Experiência de cárie dentária e fatores associados em crianças pré-escolares
DOI:
https://doi.org/10.7308/aodontol/2018.54.e04Palavras-chave:
Prevalência, Cárie dentária, Pré-escolarResumo
Objetivo: Avaliar a experiência de cárie dentária e fatores associados em pré-escolares regularmente matriculados nas escolas públicas de ensino fundamental do município de Brejo dos Santos, Paraíba.
Métodos: A amostra constou de 110 crianças nas idades de 4 e 5 anos. Para coleta de dados, foram empregados dois questionários contendo variáveis sociodemográficas, de percepção e atitude dos pais ou responsáveis sobre a saúde bucal de seus filhos. A respeito da avaliação da experiência de cárie e necessidade de tratamento utilizou-se o índice ceo-d, atendendo aos critérios de diagnóstico e normas propostos pela Organização Mundial de Saúde. Testes de associação foram aplicados entre as variáveis categóricas. Para a comparação entre os sexos em relação ao ceo-d/componentes, empregou-se o teste de Mann-Whitney.
Resultados: A experiência de cárie dentária na população foi de 50,9%, sendo o ceo-d médio geral de 1,15. Entre as variáveis sociodemográficas somente “situação da moradia” esteve estatisticamente associada à experiência de cárie dentária (p = 0,008). Apesar de não significativo, a maioria das crianças com experiência da doença estava inserida em famílias de renda igual ou inferior a um salário mínimo, e cujos pais apresentaram baixo grau de escolaridade. Os dados constataram ainda que; 74,5% dos responsáveis relataram nunca ter levado a criança aos serviços de saúde bucal, apesar de 57,2% dos mesmos perceberem a necessidade de tratamento odontológico da mesma. Dentre as variáveis de percepção e atitudes dos pais, “ser usuário do sistema público de saúde em casos de urgência” (p = 0,042) e a variável “quantidade de escovações diárias” (p = 0,001) mostraram-se estatisticamente significativas em relação à experiência da doença.
Conclusão: A experiência de cárie dentária foi considerada elevada. A associação entre a doença e os fatores pesquisados evidenciou “situação da moradia”, “quantidade de escovação” e “ser usuário do sistema público de saúde em situação de urgência” desfechos estatisticamente significativos.
Downloads
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Projeto SB Brasil 2003: condições de saúde bucal da população brasileira 2002–2003: resultados principais. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Geral de Saúde Bucal. SB Brasil 2010 – Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: resultados principais. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.
Rihs LB, Sousa MLR, Cypriano S, Abdalla NM, Guidini DDN, Amgarten C. Atividade de cárie na dentição decídua, Indaiatuba, São Paulo, Brasil, 2004. Cad Saúde Pública. 2007;23:593-600.
Melo MMDC, Souza WV, Lima MLC, Braga C. Fatores associados à cárie dentária em pré-escolares do Recife, Pernambuco, Brasil. Cad Saúde Pública. 2011;27:471-85.
Narvai PC, Frazão P, Roncalli AG, Antunes JLF. Cárie dentária no Brasil: declínio, polarização, iniqüidade e exclusão social. Rev Panam Salud Publica. 2006;19(6):385-93.
Guarienti CA, Barreto VC, Figueiredo MC. Conhecimento dos pais e responsáveis sobre saúde bucal na primeira infância. Pesqui Bras Odontopediatria Clin Integr. 2009; 9(3):321-5.
Silva JV, Machado FCA, Ferreira MAF. As desigualdades sociais e a saúde bucal nas capitais brasileiras. Cienc Saúde Coletiva. 2015; 20(8):2539-48.
Conselho Nacional de Saúde (Brasil). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Diário Oficial da União 13 jun 2013; Seção 1.
Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sinopse do Censo Demográfico 2010.
Bulman JS, Osborn JF. Measuring diagnostic consistency. Br Dent J. 1989;166 (10):377-81.
Azevedo AC, Valença AMG, Lima Neto AE. Perfil epidemiológico da cárie dentária em escolares de 5 e 12 anos residentes no Município de Bayeux, Paraíba. Arq Odontol. 2012abr-jun;48(2):68-75.
Feitosa S, Colares V. Prevalência de cárie dentária em pré-escolares da rede pública de Recife, Pernambuco, Brasil, aos quatro anos de idade. Cad Saúde Pública. 2004;20:604-9.
Amaral RC, Hoffmann RHS, Cypriano S, Sousa MLR, Silva AAZ. Prevalência de cárie e necessidade de tratamento em pré-escolares e escolares de Rafard – SP – Brasil. Ciênc Odontol Bras. 2006;9(3):87-93.
World Health Organization. Oral health surveys: basic methods. 5th ed. Geneva: World Health Organization; 2013.
Faustino-Silva D, Ritter F, Nascimento IM, Fontaine PVN, Persici, Rossoni E. Cuidados em saúde bucal na primeira infância: percepções e conhecimentos de pais ou responsáveis das crianças em um centro de saúde de Porto Alegre, RS. Rev Odonto Ciênc. 2008;23:375-9.
Campos L, Rabaldo E, Bez J, Garcia E, Eger BH. Conhecimento das mães de diferentes classes sociais sobre saúde bucal no municipio de Cocal do Sul (SC). Rev Sul-Bras Odontol. 2010;7(3):287-95.
Rihs LB, Gushi LL, Sousa MLR, Wada RS. Cárie dentária segundo o nível socioeconômico em Itapetininga. Rev Odonto Ciênc. 2005;20(50):367-71.
Cortelazzi KL, Tagliaferro EPS, Assaf AV, Tafner APMF, Ambrosano GMB, Bittar TO, et al. Influência de variáveis socioeconômicas, clínicas e demográficana experiência de cárie dentária em pré-escolares de Piracicaba, SP. Rev Bras Epidemiol 2009;12(3):490-500.
Vieira APGF, Jamile PK. Impacto da atenção odontológica na saúde bucal de crianças. Rev Bras Promoç Saúde. 2012;24(1):10-5.
Ismail AI, Nainar SM, Sohn W. Children’s first dental visit: attitudes and practices of US pediatricians and family physicians. Pediatr Dent. 2003;25:425-30.
Savage MF, Lee JY, Kotch JB, Vann WF. Early preventive dental visits: Effects on subsequent utilization and costs. Pediatrics. 2004;114(4):418-23.
Kramer PF, Ardenghi TM, Ferreira S, Fischer LA, Cardoso L, Feldens SCA. Utilização de serviços odontológicos por crianças de 0 a 5 anos de idade no Município de Canela, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad Saúde Pública. 2008; 24:150-6.
Paschoal MAB, Gurgel CV, Lourenço Neto N, Kobayashi TY, Silva SMB, Abdo RCC, et al. Perfil de tratamento de urgência de crianças de 0 a 12 anos de idade, atendidas no Serviço de Urgência Odontológica da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. Rev Odontol Clín-Cient. Recife. 2010; 9: 243-7.
Noro LRA, Roncalli AG, Mendes Júnior FIR, Lima KC, Teixeira AKM. Toothache at social economic condition among adolescents. Northeastern Brazil. Cien Saúde Coletiva. 2014; 19(1):105-13.