CONCILIAR DÚVIDA E INVESTIGAÇÃO: MODALIDADE DE CONFRONTAÇÃO AO MUNDO E ACOMPANHAMENTO CLÍNICO | Doubt in research: confrontation to the world and clinical follow-up
Palavras-chave:
Relação com o Saber, Afiliação, Interlocutor Interno, Relation to knowledge, Belongin, Internal counterpartResumo
The text approaches the way the relation to knowledge is built on the ground of the child’s fundamental doubts, about his origins and the desire, fundamentally uncertain, that rose before his birth. This leads us to observe two types of response towards doubt and uncertainty: rational knowledge, which aims at erasing this doubt, and traditional rituals, that sustain it. Thus we may reassess the gap between knowledge and belief. This reformulation is explored through the example of monitoring the writing of master’s thesis, in which uncertainty is worked through the games of the gift / counter-gift and belonging. The group work done around writing allows the student to reasset the narcissistic contract (within the meaning of Piera Aulagnier), which defines it. We end our communication with the notion of internal counterpart that writing puts to work.
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O texto estuda a forma como se constrói a relação com o saber, na base das interrogações fundamentais da criança acerca das suas origens e do desejo, fundamentalmente incerto, que antecede o seu nascimento. Isso leva-nos a observar duas tipologias de resposta frente à dúvida e à incerteza: a do saber racional, que pretende erradicar essa dúvida, e a dos rituais tradicionais, que, ao contrário, a sustentam. Podemos, assim, reavaliar o fosso entre saberes e crenças. Essa reformulação está explorada através do exemplo do acompanhamento da redação das dissertações de mestrado investigação, no qual a incerteza é trabalhada nos jogos da doação / contradoação e da afiliação. O trabalho grupal efetuado à volta da escrita permite ao estudante rever, assim, o contrato narcisista (na acepção de Piera Aulagnier), que o define. Acabamos a nossa comunicação com a noção de interlocutor interno que a escrita põe a trabalhar.