Análise das exodontias realizadas na atenção primária da Região Metropolitana de Belo Horizonte
DOI:
https://doi.org/10.7308/aodontol/2020.56.e27Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Cirurgia bucal, Serviços de saúde bucalResumo
Objetivo: Analisar as exodontias de dentes permanentes (exodontia de dente permanente e múltipla com alveoloplastia por sextante) realizadas na atenção primária da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Métodos: Para a coleta de dados, foi utilizado o banco de dados da produtividade da atenção primária, da RMBH, ano de 2017, disponibilizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS). A variável dependente foi o indicador nº 21 do SUS, que corresponde ao percentual de exodontias realizadas dentre os procedimentos da atenção primária, cujo parâmetro deve ser ≤ 8% (≤ 8% e > 8%). As variáveis independentes foram: dados sociodemográficos (localização, população, Índice de Desenvolvimento Humano – IDH e Índice de Gini) e de saúde (cobertura de Estratégia de Saúde da Família – ESF e Equipes de Saúde Bucal – ESB e presença de Centro de Especialidades Odontológicas – CEO). Associações foram avaliadas por meio dos testes do Qui-Quadrado de Pearson e Exato de Fisher (p < 0,05), utilizando o programa SPSS 22.0.
Resultados: Foram analisados 49 municípios, sendo 67,3% do núcleo metropolitano. A mediana populacional foi de 25.537 habitantes, com IDH médio de 0,707 e Índice de Gini mediano de 0,464. As medianas de cobertura da ESF e ESB foram, respectivamente, 96,7% e 52,7%. Apenas 32,7% dos municípios apresentaram CEO. O indicador nº 21 do SUS apresentou uma mediana de 6,7%. Não houve associação entre o indicador nº 21 do SUS e as variáveis sociodemográficas e de saúde (p > 0,05).
Conclusão: A RMBH apresentou valores satisfatórios em relação ao percentual de exodontias realizadas, provavelmente devido aos bons indicadores socioeconômicos e de saúde bucal apresentados.
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