Avaliação sobre o conhecimento dos cirurgiões-dentistas de Montes Claros-MG sobre técnicas radiográficas, medidas de radioproteção e de biossegurança

Autores

  • Marlen Viviane Oliveira São Leopoldo Mandic
  • Milena Bortolotto Felippe Silva São Leopoldo Mandic
  • José Luiz Cintra Junqueira São Leopoldo Mandic
  • Luciana Butini Oliveira São Leopoldo Mandic

DOI:

https://doi.org/10.7308/aodontol/2012.48.2.04

Palavras-chave:

Radiografia dentária, Protetores contra radiação, Exposição a agentes biológicos

Resumo

Objetivo: avaliar o grau de conhecimento dos cirurgiões-dentistas do município de Montes Claros, Minas Gerais, sobre a solicitação de exames radiográficos, medidas de radioproteção e de biossegurança.

Materiais e Métodos: 203 cirurgiões-dentistas foram convidados a responder um questionário com 25 perguntas sobre os temas estudados. Dos 112 profissionais que o responderam, 41 eram clínicos gerais e 71 eram especialistas. Daquele total, 8 tinham menos de 5 anos de formado, 54, entre 5 a 15 anos e os últimos 50, mais de 15 anos. Os dados foram analisados por meio dos testes estatísticos Qui-Quadrado e Exato de Fisher, adotando-se o nível de significância de 5%.

Resultados: Quanto à indicação de técnicas radiográficas para o diagnóstico de alterações bucais, 80,0% dos profissionais indicaram a radiografia interproximal para o diagnóstico da doença cárie. Quanto à radiografia periapical; 86,7% dos dentistas afirmaram indicá-la para quadros de doença periodontal; 88,8%, para tratamento endodôntico; 72,6% para extração de inclusos e 81,5%, para fraturas dentárias. Para o planejamento de implantes, 16,9% dos entrevistados indicaram a tomografia computadorizada e 52,3% recomendaram a radiografia panorâmica. Quanto à radioproteção e à biossegurança, 84,0% dos profissionais relataram a adoção do tempo de exposição elevado, acima de 0,8 segundos; 58,9% manifestaram ter preferência na realização do processamento pelo método manual inspecional; 52,7% afirmaram utilizar o acionamento dos raios-X pelo botão de retardo; e 84,8%, descartar os resíduos do revelador e fixador no esgoto comum. Percebeu-se uma correlação entre o tempo de formado e as seguintes condutas adotadas pelos profissionais: tempo de exposição utilizado para expor um filme radiográfico (p=0,03); método utilizado para o processamento do filme radiográfico (p<0,01) e destino para as soluções reveladoras e fixadoras (p<0,01).

Conclusão: pode-se afirmar que cirurgiões-dentistas de Montes Claros/MG precisam ser mais bem esclarecidos quanto à solicitação de exames radiográficos e normas vigentes sobre as medidas de radioproteção e de biossegurança a serem adotadas em consultórios odontológicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Hanring JL, Lind LJ. Dental radiography: principles and techniques. 6ª ed. Philadelphia: WB Saunders; 1996.

Sannomiya EK, Imoto RS, Kawabata CM, Yamamoto MS, Hordiuche RH, Silva RA. Avaliação do emprego dos exames radiográficos e proteção radiológica no cotidiano clínico do cirurgião-dentista na cidade de São Paulo. Rev Fac Odontol Lins. 2004; 16:39-43.

Yacovenco A. Análise dos problemas mais freqüentes da radiografia na prática odontológica. Rev ABRO. 2001; 2:29-39.

Cavielli IT, Bazzo VJ. Exames radiográficos: o princípio da justificação e a responsabilidade profissional. Rev ABRO. 2003; 4:6-7.

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduo de serviços de saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 2004.

Teixeira P, Valles S. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: FioCruz; 2002.

Andrade DHP, Leite RA, Pardini LC. Avaliação da Indicação: técnica radiográfica interproximal. Rev Bras Teleodonto. 2008; 1:53-7.

Alves AMB. Relação entre requisição do exame radiográfico na Odontologia e a indicação da técnica adequada no município de Criciúma, Santa Catarina [dissertação]. Campinas (SP): Faculdade de Odontologia e Centro de Pós-Graduação São Leopoldo Mandic; 2008.

Costa PRG. Avaliação com radiografia panorâmica e tomografia computadorizada Cone Beam de implantes instalados em mandíbula posterior [monografia]. Rio de Janeiro (RJ): Academia de Odontologia do Rio de Janeiro; 2007.

Ziegler CM, Wreathe R, Brief J, Hassel S. Clinical indications for digital volume tomography in oral and maxillofacial surgery. Dentomaxillofac Radiol. 2002; 31:126-36.

Cohenca N, Simon JH, Roges R, Morag Y, Malfaz JM. Clinical indications for digital imaging in dento-alveolar trauma. Part 1: Traumatic injuries. Dent Traumatol. 2007; 23:95-104.

Petersson A, Grondahl HG, Suomalainen A. Computed tomography in oral and maxillofacial radiology. Nor Tannlegeforen Tid. 2009; 119:86- 93.

Spyrides KS. Avaliação do controle de qualidade e proteção radiológica na cidade do Rio de Janeiro [tese]. Campinas (SP): Universidade Estadual de Campinas; 2002.

Silva PRD, Freitas CF. Estudo epidemiológico da utilização dos métodos de proteção radiológica em consultório odontológico no município de Marília, São Paulo. RPG Rev Pós-Grad. 2005; 12:481-6.

American Dental Association. The use of dental radiographs: update and recommendations. J Am Dent Assoc. 2006; 137:1304-12.

Oliveira GF. Avaliação do conhecimento e atitudes preventivas com relação às radiações ionizantes em consultórios odontológicos tipo I, localizados na cidade de São Paulo [tese]. Campinas (SP): Universidade Estadual de Campinas; 2002.

Lemke F, Tavano O, Mezadri AC. Verificação das condições de exposição e processamento de filmes radiográficos em consultórios odontológicos. RPG Rev Pós-Grad. 2006; 13:175-80.

Oliveira PC. Avaliação dos níveis de poluição ambiental dos serviços com radiologia odontológica na cidade de Itabuna-Bahia [dissertação]. Ilhéus (BA): Universidade Estadual de Santa Cruz; 2006.

Mezaddri AC, Bôscolo FN, Abdalla CM. Garantia de qualidade em radiologia. RGO. 2002; 50:204- 6.

Langlois CO, Mahl CRW, Fontanella V. Diretrizes para a indicação de exames radiográficos em Odontologia. Rev ABRO. 2007; 8:32-8.

Melo MFB, Melo SLS. Condições de radioproteção dos consultórios odontológicos. Rev Ciênc Saúde Coletiva. 2008; 13:2163-70.

Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Federal de Odontologia. Resolução CFO 102/2010. Dispõe sobre o uso indiscriminado dos raios-X. Conselho Federal de Odontologia. Brasília (DF). J Saúde Bucal. 2010. 95:12.

Downloads

Publicado

2016-05-23

Como Citar

Oliveira, M. V., Silva, M. B. F., Junqueira, J. L. C., & Oliveira, L. B. (2016). Avaliação sobre o conhecimento dos cirurgiões-dentistas de Montes Claros-MG sobre técnicas radiográficas, medidas de radioproteção e de biossegurança. Arquivos Em Odontologia, 48(2). https://doi.org/10.7308/aodontol/2012.48.2.04

Edição

Seção

Artigos