Avaliação da taxa de infecção no pós-operatório de cirurgias odontológicas em uma instituição pública

Autores

  • José Leonardo Barbosa Melgaço-Costa Polícia Militar de Minas Gerais Autor
  • Vivian Campos Grohmann Polícia Militar de Minas Gerais Autor
  • Jussara de Souza Alves Lopes Polícia Militar de Minas Gerais Autor
  • Simone Miranda Oliveira Polícia Militar de Minas Gerais Autor

DOI:

https://doi.org/10.7308/aodontol/2020.56.e18

Palavras-chave:

Infecção da ferida cirúrgica , Controle de infecções, Procedimentos cirúrgicos bucais, Gestão em saúde

Resumo

Objetivo: Avaliar a taxa de infecção e eventos adversos no pós-operatório de cirurgias orais menores, em uma instituição pública de atenção odontológica, entre 2017 e 2018.

Métodos: Após realização dos procedimentos cirúrgicos, um formulário foi preenchido com dados relacionados ao paciente e à cirurgia. Trinta dias após, os egressos cirúrgicos foram contactados, via telefone e questionados quanto à ocorrência de eventos adversos (dor, secreção, sangramento e deiscência de sutura) e sobre uso de antibióticos. Realizou-se a análise descritiva dos dados (distribuição de frequências e percentuais) e cálculo da taxa de infecção global.

Resultados: Foram incluídos 3.745 procedimentos cirúrgicos. A média de idade dos pacientes da amostra foi de 42,7 anos, com ligeiro predomínio do sexo masculino (51,3%). A clínica de cirurgia teve a maior concentração de procedimentos cirúrgicos realizados (53,8%), a prevalência média anual de eventos adversos no pós-operatório foi de 1,7% e a dor foi o evento adverso mais informado (4,0%). A maioria dos pacientes (64,2%) não recebeu nenhum tipo de prescrição antibiótica (profilático, terapêutico ou ambos) e a taxa de infecção no pós-operatório apresentou prevalência média total de 1,1%.

Conclusão: As taxas de eventos adversos e a de infecção das feridas cirúrgicas encontradas foram baixas, demonstrando que o serviço atua de forma comprometida com os padrões de biossegurança, zelando pelos cuidados com o paciente.

Referências

Carvalho RLR, Campos CC, Franco LMC, Rocha AM, Ercole FF. Incidence and risk factors for surgical site infection in general surgeries. Rev Latino-Am Enfermagem. 2017;25:e2848.

Owens CD, Stoessel K. Surgical site infections: epidemiology, microbiology and prevention. J Hospital Infection. 2008;70:3- 10.

Petty TL. Infection prevention and control in the dental office: an opportunity to improve safety and compliance. Canadian Dental Association Committee on Clinical & Scientific Affairs: Canada, 2006. 81 p.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Critérios diagnósticos de infecção relacionada à assistência à saúde. Anvisa: Brasília, 2013. 84 p.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Caderno 4 – Medidas de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde. Brasília: Anvisa, 2017. [Acesso em 2019 Ago 18]. Disponível em: http://portal. anvisa.gov.br/documents/33852/3507912/ Caderno+4+Medidas+de+Preven%C3%A7 %C3%A3o+de+Infec%C3%A7%C3%A3o+R elacionada+%C3%A0+Assist%C3%AAncia +%C3%A0+Sa%C3%BAde/a3f23dfb-2c54- 4e64-881c-fccf9220c373

Bouchard C, Lalancette M. Infections after sagittal split osteotomy: a retrospective analysis of 336 patients. J Oral Maxillofac Surg. 2015;73(1):158-61.

Wahab PUA, Narayanan V, Nathan S, Madhulaxmi M. Antibiotic prophylaxis for bilateral sagittal split osteotomies: a randomized, double-blind clinical study. Int J Oral Maxillofac Surg. 2013;42(3):352-5.

Bartella AK, Lemmen S, Burnic A, KlossBrandstatter A, Kamal M, Breisach T, et al. Influence of a strictly perioperative antibiotic prophylaxis vs a prolonged postoperative prophylaxis on surgical site infections in maxillo facial surgery. Infection. 2018;46(2):225-30.

Ata-Ali J, Ata-Ali F, Ata-Ali F. Do antibiotics decrease implant failure and postoperative infections? A systematic review and meta-analysis. Int J Oral MaxillofacSurg. 2014;43(1):68-74.

Vieira DC, Azevedo FM, Racilan AM, Moreira E, Diniz S, Cougias EAF. Ocorrência de infecção no pós-operatório de procedimentos odontológicos, em uma instituição pública, no período de 2010 a 2012. Rev CROMG. 2013;14(2):30-6.

Bolon MK, Hooper D, Stevenson KB, Greenbaum M, Olsen MA, Herwaldt L, et al. Improved surveillance for surgical site infections after orthopedic implantation procedures: extending applications for automated data. Clin Infect Dis. 2009;48(9):1223-9.

Pina E, Ferreira E, Marques A, Matos B. Infecções associadas aos cuidados de saúde e segurança do doente. Rev Port Saude Pub. 2010;10:27-39.

Health Protection Agency. Six report of the mandatory surveillance of surgical site infection in orthopaedic surgery, April 2004 a March 2010. London: Health Protection Agency, Dec., 2010.

Gibbons C, Bruce J, Carpenter J, Wilson AP, Wilson J, Pearson A, et al. Identification of risk factors by systematic review and development of risk-adjusted models for surgical site infection. Health Technol Assess. 2011;15(30):1-156.

Martins MA, Franca E, Matos JC, Goulart EMA. Vigilância pós-alta das infecções de sítio cirúrgico em crianças e adolescentes em um hospital universitário de Belo Horizonte. Cad Saude Publica. 2008;24(5):1033-41.

Santos MLG, Teixeira RR, Diogo Filho A. Surgical site infections in adults patients under going of clean and contaminated surgeries at a University Brasilian Hospital. Arq Gastroenterol. 2010;47(4):383-7.

Anderson JA, Kaye KS, Classen D, Arias KM, Podgorny K, Burstin H, et al. Strategias to prevent surgical site infections in acute care hospitais. Infect Contr Hosp Epidemiol. 2008;29(S1):S51-61.

Cardo DM, Falk OS, Mayhall CG. Validation of surgical wound surveillance. Infect Control Hosp Epidemiol. 1993;14(4):211-5.

Whitby M, Mclaws ML, Collopy B, Looke DF, Doidge S, Henderson B, et al. Postdischarge surveillance: can patients reliably diagnose wound infections? J Hosp Infec. 2002;53(3):155-60.

Bortoluzzi MC, Manfro R, Oliveira KC, Colombo C, Petry IC. Prevalence off ibrinolitic alveolitis and infection in dental surgery. Rev Clin Pesq Odontol. 2007;3(2):115-22.

Askar H, Di Gianfilippo R, Ravida A, Tattan M, Majzoub J, Wang HL. Incidence and severity of postoperative complications following oral, periodontal, and implant surgeries: a retrospective study. J Periodontol. 2019;90(11):1270-8

Santana-Santos T, Souza-Santos A, Martins-Filho PR, Silva LC, Oliveira ESED, Gomes AC. Prediction of postoperative facial swelling, pain and trismus following third molar surgery based on preoperative variables. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2013;18(1):e65-70.

Blondeau F, Daniel NG. Extraction of impacted mandibular thirdmolars: postoperative complications and their risk factors. J Can Dent Assoc. 2007;73(4):325.

López-Cedrún JL, Pijoan JI, Santamaria J, Hernandez G. Efficacy of amoxicillin treatment in preventing postoperative complications in patients undergoing third molar surgery: a prospective, randomized, double-blind controlled study. J Oral Maxillofac Surg. 2011;69(6):5-14.

Lisboa SSML. Uso racional e prescrição de antibióticos profiláticos na odontologia. Boletim Farmacoterapêutica. 2017;21(1):3-7.

Levin ASS. Quais os princípios gerais da profilaxia antibiótica antes da intervenção cirúrgica? Rev Assoc Med Bras. 2002;48(4):275-96.

Ramu C, Padmanabhan TV. Indications of antibiotic prophylaxis in dental practice- Review. Asian Pac J Trop Biomed. 2012;9(2):749-54.

Cho H, Lynham AJ, Hsu E. Postoperative interventions to reduce inflammatory complications aftert hird molar surgery: review of the current evidence. Aust Dent J 2017;62(4):412-9.

Poeschl PW, Eckel D, Poeschl E. Postoperative prophylactic antibiotic treatment in third molar surgery - a necessity? J Oral Maxillofac Surg. 2004;62(1):3-8.

Downloads

Publicado

2020-07-07

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Avaliação da taxa de infecção no pós-operatório de cirurgias odontológicas em uma instituição pública. (2020). Arquivos Em Odontologia, 56. https://doi.org/10.7308/aodontol/2020.56.e18