários e actimetria. Os grupos não diferiram quanto à duração do sono, mas os trabalhadores noturnos relataram pior qualidade e aumento significativo da sonolência. Todos relataram aumento significativo da fadiga, mais pronunciado entre trabalhadores noturnos. Esses resultados confirmam a associação do trabalho noturno com prejuízos ao sono, sonolência e fadiga. Más condições de trabalho associaram-se a níveis mais elevados de estresse, maior sonolência e fadiga. Avaliações em segurança e saúde no trabalho devem também abranger a sonolência e a fadiga dos trabalhadores e fatores associados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Érica Lui Reinhardt, Centro Técnico Nacional (CTN)/ Fundacentro

Doutora em Saúde Pública, Mestre em Biotecnologia e Especialista em Saúde Pública pela USP. Graduação em Ciências Biológicas pela USP. Pesquisadora da Fundacentro em São Paulo, SP.

Frida Marina Fischer, Universidade de São Paulo (USP)

Pós-doutora pelo Arbeitsphysiologie Institut em Dortmund, Alemanha, Doutora e Mestre em Saúde Pública pela USP e Especialista em Ergonomia pela USP. Professora titular da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Referências

AHSBERG, Elizabeth; GARNBERALE, Francesco; KJELLBERG, Anders. Perceived quality of fatigue during different occupational tasks: Development of a questionnaire. International Journal of Industrial Ergonomics, v. 20, n. 2, p. 121–135, 1997. DOI: 10.1016/S0169-8141(96)00044-3. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0169814196000443.

AKERSTEDT, T. Shift work and disturbed sleep/wakefulness. Occupational Medicine, v. 53, n. 2, p. 89–94, 2003. DOI: 10.1093/occmed/kqg046. Disponível em: http://occmed.oupjournals.org/cgi/doi/10.1093-/occmed/kqg046.

AKERSTEDT, T.; GILLBERG, M. Sleep disturbances and shiftwork. In: REINBERG, A.; VIEUX, N.; ANDLAUER, P. (org.). Night and Shift Work. Biological and Social Aspects (Advances in the Biosciences 30). Oxford: Pergamon Press, 1981. p. 127–137.

AKERSTEDT, Torbjörn; WRIGHT, Kenneth P. Jr. Sleep loss and fatigue in shift work and shift work disorder. Sleep Medicine Clinics, v. 4, n. 2, p. 257–271, 2009. DOI: 10.1016/j.jsmc.2009.03.001.Sleep. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1556407X09000356.

AMBULATORY MONITORING INC. Motionlogger® User’s Guide Version 2K1.1. Ardsley, NY USAAmbulatory Monitoring, Inc., 2000.

ANTUNES, Ricardo. Século XXI: nova era da precarização estrutural do trabalho? São Paulo: Boitempo, 2009.

BERTOLAZI, Alessandra Naimaier; FAGONDES, Simone Chaves; HOFF, Leonardo Santos; PEDRO, Vinícius Dallagasperina; MENNA BARRETO, Sérgio Saldanha; JOHNS, Murray W. Portuguese-language version of the Epworth sleepiness scale: validation for use in Brazil. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 35, n. 9, p. 877–883, 2009. DOI: 10.1590/S1806-37132009000900009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132009000900009&lng=en&nrm=iso&tlng=en.

BOIVIN, Diane B.; BOUDREAU, Philippe. Impacts of shift work on sleep and circadian rhythms. Pathologie Biologie, v. 62, n. 5, p. 292–301, 2014. DOI: 10.1016/j.patbio.2014.08.001. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25246026.

BORGES, Flavio Notarnicola da Silva; FISCHER, Frida Marina. Twelve-hour night shifts of healthcare workers: a risk to the patients? Chronobiology International, v. 20, n. 2, p. 351–60, 2003. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12723890.

BORGES, FNDAS. Trabalhadores de enfermagem: compreendendo condições de vida e trabalho e ritmos biológicos. 2006. Universidade de São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-07032007-150549/publico/Borges_FNS.pdf.

BRASIL. Decreto no 10.088, de 5 de novembro de 2019. Consolida atos normativos editados pelo Poder Executivo Federal que dispõem sobre a promulgação de convenções e recomendações da Organização Internacional do Trabalho - OIT ratificadas pela República Federativa do Brasil. Diário Oficial da União, Brasília, 6 de novembro de 2019, Seção 1, Edição 215, páginas 12-135.

DAWSON, Drew; FLETCHER, Adam. A quantitative model of work-related fatigue: background and definition. Ergonomics, v. 44, n. 2, p. 144–63, 2001. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11209874.

DIJK, Derk-Jan; VON SCHANTZ, Malcolm. Timing and consolidation of human sleep, wakefulness, and performance by a symphony of oscillators. Journal of Biological Rhythms, v. 20, n. 4, p. 279–90, 2005. DOI: 10.1177/0748730405278292. Disponível em: http://jbr.sagepub.com/cgi/content/abstract/20/4/279.

FISCHER, F. M. Método de avaliação do ritmo de trabalho e repouso entre condutores de veículos. In: Primeiro Congresso de Segurança do Tráfego. São Paulo, 1985.

FISCHER, Frida Marina. As demandas da sociedade atual: aspectos históricos do desenvolvimento do trabalho em turnos no mundo – conceitos, escalas de trabalho, legislação brasileira. In: FISCHER, Frida Marina; MORENO, Claudia Roberta De Castro; ROTENBERG, Lúcia (org.). Trabalho em turnos e noturno na sociedade 24 horas. São Paulo: Editora Atheneu, 2004. p. 3–17.

GARDE, Anne Helene; HANSEN, Ase Marie; HANSEN, Johnni. Sleep length and quality, sleepiness and urinary melatonin among healthy Danish nurses with shift work during work and leisure time. International Archives of Occupational and Environmental Health, v. 82, n. 10, p. 1219–28, 2009. DOI: 10.1007/s00420-009-0419-4. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19396613.

HIRSHKOWITZ, Max et al. National Sleep Foundation’s sleep time duration recommendations: methodology and results summary. Sleep Health, v. 1, n. 1, p. 40–43, 2015. DOI: 10.1016/j.sleh.2014.12.010. Disponível em: http://www.sleephealthjournal.org/article/S2352721815000157/fulltext.

MORRIS, Christopher J.; AESCHBACH, Daniel; SCHEER, Frank A. J. L. Circadian system, sleep and endocrinology. Molecular and Cellular Endocrinology, v. 349, n. 1, p. 91–104, 2012. DOI: 10.1016/j.mce.2011.09.003. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.mce.2011.09.003.

NIU, Shu-Fen; CHUNG, Min-Huey; CHEN, Chiung-Hua; HEGNEY, Desley; O’BRIEN, Anthony; CHOU, Kuei-Ru. The effect of shift rotation on employee cortisol profile, sleep quality, fatigue, and attention level: a systematic review. Journal of Nursing Research, v. 19, n. 1, p. 68–81, 2011. DOI: 10.1097/JNR.0b013e31820c1879. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21350389.

OLIVEIRA, Adriana Leônidas De; BERTHOUD, Cristiana Mercadante Esper; BEGLIOMINI, Ângelo Rovaris; COPPOLA, Raquel Gagliotti; RANGEL, Terezinha Chaves. O trabalho noturno e suas repercussões na saúde e na vida cotidiana de trabalhadores metalúrgicos do vale do Paraíba no estado de São Paulo. Revista Psicologia, Organizações e Trabalho, v. 6, n. 2, p. 65–84, 2006. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-66572006000200004.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Hours of Work (Industry) Convention, 1919 (No. 1). In: ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Compilation of international labour Conventions and Recommendations. Genebra: OIT, 2015. p. 338–342.

PHILLIPS, Ross O. A review of definitions of fatigue - And a step towards a whole definition. Transportation Research Part F: Traffic Psychology and Behaviour, v. 29, p. 48–56, 2015. DOI: 10.1016/j.trf.2015.01.003.

PILCHER, J. J.; LAMBERT, B. J.; HUFFCUTT, A. I. Differential effects of permanent and rotating shifts on self-report sleep length: a meta-analytic review. Sleep, v. 23, n. 2, p. 155–63, 2000. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10737332.

PIRES, M. L. N.; BENEDITO-SILVA, A. A.; MELLO, M. T.; DEL GIGLIO, S.; POMPEIA, C.; TUFIK, S. Sleep habits and complaints of adults in the city of São Paulo, Brazil, in 1987 and 1995. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 40, n. 11, p. 1505–1515, 2007. DOI: 10.1590/S0100-879X2006005000170. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-879X2007001100011&lng=en&nrm=iso&tlng=en.

REIS, Rodrigo Siqueira; HINO, Adriano Akira Ferreira; AÑEZ, Ciro Romélio Rodriguez. Perceived stress scale: reliability and validity study in Brazil. Journal of Health Psychology, v. 15, n. 1, p. 107–14, 2010. DOI: 10.1177/1359105309346343. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20064889.

SALLINEN, Mikael; KECKLUND, Göran. Shift work, sleep, and sleepiness - differences between shift schedules and systems. Scandinavian Journal of Work, Environment & Health, v. 36, n. 2, p. 121–33, 2010. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20119631.

SHAHID, Azmeh; SHEN, Jianhua; SHAPIRO, Colin M. Measurements of sleepiness and fatigue. Journal of Psychosomatic Research, v. 69, n. 1, p. 81–9, 2010. DOI: 10.1016/j.jpsychores.2010.04.001. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20630266.

SHEN, Jianhua; BARBERA, Joseph; SHAPIRO, Colin M. Distinguishing sleepiness and fatigue: focus on definition and measurement. Sleep Medicine Reviews, v. 10, n. 1, p. 63–76, 2006. DOI: 10.1016/j.smrv.2005.05.004. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16376590.

VANGELOVA, Katia. The effect of shift rotation on variations of cortisol, fatigue and sleep in sound engineers. Industrial Health, v. 46, n. 5, p. 490–3, 2008. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18840940.

YOSHITAKE, H. Relations between the symptoms and the feeling of fatigue. Ergonomics, v. 14, n. 1, p. 175–86, 1971. DOI: 10.1080/00140137108931236. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/5117616.

Downloads

Publicado

2021-09-20

Como Citar

LUI REINHARDT, Érica; FISCHER, F. M. SONOLÊNCIA E FADIGA EM TRABALHADORES DIURNOS E NOTURNOS. Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v. 30, n. 2, p. 53–67, 2021. DOI: 10.35699/2238-037X.2021.24904. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/24904. Acesso em: 15 out. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS