Cultura material e vida cotidiana das crianças na colônia regeneradora Dom Romualdo de Seixas (internato Anália Franco), São Paulo (1911-1997)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31239/vtg.v17i1.36086

Palavras-chave:

crianças, cultura material, Sítio do Capão

Resumo

Este texto aborda a análise de objetos associados às crianças, identificados no Sítio do Capão durante as pesquisas arqueológicas efetuadas entre os anos de 2002 e 2003. O Sítio do Capão trata-se de uma construção de fins do século XVII com características construtivas referentes ao período bandeirista. Em 1911 foi adquirido pela Associação Feminina Beneficente e Instrutiva, fundada por Anália Franco, passando a abrigar crianças órfãs, crianças em situação de abandono, mães em situação de vulnerabilidade com seus filhos e viúvas, permanecendo em funcionamento até 1997. Nesta investigação buscou-se refletir sobre as práticas cotidianas das crianças em ambiente institucional por meio de uma perspectiva arqueológica e histórica. Inferiu-se que os brinquedos além de servirem para diversas brincadeiras infantis, também podem ter auxiliado as crianças na construção de conhecimentos e conteúdos formais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Altman, R. Z. (1999). Brincando na história. In: Priore, M. D. (Org.). História das Crianças no Brasil (p. 231-258). São Paulo: Editora Contexto.

Anuário Estatístico De São Paulo (Brasil) 1918. (1920). Movimento da população e estatística moral, v. 1. São Paulo: Typografia do Diário Official. Disponível em: https://bibliotecadigital.seade.gov.br/view/listarPublicacao.php?lista=0&opcao=8&busca=2&listarConteudo=Cole%C3%A7%C3%B5es%20%C2%BB%20Anu%C3%A1rio%20%20Estat%C3%ADstico%20do%20Estado%20de%20S%C3%A3o%20Paulo. (Acesso em 02/08/2021).

Anuário Estatístico De São Paulo (Brasil) 1919. (1923). Movimento da população e estatística moral, v. 1. São Paulo: Typografia do Diário Official. Disponível em: https://bibliotecadigital.seade.gov.br/view/listarPublicacao.php?lista=0&opcao=8&busca=2&listarConteudo=Cole%C3%A7%C3%B5es%20%C2%BB%20Anu%C3%A1rio%20%20Estat%C3%ADstico%20do%20Estado%20de%20S%C3%A3o%20Paulo. (Acesso em 02/08/2021).

Anuário Estatístico De São Paulo (Brasil) 1920. (1923). Movimento da população e estatística moral, v. 1. São Paulo: Typografia Piratininga. Disponível em: https://bibliotecadigital.seade.gov.br/view/listarPublicacao.php?lista=0&opcao=8&busca=2&listarConteudo=Cole%C3%A7%C3%B5es%20%C2%BB%20Anu%C3%A1rio%20%20Estat%C3%ADstico%20do%20Estado%20de%20S%C3%A3o%20Paulo. (Acesso em 02/08/2021).

Barros, M. C. S. (1982). Vida e obra de Anália Franco 1856-1919. São Paulo: Codipart Ltda.

Baxter, J. E.; Ellis, M. A. B. (2018). Introduction: 19th century childhoods in interdisciplinary and international perspectives. In: BAXTER, J. E.; ELLIS, M. A. B. (Eds). Nineteenth Century Childhoods in Interdisciplinary and International Perspectives (p. 1-12). Oxford and Philadephia: Oxbow Books.

Carvalho, J. J. (1988). O jogo das bolinhas. Uma simbólica da masculinidade. Anuário Antropológico, 12 (1), 191-222.

Cavallo, S.; Evangelisti, S. (2009). Introduction. In: Cavallo, S.; Evangelisti, S. (Eds.). Domestic institutional interiors in early modern Europe (p. 1-26). Londres e Nova York: Routledge Taylor & Francis Group.

Cachioni, M. (1999). O Sítio do Capão do Tatuapé Acima. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, VI (6), 66-80.

Câmara Cascudo, L. da (2005). Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Ediouro Publicações S. A.

Chagas, F. G. (2016). Álbum das Meninas, revista literária e educativa dedicada às jovens brasileiras: estudo de um impresso de Anália Franco (1898-1901). (Dissertação de Mestrado). Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos.

Conselho De Defesa Do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico Do Estado De São Paulo (1978). Estudo de tombamento da casa do antigo Sítio do Capão que pertenceu ao abrigo Regente Feijó no Bairro Água Rasa, Capital. Disponível em: http://www.ipatrimonio.org/sao-paulo-sede-do-sitio-do-capao/#!/map=38329&loc=-23.558764999999987,-46.562907999999986,17. (Acesso em 23/09/2020).

Costa, C. T.; Facioli, L. R.; Giannecchini, A. C.; Bottion, E.; Croma Arquitetura E Restauro S/S Ltda (2007). Revista Brasileira de Arqueometria, Restauração e Conservação, 1 (4), 165-168.

Ferreira, R. M. (2020). “O que dizem de nós”. O movimento feminino e educacional de Anália Franco publicado na imprensa de 1875-1919. Tese (Doutorado em Educação). Universidade Católica de Santos, Santos.

Fians, G. (2015). Entre crianças, personagens e monstros. Uma etnografia de brincadeiras infantis. Rio de Janeiro: Ponteio.

Fonseca, S. C. da; Johansen, C. C. (2018). Anália Franco, uma referência em matéria de assistência à infância para as cidades do interior de São Paulo? (1901-1923). História Unicap, 5 (9), 60-76.

Fonseca, S. C. da; Narita, F. Z. (2017). A variedade institucional como tema para o estudo da história da assistência à infância na cidade de São Paulo no século XIX. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, 9 (18), 2017.

Franco, A. E. (1913). Relatório de 1912. Em assembléa geral ordinária de 5 de abril de 1913. Associação Feminina Beneficente e Instructiva do Estado de São Paulo. São Paulo: Typografia do Globo. Disponível em: https://www.fcc.org.br/pesquisa/jsp/educacaoInfancia/index.jsp. (Acesso em: 25/09/2020).

Johansen, C. C. (2017). A interiorização da assistência à infância e a experiência do Asylo de Orphans Anália Franco em Ribeirão Preto (1901-1925). Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Departamento de Educação, Informação e Comunicação. Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.

Kamp, K. A. (2006). Dominant discourses; lived experiences: studying the archaeology of children and childhood. American Anthropological Association, 15, 115-122.

Kishimoto, T. M. A pré-escola em São Paulo (Das origens a 1940). (1986). Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Kishimoto, T. M. (2002). A importância do brinquedo para a educação. Revista Pedagógica, Unochapecó, 4 (8), 7-13.

Kishimoto, T. M.; Pinazza, M. A. (2007). Fröebel: uma pedagogia do brincar para a infância. In: Formosinho, J. O.; Kishimoto, T. M.; Pinazza, M. A. (Orgs.). Pedagogia (s) da Infância. Dialogando com o passado, construindo o futuro (p. 37-61). Porto Alegre: Artmed, 2007.

Kruchin, S.; Gonçalves, C. S.; Medeiros, A.; Matsuoka, F. M.; Bertolini, L.; Cachioni, M. (1999). Memorial de restauro – Sítio do Capão. v. I e II. (Relatório Técnico).

Lillehammer, G. (2000). The world of children. In: Soafer Derevenski, Joanna (Ed). Children and Material Culture (p. 17-26). London and New York: Routledge Taylor & Francis Group.

Lillehammer, G. (2018). Uma criança nasce. O mundo da criança em uma perspectiva arqueológica. Tradução Fernanda Neubauer. Revista de Arqueologia, 31 (2), 14-34.

Lodi-Corrêa, S. (2009). Anália Franco e sua ação sócio educacional na transição do Império para a República. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

Mrech, L. M. (2006). O uso de brinquedos e jogos na intervenção psicopedagógica de crianças com necessidades especiais. In: Kishimoto, T. M (Org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação (p. 109-132). São Paulo: Editora Cortez.

Monteiro, E. C. (1992). Anália Franco, a grande dama da Educação Brasileira. São Paulo: Editora Eldorado Espírita.

O Estado De São Paulo. Geral, 12 de abril de 1912, p. 4. Disponível em: https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!19120412-12170-nac-0004-999-4-not/busca/Colônia+Regeneradora. (Acesso em: 17/08/2021).

O Estado De São Paulo. Geral, 7 de março de 1957, p. 16. Disponível em: https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19570307-25105-nac-0016-999-16-not/busca/Analia. (Acesso em: 17/08/2021).

O Estado De São Paulo. 19 de abril de 1967, p. 11. Disponível em: https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19670419-28223-nac-0011-999-11-not/busca/Analia+Franco. (Acesso em 18/08/2021).

O Estado De São Paulo. 12 de abril de 1967, p. 10. Disponível em: https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19670412-28217-nac-0010-999-10-not/busca/Analia+Franco. (Acesso em 18/08/2021).

O Estado De São Paulo. 22 de maio de 1995, p. 19. Disponível em: https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19950522-37105-spo-0019-cid-c3-not/busca/Regente+Feij%C3%B3. (Acesso em 18/08/2021).

Oliveira, E. de C. (2007). Anália Franco e a Associação Feminina Beneficente e Instrutiva: ideias e práticas educativas para a criança e para a mulher (1870-1920). Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade São Francisco, Itatiba.

Perez, F. A. (2011). Entre espíritas, maçons e anarquistas: Anália Franco, João Penteado e a educação em São Paulo na Primeira República. Horizontes, 29 (2), 35-46.

Portela, D. F. (2016). Trajetória professional de Anália Emília Franco (1853-1919). Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Rizzini, I. (1990). A assistência à infância na passagem para o século XX. Da repressão à educação. Fórum Educação, 14 (2), 77-94.

Rizzini, I; Pilotti, F. (2009). A Arte de Governar Crianças. A história das políticas sociais, da legislação e da assistência à infância no Brasil. São Paulo: Editora Cortez.

Sant’anna, N. (1937). São Paulo histórico. Aspectos, lendas e costumes, v. II. São Paulo: Departamento de Cultura.

Santos, I. S. dos. (2014). Dom Romualdo Antônio de Seixas e a reforma da igreja católica na Bahia (1828-1860). Tese (Doutorado em História). Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador.

Soafer Derevenski, J. (2000). Material Culture Shock. Confronting expectations in the material culture of children. In: Soafer Derevenski, J. (Ed). Children and Material Culture (p. 3-16). London and New York: Routledge Taylor & Francis Group.

Winter, S. (2015). The archaeology of Australian institutions. Archaeology in Oceania, 50, 121-122.

Zanettini, P. E. (2003). Prospecções arqueológicas no sítio do Capão, município de São Paulo. São Paulo (Relatório técnico).

Zanettini, P. E. (2005). Maloqueiros e seus palácios de barro: o cotidiano doméstico na casa bandeirista. Tese (Doutorado em Arqueologia). Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Downloads

Publicado

2023-01-23

Como Citar

Alves, D. (2023). Cultura material e vida cotidiana das crianças na colônia regeneradora Dom Romualdo de Seixas (internato Anália Franco), São Paulo (1911-1997). Vestígios - Revista Latino-Americana De Arqueologia Histórica, 17(1), 87–106. https://doi.org/10.31239/vtg.v17i1.36086