Estimativa de dose efetiva e detrimento em exames de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC)
DOI:
https://doi.org/10.7308/aodontol/2012.48.4.07Palavras-chave:
Tomografia computadorizada de feixe cônico, Dosagem de radiação, Medição de riscoResumo
Objetivo: Estimar a dose efetiva (E) e o detrimento associados aos exames de Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC), seguindo as últimas recomendações da International Comission on Radiological Protection (ICRP).
Materiais e Métodos: A E foi calculada multiplicando-se as doses absorvidas/equivalentes pela medula óssea, tireóide, pele, superfície óssea, glândulas salivares, cérebro e órgãos remanescentes (região extra-torácica, linfonodos, músculo e mucosa oral), resultantes de diferentes equipamentos e protocolos de aquisição de imagens, pelo fator de peso desses tecidos. O detrimento foi estimado multiplicando-se o valor de E pelo coeficiente de probabilidade de efeitos estocásticos resultantes de baixas doses de radiação que é 5,7 x 10-2 eventos por Sievert (Sv). Os equipamentos e protocolos foram agrupados de acordo com o volume irradiado (campo de visão). A média, desvio padrão e coeficiente de variação de cada grupo foram calculados.
Resultados: Protocolos que empregaram um campo de visão maior resultaram em aumento da dose efetiva e do detrimento. As médias (desvio-padrão) das doses efetivas para campos de visão pequeno, médio e grande foram 33,91 µSv (13,38), 82,85 µSv (74,26) e 107,99 µSv (43,82), respectivamente. O grupo de campo de visão pequeno apresentou menor coeficiente de variação (39%).
Conclusão: A E resultante da TCFC é alta comparada a outros exames radiográficos convencionais, embora o detrimento seja relativamente pequeno. A indicação dos exames e a seleção dos protocolos devem ser criteriosamente justificadas de forma que os benefícios resultantes da exposição dos pacientes à radiação superem o potencial detrimento.
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