Influência do armazenamento do instrumental odontológico na manutenção da esterilidade

Autores

  • Sarah Christina Rodrigues Meira Reis Cirurgiã-dentista
  • Iara Júnia Marques Ramos Cirurgiã-dentista
  • Keli Bahia Felicíssimo Zocratto Centro Universitário Newton Paiva
  • Kelly Moreira Grillo Ribeiro Branco Centro Universitário Newton Paiva

DOI:

https://doi.org/10.7308/aodontol/2012.48.2.05

Palavras-chave:

Armazenagem de produtos, Esterilização, Odontologia, Contaminação

Resumo

Objetivo: Comparar dois ambientes bastante utilizados por acadêmicos de odontologia para armazenamento de materiais estéreis (escaninho dos alunos e armários da Central de Material de Esterilização- CME), bem como descrever suas características.

Materiais e Métodos: A fim de analisar as condições de armazenamento do material clínico estéril presente nos dois locais supracitados, foram utilizados 40 bastões de vidro. Destes, armazenaram-se quinze nos escaninhos e outros quinze nos armários da CME. Cada ambiente recebeu mais cinco amostras como controle positivo. Após 7 dias de armazenamento, as amostras foram recolhidas para análise laboratorial. Aferiram-se a temperatura e a umidade da CME, utilizando um relógio Termo-Higrômetro. Além disso, foi aplicado um questionário estruturado relacionado às condições de armazenamento do material clínico estéril para 15 alunos do 8º período de um curso de graduação em Odontologia. Os dados foram analisados por meio das análises uni e bivariada, com nível de significância de 5%.

Resultados: A CME, de fluxo contínuo e unidirecional, apresentou-se com ventilação natural e armários de madeira com revestimento. A temperatura no local oscilou entre 27,5 e 29,6ºC. A umidade do ar variou de 56,0 a 65,0%. A maioria dos alunos relatou armazenar materiais estéreis na CME (60%). Quanto à limpeza do escaninho, 6,7% dos acadêmicos relataram realizá-la. Na análise microbiológica, observou-se crescimento de colônias cremosas e filamentosas, com predomínio dessas em ambos os ambientes. Ao compará-los, observou- se que o crescimento de ambas as colônias foi maior nos escaninhos, sendo a diferença estatisticamente significativa (p<0,05).

Conclusão: Considerando-se que na CME houve menor crescimento das colônias bacterianas e sua estrutura física se aproxima às exigências do Conselho Federal de Odontologia, o local apresentou-se mais apropriado ao armazenamento de material estéril.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Serratine AC, Gonçalves CS, Luçolli IC. Influência do armazenamento e da embalagem na manutenção da esterilidade do instrumental odontológico. Rev Eletrônica Enferm. 2009; 11:158-64.

Jorge AO. Princípios de biossegurança em odontologia. Rev Biociênc. 2002; 8:7-17.

Krieger D, Bueno R, Gabardo MC. Perspectivas de biossegurança em odontologia. Rev Gestão Saúde. 2010; 1 1-10.

Prado ME, Santos SS. Avaliação das condições de esterilização de materiais odontológicos em consultórios na cidade de Taubaté. Rev Biociênc. 2002; 8:61-70.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ministério da Saúde. Serviços odontológicos: prevenção e controle de riscos. Brasília: ANVISA; 2006.

Centenaro A, Marister P. Fluxograma de pessoal e material na central de material de esterilização. In: Seminário Nacional Estado e Políticas Sociais no Brasil II, 2005 out 13-15; Cascavel. p. 1-18.

Conselho Federal de Odontologia. Manual de biossegurança. Brasília: CFO; 1999.

Possari JF. Centro de material e esterilização: Planejamento e Gestão. 3ª ed. São Paulo: Látria; 2007.

Centro Universitário Newton Paiva. Manual de controle de infecção de clínicas e laboratórios específicos. Belo Horizonte: 2010.

Centro Universitário da Fundação de Barretos. Fundação Educacional. Manual de biossegurança da clínica odontológica. Barretos; 2009.

São Paulo. Secretária Municipal de Saúde de Ribeirão Preto. Manual de qualificação de esterilização em autoclaves. Ribeirão Preto: São Paulo. 2009.

Cardoso AC, Martins DA. Reprocessamento de instrumental odontológico: análise dos procedimentos e da qualidade. Rev Sobecc. 2007; 12:26-30.

Standard PG, Mackel DC, Mallison GF. Microbial penetration of muslin and paper wrapped sterile packs stored on open shelves and in closed cabinets. Appl Microbiol. 1971; 22:432-7.

Joan LS, Norhashimawati AV, Khor S. Time versus event-related sterility: linen & pouch packaging remain sterile over a year of storage and handling. Singapore Nurs J. 2010; 37.

Burton GR, Engelkirk PG. Microbiologia para as ciências da saúde. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005.

Pacheco AB. Avaliação da resistência dos microrganismos colhidos no ambiente de clínica odontológica a diferentes antibióticos [tese]. Piracicaba (SP): Faculdade de Odontologia Piracicaba; 2000.

Filho TR, Groppo FC, Pacheco AB, Motta RH. Influência da climatização da clínica odontológica sobre o número de microrganismos dispersos no ar. Rev Lecta. 2002; 20:171-6.

Tipple AF, Souza AC, Paiva EM, Pereira MS, Moriya TM. Processamento de artigos em uma instituição de ensino odontológico: discutindo a qualidade. Rev Sobecc. 2004; 9:14-7.

Pimenta FC, Maggi PS, Naves PL, Ribeiro EL, André AR, Ferreira WM, et al. Avaliação de microbiota fúngica do ar da clínica de periodontia-FO/UFG. Robrac. 1999; 8:43-4.

Downloads

Publicado

2016-05-23

Como Citar

Reis, S. C. R. M., Ramos, I. J. M., Zocratto, K. B. F., & Branco, K. M. G. R. (2016). Influência do armazenamento do instrumental odontológico na manutenção da esterilidade. Arquivos Em Odontologia, 48(2). https://doi.org/10.7308/aodontol/2012.48.2.05

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)